Cumprindo minha rotina, parei na esquina antes de minha casa para comprar pão.
Estava conversando com um vizinho quando parou um carro e de dentro dele alguém falava algo sobre "não lembra mais de mim"... Era comigo.
A princípio pensei se tratar de ser com o vizinho, muito solicitado.
Um dos camaradas remanescentes de meu tempo de GETEC.
Ele estava acompanhado da esposa e a conversa rolou como sempre do "está aonde agora" aos comentários e algumas notícias.
Dentre elas, as notícias, uma ruim demais.
Perdemos o Valmir.
Há uns meses, conversando assim com outro colega dessa época, fiquei transtornado quando soube do Joel.
Tanto Valmir quanto Joel eram novos e bons camaradas e já fazem alguns anos que faleceram.
A foto acima é recordação de bons e velhos tempos nos anos 80.
Joel foi levado por enfarto fulminante.
Valmir, segundo o colega, problemas hepáticos que se agravaram.
Essa é minha paga por me afastar de todos.
Esse é o castigo que me impuz para não mais voltar a sentir vergonha.
As boas lembranças ficam para marcar.
Jogava o Botafogo de Valmir em 1987, no Caio Martins, pelo Brasileiro daquele ano.
A novidade era o Botafogo mandar seus jogos aqui em Niterói.
Na saída da fábrica, fui arrastado para o jogo por uma galera de Botafoguenses como o Valmir.
Estádio caio Martins, Niterói.
Jogo à noite, Botafogo não estava bem, mas o modesto estádio tinha bom público.
Lá pelas tantas do segundo tempo, Zero à Zero no placar, torcida calada e arquibancada pequena à beira do campo onde estávamos reunidos, ouvimos em alto e bom som:
"_ Vai Fernando Maricá, vai, vai... "
Prontamente, alguém corrigiu Valmir:
"_ Não é Maricá é Macaé".
E a resposta fez todos rirem um bocado:
"_Macaé, Maricá, tanto faz. Ele não joga porra nenhuma mesmo..."
Saudades, meus caros!