O Encontro Das Estrelas

O Encontro Das Estrelas
A lenda milenar onde Altair e Vega se encontram uma vez por ano

Sem Nação

Cidadão há 67 anos, brasileiro com orgulho de ser, fui humilhado perante o mundo todo quando uma corja de togados podres a sua revelia, passando por cima da Carta Magna do país, colocou no poder um molusco ladrão, descondenado e impôs a mais descarada fraude em sua eleição, sem que houvesse nada para parar esse poder. A esperança eu vi em decepção, quando as gloriosas forças armadas lavaram as mãos e ainda prenderam cidadãos que dela se orgulhavam. Humilhado e decepcionado, esse cidadão é não mais brasileiro. O que eu tinha orgulho transformaram em vergonha. E sem direito a luta, numa verdadeira e sórdida ditadura, afirmo que meu país deixou de existir. AQUI JAZ BRASIL.

segunda-feira, novembro 30, 2020

Comoção & Outras Histórias

 Estive fazendo a memória me surpreender esses dias, depois da morte do Maradona.

Antes de mais nada, respeito o jogador genial que foi, mas não o via e nunca verei como um ídolo, contrariando se não uma nação inteira e talvez quase todo o mundo do futebol.

A comoção não me atingiu até por isso, creio. A retidão de Pelé, seu exemplo de atleta e homem, sua generosa humildade e outras coisas fazem, aí sim, um ídolo inigualável que os mais "maradonistas" queriam sem nenhuma demagogia, comparar. Longe, anos luz do Rei... Quem sabe porque Pelé foi de outras datas? Mas Pelé é único e eterno.

Antes de Maradona, na própria Argentina se viam os grandes Ardiles, Perfumo, Kempes, Batistuta, Babington e tantos outros. Sem contar Rivelino, Zico, Cruyff, Júnior... 

Vá em paz, Dom Diego!!! Seu legado nos campos é muito belo e respeito a sua memória.


Eu sou dos tempos áureos de nosso Maracanã das gerais cheias, com um público empolgado mas que sabia estar ali para apreciar a beleza da classe de nossos jogadores, respeitava-se isso. 

E digo respeitava-se porque, em meio a rivalidades, depois de uma bola lançada de um lado ao outro do campo, enquanto ela viajava fazia-se silêncio e, quando ela "morria" no peito de um jogador e "deitava" de volta a grama, sem se importar com a camisa, o estádio aplaudia... Era lindo! Inesquecível!!!

Eu vi muitas vezes e também ouvi de dentro do vestiário (joguei nas categorias infantis do Botafogo) o barulho da torcida do Flamengo que fazia as pernas de um menino de 12 anos tremerem antes de arrepiar todo o corpo. Era aquele "Mengô... Fiu,fiu,fiu!!!!" 

Sensacional!!! 

Então, nessa mistura de tempos, paixões, clubes (sou Fluminense de coração, joguei no Botafogo, minha família é Vascaína) eu cresci apreciando e vivendo essas coisas simples mas eternas na memória de quem, como eu viveu, viu e sentiu.

Eu já estive dentro da torcida do Flamengo, com dois primos flamenguistas, assistindo a Zico acabar com meu time num 4 x 0 de faltas na gaveta... Eu vivenciei a beleza dos torcedores, mulheres, homens, crianças, velhos se abraçando como se grandes e velhos conhecidos. Está certo que foi na era Zico, daquele timaço campeão mundial mas foi lindo, admito.

Dentro de campo, nos treinos, o respeitado treinador "Néca" exigia o aplauso de todos ao final de jogadas, fossem incentivando a tentar outra vez, fosse comemorando. Outros tempos!!!

A gente ouvia no rádio uns caras como João Saldanha, Ruy Porto, Doalcei Benedito Bueno de Camargo, Luiz Mendes... José Carlos Araújo era mesmo garotinho, Washington Rodrigues e Denis Menezes, Kleber Leite e tantos outros. Era sagrado o radinho no ouvido e o jogo no campo, depois de ler o Jornal dos Sports, com a capa rosada para distinguir de outros, que era usado para sentar nas arquibancadas antes dos grandes clássicos.


Tivemos gênios que não foram idolatrados, muitos. Edu Coimbra foi um deles, irmão do Zico, no América, que aliás teve belíssimos jogadores como Alex, zagueiro central, Badéco e mais tarde um lateral direito que eu (minha posição) ficava de boca aberta vendo jogar, Paulo César Martins. Acho que assistir de pertinho, na geral, me fez prestar atenção em detalhes e marcar.

Craques como Dirceu Lopes, Ademir da Guia, que como Eduzinho, jogaram na mesma época do Pelé, com a camisa 10, que era sua mundo afora... Eu vi um cara chutar como ninguém: Nelinho. Eu assisti ao Cruzeiro de Natal, Tostão, Dirceu Lopes bater o Santos de Pelé e encantar o Brasil. Vi Luiz Pereira jogar na zaga do Palmeiras e sair driblando até o gol adversário, vi um chileno chamado Figueroa, um uruguaio Anchetta, Oscar, Falcão, Reinaldo... A genialidade de João Saldanha em convocar todos os melhores camisas 10 e fazer um time onde Jairzinho foi ponta direita, Rivelino ponta esquerda, Tostão centro-avante e conquistar o mundo. Senti a dor de 82... Uma das maiores injustiças do futebol que Muricy hoje explica como a "bola pune!".

Eu vi a luta de um jogador 90 minutos para vencer e provar quem era ele... Roberto Miranda, brigado com a diretoria do Botafogo anos 70, chamado "Selefogo", foi trocado por Paulo Henrique, lateral do Flamengo que não tinha um time bom. Roberto Miranda, perdia por 1 x 0 e estava na sua área para disputar com o ataque do Botafogo, saia para chegar a área do adversário e chamava a responsabilidade do jogo, dos companheiros. Um leão!!!! 

Na última bola do jogo, Murilo chegou a lateral da área e fez o cruzamento na altura da marca do penalty, forte e alta, que Roberto que vinha na corrida entrando na área subiu num voleio espetacular e encheu o pé... A bola bateu no travessão e foi embora para a geral.




A imagem da jogada e do Roberto Miranda socando o gramado me impressionou pois eu torci por ele aquele jogo todo, por sua história, sua luta interior, brio, entrega... Ele merecia aquele gol e seria antológico, com certeza.   

A Selefogo de Ubirajara: Carlos Alberto Torres, Brito, Leônidas e Paulo Henrique; Carlos Roberto e Nei; Zequinha, Careca , Jairzinho e Paulo César...

Este time que parecia imbatível e aplicava goleadas nos adversários, contava com os tricampeões de 1970 Carlos Alberto e Brito, foi superado pelo meu Fluminense na final e eu estava no Maracanã, nas cadeiras, em meio a torcida do Botafogo atleta do clube que era ...


Félix: Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antônio; 
Denílson e Didi; Cafuringa, Flávio, Samarone e Lula

Na preliminar, com gol de Silvinho (meu vizinho e irmão mais velho de meus amigos de infância com quem aprendi meus primeiros chutes e a torcer pelo fluminense) o Botafogo juvenil de "seu" Néca, invicto a mais de 200 jogos foi derrotado e perdeu o título.

Os meus queridos companheiros de clube China: Calibé, Maurício, Pedro Paulo e Ney Dias; Nandes e Marco Aurélio; Tuka, Péricles, Luizinho e Galdino, não mereciam, mas Silvinho era como um ídolo e fez um gol de raça, subindo entre os três grandalhões da zaga.

A minha vibração foi abafada pelos tapas de meu amigo Ronaldo Torres...

Foi barba, cabelo e bigode!!!

sexta-feira, novembro 27, 2020

A PAZ, SENHORA !!!


Rezei a novena de Nossa Senhora a espera desse dia consagrado a Senhora das Medalhas no canal do padre Alex Nogueira...


Que a Senhora das Graças nos conceda em seus muitos raios de luz a graça de ter paz!!

Paz para o mundo!!! 

E por sua intercessão junto a Cristo perdoe nossos pecados!!!


ROGAI POR NÓS!!!!

Minha História - Parte II

 De volta a Trindade em São Gonçalo, a família tomou um certeiro golpe que foi a separação de meus pais. Não era esperado por ninguém e mesmo eu tinha só seis anos recém completados com direito a uma festa enorme da qual nunca esqueci e me traumatizou as consequências. Eu não entendia muito porque só via meu pai de 15 em 15 dias quando vinha para pagar despesas e discutir com minha mãe que vi sofrer de raiva, rancor e lamento.

Não podia indagar nada pois não me respondiam e mandavam-me brincar. E os anos se passaram, e meu pai cada dia mais longe da gente mas sem nunca deixar faltar nada. 

Também não cobrava e era simples os parabéns por passar de ano querendo saber quanto seria a matrícula do próximo ano para fazer suas contas... Nunca perdi um ano sequer até a primeira faculdade e disso muito me orgulho. Sempre fui melhor aluno no primário do Externato Duque Estrada e nos primeiros e segundo graus do Colégio Dom Hélder Câmara. 

Aqui o menino jogava pelada com os colegas no fim de tarde, num terreno vazio transformado em campo com bola Pelé. Era sair do colégio às 17h, correr em casa e voltar para aproveitar os dias de verão mais longos. O futebol era coisa de família, estava no sangue. Meu pai quando ainda em Silva Jardim, jogou com meu irmão mais velho no segundo quadro do União Futebol Clube, onde era fundador e desenhou mesmo o escudo do clube. Era sua paixão. E toda família do interior, numa cidade pequena onde as referências eram a estação de trem, o campo de futebol e o clube para bailes, a pracinha e a igreja.

O mesmo menino acompanhava os irmãos mais velhos para o campo do Eletroquímica, onde se praticava o futebol amador de várzea que, em minha opinião, com o crescimento das cidades e término dos campos, prejudicou e mudou muito o futebol brasileiro e também desvirtuou muitos meninos para o caminho do mal. Meus irmão jogavam aos domingos verdadeiros clássicos do local atuando pelo Diamantina que, pelo histórico de treinos diários, era difícil ser batido.

Ali o coração do menino sentiu algo diferente pela primeira vez através dos olhos, na beleza de um sorriso de uma menina... Primeira paixão, primeiro bater mais forte do coração ao ver alguém.

Também o primeiro beijo, primeira namorada e o sabor inconfundível dessa fruta saborosa chamada  mulher. O desejo... Minha virgindade, por assim dizer, aos dezesseis anos, já contada em outra postagem.

E teve o Botafogo de futebol e Regatas, levado pelo Cóti, um moço bom que gostava de ajudar e ensinar futebol e educação a meninos dos 12 aos 16 anos em seu projeto que hoje passou a ser chamado de escolinha e tem fins lucrativos. Ao contrário disso, "seu" Machado e Cóti não tiravam um centavo de ninguém e fazia por prazer, com prazer. Muito eu aprendi com eles e muitos meninos como eu. Ele não distinguia ninguém por ter mais ou menos condições.

Cóti, depois muitos anos, ainda ensinou a meus dois filhos em seu trabalho de garimpo. Aí, já ligado ao Vasco, levou o meu mais novo para "Federar", termo que usava-se para dizer que o menino passava a ser daquele clube.

Devo muito a este moço de quem não tenho notícias há anos...

Chegar até a casa de meu pai, contrariando muito a minha mãe, levar documentos oficiais do BOTAFOGO F.R. para ele assinar foi o primeiro passo para ter com ele o contato de pai e filho. Ele vivendo um sonho, orgulhoso e feliz, me acompanhava mesmo em treinos realizados em Del Castilho e depois ia trabalhar.

Naquele tempo, 1970, o Brasil tricampeão do mundo e primeira Copa transmitida ao vivo e a cores, ainda fazia sucesso as câmeras fotográficas Kodak, e delas as lembranças que meu pai pode registrar são as que tenho.






Eu fiquei no Botafogo dos 12 aos 16 anos que era o tempo do chamado dente-de-leite hoje categoria sub 15. O sr Manoel Vitorino ("seu" Néca) era famoso e cobrava essa fama com trabalho.
Não havia distinção entre as categorias de base que treinava e recebia cerca de 400 meninos novos para testes todo mês no campo em Del Castilho.
Era rígido e muito honesto. Cobrava unhas cortadas, cabelos acima da orelha com uma tesoura na mão as 7 horas da manhã da garotada em forma.
Duvido, por melhor que fosse, um jogador de chuteiras coloridas em seu time.
A caderneta escolar de presença no final de cada mês era por ele vistoriada e ai daquele que não estivesse cumprindo seus deveres.
"Seu" Néca, que Deus o tenha, era inspiração e idolatria de muitos meninos e rapazes do futebol brasileiro. Tenho dele muitas lembranças e um aprendizado sem igual. Cheguei aos 12 anos e fui tratado por ele com o mesmo respeito e carinho mas com seriedade. A mesma que nos fez conversarmos na beirada do campo em General Severiano, numa sexta-feira pela manhã e decidirmos que seria melhor parar ali. Não havia campeonatos para meninos entre 16 e 18 anos... Era um período de ostracismo em que a verdadeira peneira separa os que irão seguir a carreira dos que tentaram.
Eu poderia buscar outros clubes mas preferi parar e estudar. Seguir outros caminhos.
Se não poderia ser mais ali não seria em outro lugar.
Alguns colegas que chegaram ao profissionalismo: Tiquinho, Dodô, Luizinho Rangel, Ronaldo Torres.

Com o futebol no sangue e raízes no futebol de salão (hoje futsal) cheguei a seleção do antigo Estado do Rio de Janeiro para disputa do brasileiro da categoria juvenil em Niterói.
Disputei o campeonato niteroiense por um time de um estaleiro que ficava na avenida do Contorno, o Costeira, e depois, convidado pela federação por falta de representação de municípios, o campeonato do Estado do Rio no CAP de Caxias.
Infelizmente, nos treinamentos, quebrei um dedo do pé direito e fiquei de fora do brasileiro, vencido por Minas Gerais naquele ano.






Campeonatos escolares de futebol de salão e depois, seguindo tradição da família, o União de Silva Jardim, onde fomos campeões do torneio início na cidade vizinha de Araruama e disputamos o campeonato daquele ano. Na mesma época que quebrei o dedo na seleção do Estado do Rio, perdi os últimos jogos do campeonato mas não fizemos feio.
Joguei de quarto-zagueiro e era o líder do time. Fui convocado pelo sr. Amir, treinador do Rublo, para a seleção do campeonato mas não me informaram a tempo de comparecer em Araruama.


Aqui, no segundo quadro...



Além do futebol, minha vida de adolescente e secundarista foi simples mas com boas histórias a contar.

Houve um tempo que caprichávamos o visual com pantalonas costuradas pela mesma costureira sob encomenda e sapatos Souza comprados na loja que existe até hoje na Marechal Floriano, solado grosso, salto alto, enrrugado e invernizado, sob medida. Tudo isso era para frequentar as casas na vizinhança do bairro em Hi-Fi's com papel celofane na lâmpada e músicas de novelas tocadas nas portáteis Phillips, muitas vezes nas varandas. Tudo muito com respeito por ser a casa de família mas, era ali que a gente sentia o corpo de uma menina tremer junto do seu em alguns minutos colados e quase sem movimentos, que eram assim as danças naquele tempo.


Um dia, depois de matar muitas aulas e em companhia de colegas ir a pracinha da Trindade atrás das meninas e para jogar sinuca e boneco num bar da praça, vi que meus estudos estavam ruins e resolvi largar aquela vadiagem e recuperar o ano letivo. Como eu consegui e meus colegas não, fui criticado e descartado o que me deu caminhos diferentes e amizades diferentes. Afinal, próximo ano seria vestibular e eu nem sabia o que era. Só ouvia falar.


Esta foto eu ganhei da mãe do Altair, lateral esquerdo do Fluminense e da Seleção Brasileira. Meu avô vendia seus produtos de porta em porta e uma de suas freguesas era ela, que moravam no bairro próximo ao que nasci, Mutondo. 
Meu avô contou que meu nome fora dado em homenagem ao Altair, filho famoso dela e ela retribuiu com essa foto que guardo com carinho desde pequeno.

ALTAIR significa, em árabe, ÁGUIA QUE VOA.
É também a maior estrela da constelação de ÁQUILA.

Paixões primeiras e inocentes
Quando o coração de um menino bate mais forte ao perceber a beleza feminina em uma garota que passa diante dele todos os dias, num mesmo horário, de uniforme escolar, cabelos compridos e sei lá mais o que fazia esse menino tremer, esconder-se entre as plantas do quintal e vê-la cada dia mais bonita... Esse menino criou coragem ao ver as rosas brancas plantadas por minha mãe e um dia esperou por ela e sem uma sequer palavra na garganta seca lhe ofereceu.
O nome era Lucineide e ela tinha pelo menos mais três anos que eu.

Depois, alguns anos mais tarde, aconteceu quase do mesmo jeito com Isabel Cristina. Aí o menino era adolescente e se sentia um sapinho feio diante de tanta beleza. Arrebatado o coração, ele não sabia o que fazer mas não conseguia fugir do domínio dela por sua paixão, seu ser.
Durou anos e só tive um beijinho, dado por iniciativa dela, que era muito segura e dominadora em seus atos.

Há poucos anos encontrei Mariléia. Temos a mesma idade e, agora, pude falar abertamente sobre todo tempo de paixão que ela despertava em muitos meninos de nosso tempo de adolescentes. Ela era musa, linda e inteligente. Sempre na última moda e de comportamento adulto para aquela época. pouco frequentava os Hi-fi's onde todos nós íamos e era admirada mais ainda por isso. Era um troféu para quem conseguisse e não me lembro de algum namorado naquele tempo.
Aos sessenta anos, sem filhos, mora sozinha apesar de ter um homem na sua vida.
"Até nisso combinamos", declarei. Afinal, cada um em seu canto, seu teto, é bem melhor para a relação.
Foi um prêmio de Deus ter tido essa oportunidade, mesmo que em poucos minutos, na rua em São Gonçalo quando ela desceu de um ônibus e eu passava.
Declarar-me e ser bem aceito com elogios que ela sempre mereceu, fez bem ao meu coração.

Também houve a Nádia em outra fase e que a vida faria com que nos encontrássemos mais tarde em um frenesi inesquecível e que mexeu demais comigo. Também já contei sua história em uma postagem.


São muitas coisas, detalhes, passagens... Creio que para não ficar parado no tempo, devo publicar esta parte e, se necessário, fazer um adendo a cada parte a medida que lembrar ou deparar com relevantes fatos da época.


segunda-feira, novembro 09, 2020

Minha História - Parte I


Meus caros, é sabido que todos nós chegaremos ao fim... Um dia desceremos numa estação e desse trem da vida vamos nos despedir.
A visão é de vê-lo se afastar e levar consigo tudo aquilo que tivemos nessa viagem.
Ficarão saudades e o veremos sumir no seguir dos trilhos que já não serão destino para quem desceu.
Com pressentimentos e sensações resolvi escrever .
Me perdoem aqueles que preciso do perdão... Já perdoei aos poucos que do meu esperavam. 

 O livro de minha amiga Zuleika, depois de 10 anos de trabalhos e pesquisas, vai iniciar essas postagens que pretendo fazer em relação a minha vida, minha história. Assim como ela fez mas em pequenos pedaços, resumidos.

Não que eu não tentasse escrever em detalhes. Até iniciei mas parei o projeto por anos e, quando as vezes tento retomar, me perco em pensamentos e memórias. Deixo para lá... Entre muitas indagações me questiono para que? Não vai mudar nada e ninguém há de se interessar por um reles mortal, pecador e sonhador como tantos.

Já fiz meus filhos, já plantei algumas árvores... Um livro talvez seja muito.

No livro da Zu, descobre-se que toda descendência de uma vila pequena nos leva a parentescos que podemos verificar por suas pesquisas e trabalho... Minha prima Zuleika, um beijo grande!

Do livro, páginas 50, 51, 168 e 169


 

DESCENDÊNCIA  

     LOPES & XAVIER 

 

 

 

Triavós

 

XAVIER 

 

PATERNOS 

ANTONIO JOAQUIM PEREIRA XAVIER & ANTONIA MARIA ANUNCIAÇÃO 

MATERNOS 

JOSÉ PEREIRA DE ANDRADE & LUCÍNDIA SOARES DE ANDRADE 

 

Bisavós 


XAVIER 

PATERNOS 

JOAQUIM ANTONIO PEDRO XAVIER & MARGARIDA PEREIRA XAVIER 

MATERNOS 

ANTONIO PEREIRA MAGALHÃES & MARIA R. PIMENTA 

 

Avós 


XAVIER 

MÁXIMO PEDRO XAVIER & VIRGÍLIA PEREIRA XAVIER 

 

Na foto ao lado, meus avós e oito dos nove filhos, a saber: ORLANDO, ADEMAR, HERVAL, JOSÉ, MARGARIDA, DINAIR, MARIA E ADIMAR. 

 

Triavós e Bisavós 


LOPES 

 

 

 

 

Triavós MATERNOS 

ANTÔNIO PINTO DA SILVEIRA & EDWIGES ROSA DA SILVEIRA 

Bisavós  

MATERNOS 

AMÉLIA PINTO DA SILVEIRA & EGYDIO PINTO DA SILVEIRA 

PATERNOS 

FRANCISCO DA SILVA LOPES & DONÁRIA MARIA DO AMOR DIVINO 

 

Avós 


LOPES 

ALICE PINTO DA SILVEIRA & CLAUDIONOR DA SILVA LOPES 

 
Além de minha mãe, Maria, meus avós tiveram ainda JUDITH (minha madrinha) e CLAUDIONOR. 

 

 

ADEMAR PEDRO XAVIER & MARIA DA SILVA LOPES XAVIER 

Bom, do casamento de meus pais, nasceram SIDNEY LOPES XAVIER, ADEMIR LOPES XAVIER E eu, ALTAIR LOPES XAVIER, depois de 10 anos de meu irmão mais velho. O chamado "temporão".


Capítulo a parte, é preciso falar sobre a cidade de SILVA JARDIM...

Seu nome atual é uma homenagem ao advogado e republicano Antônio da Silva Jardim. Anteriormente o município chamava-se Capivari, cuja fundação se deu no ano de 1801, nas terras de D. Maria Rodrigues, viúva de Manoel da Silveira Azevedo, onde o casal havia construído uma capela em devoção à Sant'Ana. A viúva doou a capela e seu entorno, para a criação da paróquia de Nossa Senhora da Lapa de Capivari, a pedido da população local.[5] No entorno da capela formou-se o vilarejo, que posteriormente foi elevado à categoria de freguesia, e mais adiante à categoria de vila, por decreto de 1841, separando-se definitivamente do município de Cabo Frio.

A partir do ano de 1943, a vila de Capivari teve seu nome modificado para Silva Jardim, denominação esta que perdura até os dias atuais.



Wikipedia

O município sempre foi modesto e de economia rural em sua grande extensão de terras e raízes familiares definidas desde os tempos de vila.

Possui alguns atrativos turístico e maior destaque para a reserva biolágica de Poço D'Antas e seu mico leão dourado, além da lagoa de Juturnaíba que fornece água tratada a região dos lagos pela estação de tratamento.


Vista aérea atual




 





Então, como se conta no livro, os tempos eram outros. Eu costumo lembrar que meu pai viu tantas mudanças no mundo em seus 94 anos vividos que nem ele se dava conta. Guerras mundiais, revolução industrial, descobertas que muitos hoje não sabem como a do transistor que substituiu as primeiras válvulas nos primeiros aparelhos elétricos. Luxo que demorou a chegar aos reles mortais do interior que se reuniam em festa na rua principal da cidade para comemorar o título de bicampeão mundial de futebol e Garrincha.

Sobreviver ao impaludismo era privilégio de alguns que hoje, conhecem AIDS e pandemia de novo vírus que paralisou o mundo.


Meus pais se casaram em São Vicente, cidade vizinha onde havia cartório e minha mãe reclamava de ter ido em lombo de burro, no sol por léguas... Enfim, era outro mundo.


Do casamento de meus pais até meu nascimento dez anos depois do meu irmão mais velho, muitas mudanças de vida aconteceram para meus pais e nasceram então os três filhos... Sidney, em Niterói numa clínica, Ademir em Silva Jardim e Altair em São Gonçalo, em parto assistido por médico, Dr Alberto Lontra.



Essa é a casa onde nasci, no velho bairro de Trindade.

A casa não existe mais e a Avenida Trindade 125, passou a se chamar Av. Domingos Damasceno Duarte.


A CASA ONDE NASCI


Aqui vivi grande parte de minha infância e juventude.

MINHA MÃE, EU E UM PRIMO

MINHA MÃE SEMPRE VAIDOSA


MINHA MÃE, EU E CARLINHOS

MINHA MÃE, EU, PRIMO, ADEMIR E LEONORA




Meus avós maternos moravam em frente junto com meus tios e primos com quem aprendi a brincar e ver meu avô com suas plantações mesmo num quintal pequeno, seu cavalo e sua rotina de mascate. 

A CASA ONDE MORAVAM MEUS AVÓS MATERNOS

O velho Nicote fazia de tudo para agradar a minha vó Alice, muito frágil e doente. Vovô enfrentava um sol quente andando para vender suas toalhas de plásticos, etc. Domingo era a feira do Alcântara que o fazia levantar as 02 horas da madrugada para trazer a carne, o maço de cigarros Astória e as laranjas lima de minha vó.

Quando ele não conseguia chegava tarde, cansado e triste. Nós os netos, quando passava da hora dele chegar já sabíamos que ele iria chegar triste. Vovô Nicote era muito alegre e brincalhão e todos os netos o adoravam.


Uma outra parte de minha infância vivi em Silva Jardim.

Era muito pequeno mas lembro de coisas que até duvidam... Vamos pular essas coisas.

Tinha um amigo que morava de frente a minha casa e que foi a primeira pessoa que aprendi a gostar, Zé Luiz, meu primeiro amigo. 

Morávamos perto da estação e vimos de perto a movimentação de pessoas armadas, disfarçadas e também fardadas que esperavam pelo trem que seguia de Campos para Niterói onde estava o criminoso mais famoso da época e que havia sido capturado, Mineirinho.

Brincávamos juntos em nossos quintais e até comíamos juntos. 

Ao voltar do colégio pegávamos carona num carrinho usado pela Leopoldina entregar encomendas que chegavam a cidade e era conduzido por um bom moço que apelidavam Zé Babal, que tinha um pequeno "desvio de cabeça" mas era manso e adorava juntar a meninada barulhenta no carrinho longo e forte para ele carregar até a estação.

Lembranças como a de ir para o Jardim e passar na padaria para comprar a merenda, sempre acompanhado por Leonora (afilhada de minha mãe e criada por meus pais). Era uma felicidade colocar uma garrafa de mineirinho na garrafinha da merendeira e sentir o cheirinho de pão doce com mortadela. 






Formatura do Jardim de Infância




O trabalho de meu pai exigiu que fossemos morar em Niterói e assim nos mudamos para o Fonseca em um apartamento. Meu irmão mais velho conheceu ali a Fernanda que viria ser sua primeira esposa. O meu irmão Ademir não se adaptou e voltou para Silva Jardim onde morou com meu tio José por um bom tempo.
Depois que terminou o antigo ginásio, resolveu não mais estudar e coincidiu de voltarmos a morar na Trindade, na casa que nasci.
Ali eu segui meus estudos, conheci os amigos de infância e adolescência.  

Vou seguir em mais postagens 



Sonho Sonhado

  " Esse sonho vem com o intuito de conselho, para deixar de lado toda amargura e tristeza que você sente por conta de diversas situaçõ...