O Snoopy é meu representante em imagens.
Seu jeito de ser, suas peripécias, sonhos, e a vida de seu ângulo de visão são bem legais.
Me represento nesse carinha aí lado quando estou escrevendo.
Penso, penso, penso... Escrevo, escrevo, escrevo mas nunca me faço sentir como queria. Ou seria, nunca me satisfaço com o que quero abordar.
A dúvida do Snoopy é minha também.
Contemplo a vida e suas nuances, me vejo e revejo, tento encontrar explicações para muitas coisas que aconteceram e me trouxeram até aqui mas ainda não consigo entender as vidas, as coisas da vida, o homem e suas experiências, suas passagens nessa passagem que é a vida.
Acontece com frequência ficar como meu amiguinho aí acima quando atinjo niveis de frustração ou me sinto só, me vejo sem muita saída, me encontro impotente diante dessa enormidade que é viver.
A inveja pode ser uma palavra detestável e que muita gente abomina até em ouvir, mas, quando falo nesse sentimento, me refiro mesmo a quase um elogio supremo. É assim quando lembro de uma certa pessoa e sua forma de viver, de encarar com muita coragem a vida que gosta.
Eu elogio a sua busca direta pelo prazer sempre, custe o que custar, de qualquer forma e em qualquer lugar. O prazer é seu objetivo, seu objeto, seu destino, seu tudo.
A minha inveja é por sua liberdade de ser feliz como ela gosta apesar de tudo e de todos. Apesar da vida que sabemos estar a nossa volta. Ela entra em seu mundo e se faz feliz...
Estou aqui feito o Snoopy... Mão no queixo, pensamento longe e sabendo que não era isso que escrevi acima que queria ter escrito. Ou sobre isso.
Tenho visto meu sogro e sua inglória por quem tenho pedido piedade. Ele é muito forte em sua essência de Ser e por isso ainda permanece entre nós. Não dá para descrever.
Tenho visto meu filho que espera meu neto nascer e que deseja muito que seu avô o veja, que ainda esteja por aí quando ele vier.
E aí me coloco por vez na vida da gente.
Daí a mais algum tempo será minha vez de estar no final de tudo e assim por diante.
Consciência da situação de vida, de idade, de passado, presente e...Futuro????
Buscamos estar por aqui e defendemos a vida que temos, meterialmente falando.
Queremos sempre ser e estar melhor, queremos sempre mais.
Sonhamos diferentes, somos diferentes, temos mundos diferentes. E quando nos vemos misturados?
E quando estamos juntos de outras pessoas sem saber o que ou como elas são, o que sonham, como encaram a vida a nosso redor?
Essas semanas, mais uma vez, entrei num desses sites de relacionamentos... Frustração.
E, mal comparando aquela pessoa que citei, encontra-se milhares de mulheres (principalmente) buscando ainda "seu príncipe encantado", seu "grande amor", um "relaciomento sério".
Sorry, I don't believe it.
Coloco meu perfil, algumas fotos e espero.
Visito alguns perfis e não os maculo porque não me sinto príncipe nem sapo mas fico imaginando através das palavras, dos rostos em corpos bonitos (muito poucos, claro) e as idades, porque.
Me recoloco em dúvida quando tento me explicar o que faço ali, o que vou dizer e ter que ouvir.
Respeito e sigo por alguns dias assim... Alguns papos virtuais (mesmo com qualquer coisa assim fora de minhas buscas ou gosto) e a frustração de ser chamado de ridículo por alguém que só viu minhas fotos e delas não gostou. Estava de sunga e algo assim (ai, ai...) sexy. Afinal, não queria ou quero nenhum relaciomento.
Se incomodo, eu saio. Retirei meu perfil mas ainda assim não compreendo essas "senhoras" que recriminam o sexo, suas formas, perfis. Mas o que elas acham que é a vida?
Para aquela moça é prazer. Para mim, se pudesse, seria também. Muito mais por saber já não ter muito tempo por aqui e ainda querer. Se posso, nem mesmo sei. Aí são outros fatores, outras circunstâncias...
O Snoopy volta a tona e me retrata de novo.
Ele sou eu sonhando com a vida, vendo o mundo de meu canto, de meu ângulo de ver.
Adoro sonhar acordado até dormir.
As vezes demoro a pegar no sono.
Meu mundo é pequeno, meus sonhos são laureados com meu passado.
Meus pensamentos se revertem a não muito boas lembranças que me fazem querer esquecer quem sou. Vergonha de tantas coisas que passei, que vivi, me chegam com frequência e fortes.
Prefiro sonhar acordado para esquecer o que já fiz.
Queria escrever sobre a vida real, sobre meu trabalho, por exemplo.
Sabe aquelas fases ruins? Estou passando por uma.
Aquelas que você quer explicar e se complica mais, quer não errar e o erro te passa despercebido, quer ter prazer como há algumas semanas em ter feito bem e agradado e começa a perder isso também.
Aí me vem o futuro e me apavora de novo.
Aos 5.5 ainda precisando trabalhar, penso no passado dos mais de três anos tentando alguma coisa no mercado e das frustrações seguidas.
Relembro que não vou encontrar de novo a situação que hoje desfruto, depois de 4 anos ralando, claro. Ao meu trabalho me apego por suas condições de liberdade que não irei encontrar em outro mesmo sendo a noite, mesmo vivendo ao contrário das pessoas normais.
Já fui tanta coisa ao longo desses anos e depois de uma queda longa e tenebrosa, comecei do zero e consegui me sentir como me sinto hoje, vencendo de novo.
Mas aí vem as outras pessoas, como as do site de relaciomento, com seus sonhos e suas frustrações, seus sapos e príncipes. Sem ao menos me verem todos os dias, querem um relaciomanto sério, que eu seja um príncipe em seus encantos e sonhos e não aceitam as minhas fotos, o que sou, como sou... Até que eu me resolva como incomodando e retire mais um perfil.
Já vivi isso em outras ocasiões.
A vida é tão singela, os mundos tão pequenos e as pessoas não são nada.
Aquela pessoa encontra prazer, dá prazer e vive.
Outras, frustradas, creio, incomodam quem somente quer ficar e ajudar enquanto isso, enquanto a vida lhe permite.