Acho que a idade, as experiências vividas (das quais sinto falta) e a atual forma solitária de viver estão me causando um efeito mais ou menos sem explicação. Um questionamento desse pequeno mundo a minha volta.
Creio que, de tanto sonhar acordado (e já escrevi sobre isso) e observar as pessoas procurando seus detalhes, digamos, mais íntimos, acordei em mim nos últimos tempos uma fobia pela forma geral de comportamento a que "fomos" submetidos desde crianças.
Ainda não vi esse tabu ser abominado, cair por terra em nome de uma tal moralidade e privacidade íntima.
Olhe que nasci nos anos cinquenta, vi tantas coisas surgirem que os jovens que hoje sabem muito mais que eu sobre a vida nem imaginam.
Acho que eles nem dão importância quando se conta que a virgindade das meninas era uma coisa essencial a um casamento, a coisa preservada de família como se um tesouro de orgulho. E foi em poucos anos que ser virgem "estava por fora", o "negócio" era dar mesmo e pronto.
Não quero voltar a Adão e Eva mas devo admitir que a maçã sempre foi a cobiça de todos, homens e mulheres, desde que o mundo é mundo e estamos por aqui.
A mais casta das meninas que possa ter conhecido (duvido que não) tiveram e teem sonhos e vontades que lhe foram reprimidos e ficaram na sua famosa "intimidade" para sempre, para seu túmulo.
É estranho dizer isso mas até mesmo com as melhores amantes não me lembro de conversar ou saber delas sobre "como e o que elas são"?
Aliás, se sentirem ameaçadas em sua "intimidade" elas desviam a prosa, não falam a verdade, ocultam o que lhes parece "pecaminoso" ou "vergonha" que é própria de sua cabeça.
Não me lembro também ( aí é coisa minha mesmo ou pura coincidência) de, ao meu melhor amigo, contar detalhes meus ou de alguém que possa ter conhecido. Quando muito um elogio ou defeito, nunca detalhes "íntimos".
Já fui alvo de ser "menor" em rodas de bobagens, de não ter "comido" alguém ou qualquer coisa assim da juventude mas, repito, não me lembro se alguém contou os detalhes que me refiro sobre alguma menina (assim chamávamos as "gatas" de hoje) e creio que por não terem acesso, por nunca arriscar conversar e saber, aprender mais sobre o corpo seu e de outros.
Quem já leu esse pedaço de meus pensamentos, esse canto que é minha forma de fuga na ajuda e busca por um alento em muito que tive e que perdi, sabe que quando me refiro à "aquela moça", falo de minha "grande descoberta" quando o assunto é homem e mulher, paixão e sexo, muito sexo.
Ela foi a perfeição que eu sabia existir mas não acreditava encontrar.
Até dela (e aí entra o "fogo" que existia e não deixava pensar em mais nada...rsrsrsr) nunca obtive uma verdadeira conversa sobre "tudo" ou dos detalhes que me refiro a intimidade de cada um, seus sonhos e desejos, sua formação e sentimentos, seu passado, seu crescimento e transformação.
Fico olhando da janela do ônibus quando vou ou volto do trabalho as mulheres pelas quais passo e tento, como se com um raio x, enxergar o que ela tem, o que ela leva consigo, como deve ser a sua "intimidade" de vida.
Coisa de louco, não?
Voltando a ser exemplo, tive algumas experiências com mulheres que nunca revelei e confesso, por achar que não vão me acreditar, que vou passar por "cascateiro". É difícil para mim mesmo mas posso pensar que possa ser algo muito simples para muitos.
Adianto que não estou me vangloriando de nada (até porque não poderia..rsrsr) mas aconteceram comigo, eu vi de perto, ao vivo e até mesmo fiquei tão babaca que nem sei porque.
Parece mesmo que esses "mistérios" passam-se quando a gente está envolvido em outras coisas, com a cabeça em outros lugares ou cheia de pinga e só vai acordar para o fato depois que passa e pior, não temos chance de repetir, de ver de novo.
Outrora "Sapatão", a mulher que gosta de mulher evoluiu e hoje é bissexual.
Acompanho relatos, fatos, blogs, fotos, sites e confesso admirar a coisa. Na maioria são bonitas, de nível, mente aberta, casais e acredito que sem nenhum preconceito, livres de suas deformações impostas em tabus ou daquela "intimidade" que não deixa revelar como se é, como se gosta, o que sente.
Mas o que dizer mais?
O homem é tosco. Daqueles que quando se fala em sensibilidade diz "ser coisa de viado", principalmente se está em grupo e é daqueles que "come todo mundo".
A mulher (em sua grande maioria, infelizmente) "misturou" as coisas e tornou parte disso tudo, dessa evolução, em vulgaridade "dando" pra todos e por qualquer coisa, só por dar.
"Piranha" passou a ser termo abominado e incluído como se uma palavra sem uso ou normal.
Puta ofende ainda, ás vezes.
Daí vejo os jovens de hoje saírem em busca de algo diferente como dar porrada, marcar brigas, cheirar pó, fumar maconha e outros bichos mais em vez de curtir uma bela e gostosa menina.
Elas estão tão fáceis a seu alcance que perderam a graça.
Queria vê-los em meu tempo onde quem podia ir a antiga Pinta de Azevedo tinha moral entre os demais.
A mãe da gente quando sabia que estávamos de namoro com alguma menina, dizia ameaçando "olha o que vai fazer com a filha dos outros!!!!"... Dureza, meu caro.
Acho mesmo que quem está lendo pode mesmo não estar entendendo muito bem o que quero mostrar ou mesmo deixar para polemizar.
Penso muito sozinho e posso mesmo estar discutindo ou lançando um tema que ainda nem eu mesmo. admito, posso saber explicar. É mais ou menos como se eu soubesse na hora a cor da calcinha de uma colega de trabalho ou se ela prefere grande ou pequeno, preto ou branco, quando foi a última, etc...
Porque ficar na imaginação?
Porque não ser claro, expor o que pensa e ser compensado com respostas também claras, normais?
Vão me dizer "NÃO, como você pode pensar assim? " Ou "Isso é de cada um, não interessa, não é assunto para se conversar com qualquer um"...
A velha e boa "intimidade" que restringe, que devassa, que arrasa, que deprime, que toma de nós tantas coisas.
Queria ela desvendada, nua e crua.
Talvez com pessoas de nível primeiro, senão vão banalizar como fizeram com o sexo e esquecer de vez a sensualidade.
Já pararam e viram que somos nada de tão pequeninos?
Olhem a sua volta, a Terra e o Universo...
Acredito que posso comparar com uma cultura de bactérias.
Se vemos as ditas cujas e sabemos que medem microns porque não me posso comparar em relçao ao universo?
Escrevam alguma coisa. Vou gostar de dividir essa loucura.