Depois de tanta angústia que já possuímos privadamente, tanta falta de humanidade que presenciamos ou sabemos, eis que param o País em razões esdrúxulas que obviamente remetem a pobreza dessa imunda política que se pratica por aqui.
Assistindo ao desenrolar, sem esperanças porque não vejo saída, sofro as consequências como todo esse povo ignorante que ainda apoiam a essa corja que paralisa sem medir consequências a vida difícil que a maioria já tem que levar.
Preocupo-me com os meus, paliativo para o caos.
Então, surge aquele momento de solidão, de pensamentos egoístas e de realidade.
Olhando para mim, meus atuais desencontros, ansiedades, esperas pacientes, dúvidas e as mazelas que tomam conta devagar de um corpo que já carrega as contas do tempo e que foge à esperança de muito mais o que fazer de bom por aqui pela Terra.
Tenho saudades.
Sinto falta de um coração apaixonado que sofreu um bocado mas que teve seus melhores momentos também...
As perdas e as lembranças se entrelaçam.
De olhos abertos eu viajo no tempo e volto a realidade buscando um motivo para seguir.
Aos sessenta e um anos, me dou conta que apesar de muito ainda querer, ansiar, já não faço planos como há alguns anos.
Perdi tantos que nem mesmo ainda acredito que se foram para sempre.
As dores são outras.
Já bem ao fim da noite, o peito e seus stent's me fizeram crer mais na realidade quando umas pontadas pequenas apareceram... Aí pensei logo: eu nem escrevi o que desejo deixar sobre mim, de minha história de passagem por aqui.
Bateu um arrependimento, medo, que me deixou mais triste, mais preocupado e mais imaginando coo seria se ali fosse meus últimos momentos.
Tenho medo de morrer como muitos mas espero e peço que seja uma morte breve, como dizia minha mãe, "igual a um passarinho".
Imaginando e sonhando em poder descrever, fiquei a espera de que a dor passasse e ela se foi.
Agora estou aqui escrevendo para dizer tanta coisa que não consigo... Verdade.
Somos egoístas, pensamos e ficamos abalados pelos nossos.
Um filho na felicidade de seu aniversário, chegando de show com amigos, tendo os seus a seu lado e motivos para comemorar.
Outro passando apertos, com seu filho a espera de dias melhores e sem perspectivas de futuro.
De mim arrancaram o trabalho, o lazer, o sossego que gosto de ter.
E para piorar tudo, esse povo que não mede ou sabe o que faz dando apoio a um movimento estúpido como esse.
Tudo isso me deixa olhando a dor no peito e, como se avisado fosse, mostra que estou cada dia mais perto da estação final da minha jornada do trem da vida.
Nas mãos de Deus!!!
Assim seja!!!