Se eu pudesse, voltaria ao dia 24 de dezembro passado...
O ano não iniciou bem para mim e até por isso demorei a estar por aqui.
Tenho dois grandes amigos na vida e briguei com os dois nesses dias e afirmo que não me fez bem.
Eu tinha esperança dessas férias serem legais.
Eu tinha planos e buscava um pouco de coragem para aproveitar um pouco.
Ontem, 6 de janeiro, contou-se mais um ano sem minha mãe.
Ontem, após relutar muito, reservei uma pousada onde espero poder passear um pouco, sair de casa.
Ainda estou em casa como em meus dias normais... Mas estou de férias, caramba!!!
A coragem me falta mais ainda pelo estado emocional. A tristeza me torna à amargura, ao isolamento, a reclusão.
Saber que meu pai, meu maior amigo, me vê com medo, acha que brigo com ele por tudo é muito dessa causa.
Não culpo a ele. Eu não sei lhe dar com as coisas de meu pai sem me irritar e ser mais ríspido.
Eu não sei entender suas coisas porque não consigo enxergar o porquê de suas atitudes e teimosias.
Me falta paciência para aceitar que ele se esforce ainda hoje em poupar cada tostão que tem e não desfrute do todo construído em 91 anos.
Ele resiste em não ser o que pode e eu não concordo.
Ele sabe e já espera "armado" contra mim... Já moramos juntos até que um dia ele afirmou que "a casa é minha e faço o que quiser".
Quinta-feira me dispensou do quarto no hospital.
Antes, por influência (desgatante) de minha amiga Leila, voltei ao hospital onde pensava estar tudo bem na quarta e discutimos. Me desgastei com a enfermagem, com a companheira dele e com ele que dizia eu ter perdido seus documentos e negava tudo que me foi dito pelo telefone pela Leila.
Antes de sair de casa, muito irritado, verifiquei a minha pressão e marquei 17.6 x 11,2... Aí a minha revolta com 3 médicos que não se definiram em receitar a mim um remédio determinado.
Faço uso, mais ou menos, por minha própria conta e risco. Contrariado até mesmo com os efeitos colaterias deles.
Muitos (ou poucos) sabem como é "real a vida" quando se passa a enxergá-la dentro de um hospital. Como baixa a estima, te deixa down saber que nada és. Que seu tempo passa... Ficar ouvindo as histórias de meu pai em seu leito, inquieto com a situação de longa espera.
E ainda assim me sinto sem coragem de sair por aí, de viver um pouco, aproveitar o que tenho.
Não quero ferir e por isso me divido.
Não me sinto feliz mas não posso deixar tudo de novo para trás.
A cabeça dói pensando em alguma saída e o coração não sabe o que mandar fazer para amenizar as coisas.
Há uma esperança? Busco por ela... Mas é tão complicado, tão difícil.
Deixei minha liberdade lá para trás e as vezes sinto falta dela. Muita falta.
E ainda dizem por aí que o passado não interessa. Já passou...