Estive conversando com uma pessoa sobre algumas experiências de vida e lembrei de um momento um pouco atípico que aconteceu comigo em dado momento bem pessoal.
Claro que há dois lados envolvidos e o "negócio" que aprendi a ver ser chamado de a profissão mais antiga do mundo.
O atípico fica por conta da forma pela qual aconteceu e pela situação causada simplesmente porque éramos duas pessoas, dois seres que se encontraram e, sem muito se conhecerem, trocaram interesses.
Quero descrever a meu lado no fato e o meu erro.
Eu estava acompanhando dois colegas aqui do Rio aos quais falei sobre a casa que havia estado em outra vez que estive em Sampa. Pensei mesmo em encontrar a garota que havia saído naquela feita e que já contei aqui neste cantinho.
Como meus amigos já haviam se resolvido, o ponto de encontro era no mesmo hotel e tínhamos que estar de volta ao Rio pela manhã bem cedo, eu combinei com uma menina e rumei ao destino.
O fato é que eu não vejo nelas simplesmente o "objeto que adquiri para uso e descarte". Eu gosto e respeito essas meninas e quero ser amigo, gente.
O sexo poderia nem mesmo ter acontecido naquele dia. Eu estava feliz e muito cansado. A Márcia, que era falsa magra, tinha um rosto bonito e cabelos longos pretos, vestia-se de preto e vermelho, o que não me atrai em uma mulher, muito menos numa sexta-feira. A companhia da Márcia por alguns instantes me seria agradável. Ou até que pudesse sair para encontrar meus amigos.
Até chegar ao quarto ela estava solícita e carinhosa. Natural, como gosto.
Ao entrar, eu cai na cama sem tirar a roupa para relaxar enquanto conversava com ela.
A menina corria todo o quarto, como se procurando por algo ou alguém. Depois de preparar banho e cama, luz e etc, ela simplesmente ficou perto da porta de saída, postou-se diferente de tudo que se apresentava e disse: "Dinheiro primeiro."
Eu não entendi a princípio e continuei conversando, ainda deitado. Ela emendou dizendo que por ser "carioca" não deveria confiar em mim.
Meu primeiro argumento foi não ser carioca e sim fluminense e de nada adiantou.
A desconfiança dela em relação a mim me afetou.
Eu não havia colocado um dedo naquela menina e, o que me é característico, tratava-a com respeito e carinho.
A figura postada perto da porta defensivamente e diferente de tudo que havia se mostrado até então me fez ficar decepcionado.
Levantei-me, fui até a minha agenda que estava na cabeceira da cama, abri na página onde estava a quantia que fora combinada e disse para ela pegar.
Tirei minha roupa e indo em direção ao banho enquanto lhe dizia para ela que, se quisesse ir embora poderia.
Não fazia mais questão nenhuma de mais nada com ela.
Tudo em tom normal mas com uma cara ( sou bem transparente) que mostrava a minha decepção.
Voltei do banho certo de que não mais encontraria a Márcia no quarto.
Ela ainda estava lá.
Deitei-me só de tolha e nada falei.
A "profissional" iniciou seu trabalho mesmo com a meu pedido para que não acontecesse.
Não sou de ferro e, pela primeira vez na vida, fiz de uma forma que desconhecia: Sem prazer. Só por fazer e acabar com aquela situação.
Quando quiz, depois de molhar aquele cabelo de suor e de obedecer a todas as posições que me impôs, terminei.
Levantei-me e fui direto ao banho, como se nada tivesse acontecido...(Acho que foi meu erro).
Ao voltar, deitei-me de novo enquanto ela foi se lavar.
Ela voltou do banho e tentou me explicar alguma coisa enquanto se arrumava.
Nada respondi até que ela falou ser constrangedor para ela e que tinha uma filha... Então mostrei para ela que para mim também era constrangedor e que tinha dois filhos.
Eu não era um bicho.
Enquanto me ouvia, ela chorou.
Pedi que nem sempre ela fosse tão "profissional" como se mostrou. Pelo menos quando ela encontrasse alguém que a respeitasse e a tratasse como eu fiz.
Antes de sair, na porta, ela me pediu um beijo.
Levantei-me, a abracei e beijei, desejando felicidades.
Depois fiquei sozinho esperando a hora marcada com meus amigos para voltarmos para casa.
Foi assim, minha cara amiga, que uma vez fiz uma menina chorar.
Acho que não foi de todo ruim.
Acho que serviu para alguma coisa. Pelo menos para mim.
A conversa cortada que tivemos no MSN não deixou que explicasse e isso está me fazendo entender que você sumiu do blog talvez me achando um canalha.
Ainda entendo ser como sou.
Ainda me sinto carente pelo meu passado principalmente.
Ainda e sempre vou te respeitar e gostar de você, mesmo que não queira mais minha amizade.
Sinto sua falta e de nossa amiga comum.