Ela fez hoje cinco aninhos.
O vovô, que sempre falou em ter sua boneca, nunca pode ser o que ele pretendia ao conseguir realizar essa vontade de vida... Ela veio numa hora conturbada de casamento de meu filho, separação, dificuldades e luta para reerguer o que havia deixado para trás. Inclusive ela, que rejeitou como sendo dele inicialmente.
Não sabia o que dizer, o que fazer, o que aceitar. Nem os nomes que fora um dia mencionados se tivesse uma neta estavam mais ali. Valentina passou a ser Maria Flor.
Era um bebê fofo, gostoso, tranquilo e com muita saúde. Não dava trabalho e assim crescia.
Cada vez mais precoce em independência, deixou fraudas, chupeta e, depois de um pouco de luta com a mãe, o peito. Tudo isso antes dos três aninhos.
Babador a parte, é muito lindinha, minha única princesa.
E tudo continua confuso ao redor dela. Seus pais separados, cada um com novos companheiros, vivendo em meio a tantas coisas. Seu irmão que não aceitou a situação por ser mais velho que ela e não entender porque aconteceu aquilo com ele... Ela, Maria, é seu único refúgio. É nela que ele confia e busca abrigo.
Vovô continua sem saber o que fazer... Coração apertado e cada vez mais longe dessa coisinha que cresce rápido em esperteza também.
Vovô ainda não resolveu os problemas do pai dela e se sente deprimido, culpado em parte, decepcionado com a vida... Igual a irmão, como ela chama Matheus.
O vovô não sabe se Deus o perdoará mas não aceita também tudo isso que aconteceu e em tão pouco tempo.
Ele sabe que deveria ser diferente, que ele estaria babando sua única descendente princesa.
E ela é muito princesa!!
Deus a cubra de bênçãos e muita paz em toda sua vida que será feliz!!!
Vovô errou muito.
Mas o coração de vovô tem alguma coisa que guarda em gostar tanto do papai de Maria e seu irmão, Matheus, que nem ele sabe dizer porque.
O vovô, Maria Flor, quer que você um dia leia isso e tente entender que onde só poderia haver paz em sua velhice para poder ser mais próximo a meus netos, houveram tantas lutas e batalhas que lhe tiraram o certo desse fim de vida.
Um dia, Flor, quem sabe, vovô pode ser lembrado de coração aberto.
Hoje, sou nada que importa as pessoas e me afasto cada dia mais para não causar mal a ninguém simplesmente com minha presença. Hoje, vovô ainda está aqui para dizer SEJA FELIZ!
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