E seria isolada. Ou pelo menos longe de outros.
Mas, primeiro que eu não quero ser enterrado e sim cremado, então, não haverá lápide.
Sonhei sim, a vida inteira com a sorte.
Aos vinte e trinta anos, que eram outros tempos.
Aos quarenta e muitos outros sonhos chegaram com uma nova fase de vida... E de erros.
Aos cinquenta e quase todos os sonhos mudaram. Objetivos diferentes.
Agora, quase aos setenta, meus sonhos não são meus. Não diretamente sonhos para mim.
Eu sonho com a sorte de outros.
É que na verdade, não tenho inspiração em nada que me sirva como sonho. Nada mais me faz resplandecer, alegrar e não me tiram as marcas.
Só, se me fosse possível, isolar-me e seguir até o final do meu tempo.
Sabendo que realizei o meu sonho da sorte grande. Mesmo que não tenha nada mais do que sonhei para mim quando comecei a tentar.
O tempo passou.
O coração dolorido, magoado por magoar, já não tem nada mais para bater forte, acelerar por dias e momentos especiais, felizes.
O espírito foi vencido por tantas coisas... Sagrado é o meu Deus de fé!
Eu vi muitas coisas.
Eu vivi muitas histórias também.
Eu vejo o mundo hoje que me assusta com as tais mudanças climáticas, como se não bastassem guerras e outros horrores da humanidade.
Sem lápide, sem palavras, só alguém ou ninguém para em minha memória contar.
E lá se foi um cara que tentou a sorte... A vida inteira.
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