Hoje, dia de Santo Expedito, meu santo de tantas dádivas e preces atendidas.
Eu comecei esse post ainda no dia 19 de abril...
Rogai por todos nós!!!
Se fosse inventariar esse Ser que escreve, creio, nada mais que lembranças seriam encontradas para distribuir entre quem interessado fosse.
Boas e más lembranças.
Muito mais da segunda, com certeza. Afinal, onde ficaram as boas? Com quem senão comigo mesmo?
Pior é que estão se esvaindo como a vida, no descaso de quem poderia alimentá-las. No desprezo de quem as criou e dividiu comigo... E penso merecer. Assim me convenceram o tempo e a distância.
Ainda seguindo esse inventário, nada mais de bom eu teria a oferecer. Hoje acumulo traços de meu envelhecimento. Uma barriga enorme, muitos remédios diários pelo controle de evitar outro infarto, a solidão imposta em troca de paz, o medo do futuro, da morte, a ansiedade e depressão.
Somando agora a perda de um olho em questão de tempo e a "desconfiança" de câncer de pele.
Não há mais elogios ou coisa parecida e a minha presença ou opinião nada servem.
O inventário do homem, das posses, só o que resta é a luta maior para não ter o nome sujo e, apesar de me tirarem tudo ou me fazerem desfazer de tudo, a dignidade ainda fica. Mas nada vale em meio a tantos que pensam exatamente o contrário, não é?
Os meus sonhos sim. Nem precisam dividir mais... São só deles.
Eu sonhava diferente, olhando a minha vida, os meus desejos.
O tempo passou e com eles os sonhos mudaram. Até chegar aos dias de hoje, quando meus sonhos não me incluem. Seriam de outras pessoas que eu pudesse enfim, alcançar.
E meu inventário então, se aqui fosse decretado o meu fim de existência, nada tem.
Acho que nunca expliquei nem a mim mesmo esse caminho que me trouxe até aqui.
Muitas vezes, se assim me fosse possível, viveria como eremita. Acho que busco e encontro paz na solidão de meus dias e noites. Meus pensamentos.
Olho o futuro e vejo presságios de coisas ruins. Meus momentos, o presente, são vividos e agradecidos por acontecerem. O meu passado me mata devagarzinho ao ter consciência que nunca mais terei e, que alimentado na distância e desprezo, por minha situação pessoal, a realidade não mais me permite ter esperanças mínimas.
É como se eu tivesse que matar quem nunca morrerá... Pelo menos dentro de mim.
E a frase é...
"Onde quer eu vá, o que quer que eu faça, sem você não tem graça".
Canta Dinho, do Capital, na música FOGO.
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