Sonho Sonhado

 "Esse sonho vem com o intuito de conselho, para deixar de lado toda amargura e tristeza que você sente por conta de diversas situações ruins. Aproveite para prestar muita atenção nas atitudes e no que a pessoa fala, pode ser um meio que ela encontrou para se comunicar com você. Pare de viver sempre no passado!"

Definição de sonho com amigo, segundo Google. Uma das muitas.

Eu falo de sonhar mesmo... Costumo me referir aqui a meus "sonhos" aqueles desejos que a gente pensa realizar. Mas esses são sonhos durante o sono.

É sempre com meu amigo Edinho, e, como sempre, nunca me situo em lugares ou épocas, nem mesmo vejo a imagem de meu amigo ou o ouço. Nada marcante que eu possa lembrar para contar. Mas é estranha a sensação que ele me passa de paz, de tranquilidade, alegria como ele sempre fez quando em vida. A sua alegria era contagiante, suas graças e piadas sempre usando os amigos em volta.

Edinho era a segurança de bons momentos, boa conversa e conselhos também.

 Ele me era importante e eu nem notava como deveria... Sinto sua falta.

E o que diz a interpretação que retirei do Google parece muito com ele, com o que percebia em mim, e até mesmo com seus conselhos em relação a vida, as tristezas e amarguras que por sinal, me atormentam bastante nos últimos dias. Ele não me disse nada nesse sonho. Muito menos para esquecer de viver o passado.

Acho que essa parte eu só superava naqueles momentos que juntos dávamos boas risadas com as brincadeiras e histórias que ele contava, os apelidos que colocava e a alegria de estarmos ali, juntos, no que chamaríamos vida. Aquela era a nossa vida... Ele se foi.

Preciso declarar que, mesmo sem ouvir ou lembrar o que falou, sem ver sua figura ou saber onde estávamos juntos, sei que ríamos, ouvia ele sorrir e brincar com outras pessoas e acordar com uma sensação boa no meu Ser.

Edinho era meu mentor naqueles tempos de Escolinha e eu nunca poderia imaginar que faria tanta falta, nem o quanto ele me ensinou a gostar dele ou ele gostar de mim.

Que deus o tenha em bom lugar! Que cuide de nós de onde estiver o quanto puder!

Esse sorriso, essa cara cínica e essa alegria estão no passado, em minhas memórias.

Então como esquecer e não viver o passado se tudo que tenho no presente é amargura e tristeza?

Que perdoem todos!

Que me perdoe Deus!

Breve Memória Musical

 E se eu pensasse uma história em poucas músicas?

Uma história comprida, vivida e as vezes sofrida, as vezes sem igual. Parte de uma vida.

E tantos anos se foram. Assim como as músicas, que não envelhecem e não se esquecem.

Assim começou...

E seguimos...

Loucuras, perdas, idas e voltas... Até que:

Mas...

Então, sem saída, voltei a solidão... Mas sempre bate a saudade.

E essa me faz chorar.

Daí, vem sonhos.

E o tempo se esvai aos poucos mas com muita pressa. Tantas me fizeram sonhar, sonhar.

Aí um dia eu sonhei assistindo essa e me senti só em meu sonho. Me dei conta de que não haveria ninguém que dividiria o sentimento dessa música comigo...

Acho que ninguém dividiu ou saberia dividir esse meu sonhar... Paz e paixão misturados como nunca antes. Delírio, talvez. Só meu mesmo.

Inventariando

 Hoje, dia de Santo Expedito, meu santo de tantas dádivas e preces atendidas.

Eu comecei esse post ainda no dia 19 de abril...

Rogai por todos nós!!!

Se fosse inventariar esse Ser que escreve, creio, nada mais que lembranças seriam encontradas para distribuir entre quem interessado fosse.

Boas e más lembranças. 

Muito mais da segunda, com certeza. Afinal, onde ficaram as boas? Com quem senão comigo mesmo?

Pior é que estão se esvaindo como a vida, no descaso de quem poderia alimentá-las. No desprezo de quem as criou e dividiu comigo... E penso merecer. Assim me convenceram o tempo e a distância.

Ainda seguindo esse inventário, nada mais de bom eu teria a oferecer. Hoje acumulo traços de meu envelhecimento. Uma barriga enorme, muitos remédios diários pelo controle de evitar outro infarto, a solidão imposta em troca de paz, o medo do futuro, da morte, a ansiedade e depressão.

Somando agora a perda de um olho em questão de tempo e a "desconfiança" de câncer de pele.

Não há mais elogios ou coisa parecida e a minha presença ou opinião nada servem.

O inventário do homem, das posses, só o que resta é a luta maior para não ter o nome sujo e, apesar de me tirarem tudo ou me fazerem desfazer de tudo, a dignidade ainda fica. Mas nada vale em meio a tantos que pensam exatamente o contrário, não é?

Os meus sonhos sim. Nem precisam dividir mais... São só deles.

Eu sonhava diferente, olhando a minha vida, os meus desejos.

O tempo passou e com eles os sonhos mudaram. Até chegar aos dias de hoje, quando meus sonhos não me incluem. Seriam de outras pessoas que eu pudesse enfim, alcançar.

E meu inventário então, se aqui fosse decretado o meu fim de existência, nada tem.

Acho que nunca expliquei nem a mim mesmo esse caminho que me trouxe até aqui.

Muitas vezes, se assim me fosse possível, viveria como eremita. Acho que busco e encontro paz na solidão de meus dias e noites. Meus pensamentos. 

Olho o futuro e vejo presságios de coisas ruins. Meus momentos, o presente, são vividos e agradecidos por acontecerem. O meu passado me mata devagarzinho ao ter consciência que nunca mais terei e, que alimentado na distância e desprezo, por minha situação pessoal, a realidade não mais me permite ter esperanças mínimas. 

É como se eu tivesse que matar quem nunca morrerá... Pelo menos dentro de mim.

E a frase é...

"Onde quer eu vá, o que quer que eu faça, sem você não tem graça".

Canta Dinho, do Capital, na música FOGO.

João & Maria... Recado do Tempo

 Agora eu era o rei

Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz

E você era a princesa que eu fiz coroar

E era tão linda de se admirar

Que andava nua pelo meu país

Agora era fatal

Que o faz-de-conta terminasse assim

Pra lá deste quintal

Era uma noite que não tem mais fim

Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?

"Entrega Tudo".

 No começo de sua luta, o guerreiro da luz afirmou: "Eu tenho sonhos".

Depois de alguns anos, percebe que é possível chegar aonde quer; ele sabe que vai ser recompensado.

Neste momento, fica triste. Conhece a infelicidade alheia, a solidão, as frustrações que acompanham grande parte da humanidade, e acha que não merece o que está para receber.

O seu anjo sussurra: "Entrega tudo". O guerreiro ajoelha-se, e oferece a Deus as suas conquistas.

A Entrega obriga o guerreiro a parar de fazer perguntas tolas, e o ajuda a vencer a culpa.

Paulo Coelho - O Manual do Guerreiro da Luz, página 97

 

Eu me lembro bem... Tinha meus sonhos.

Eu os perdi, é certo. O tempo se encarregou de tomá-los.

Aos poucos, bem aos poucos sem me dar conta, eles foram mudando, mudando e ficando cada vez menos perto, menos frequentes e diferentes, assim como eu.

Nos últimos dias, em meio a tantas coisas me atormentam o sujeito, descobri que tenho uma catarata sem recurso de cura e, um "pré" câncer de pele no nariz. 

Os incêndios de família que a gente faz tudo que pode para apagar... E paga.

As decisões e indecisões, a solidão de quem chega perto do fim, as realidades e ameaças reais, fictícias ou mesmo para aqueles que "anunciam" o fim de tudo. Usam até a Jesus para aterrorizar dizendo de sua volta prometida...  

Sentamos para conversar e nos damos conta de que todos os assuntos são notícias ruins. Amigos, familiares, conhecidos e desconhecidos sofrendo, doentes ou não, problemas e mais problemas. Até a gente dar por conta e dizer "Vamos parar. Nada do que falamos foi bom".

O guerreiro da luz entrega suas conquistas... Deus sabe que são pequenas em comparação a seus pecados.

Este guerreiro aqui pensa já ter feito sua Entrega mas não venceu a culpa. Algo fez errado ou falta fazer, com certeza.

Hoje, após cumprir a rotina matinal e chegar ao banho me dou conta de agradecer. É simples o fato de fazer suas necessidades e poder tomar um banho gostoso, sem precisar de ajuda, por suas próprias forças que não somos gratos. Deveríamos ser mais gratos.

Em minha busca pela paz, a minha guerra maior será sempre contra mim mesmo.

Mas, sem sonhos, sem prazeres, quase sem lembranças e desgastado pelo tempo que passa, continuo seguindo. Pela paz. A paz que sonho conquistar.

Paz e Luz 🙏

Começou Abril...

 Dias difíceis.

Para quem sofre por causas pequenas como eu, qualquer má notícia cai como uma bomba e vai destruindo o "terreno" da paz devagarinho até causar danos. Essa é a minha depressão. Assim ela é.

Mês de muitas marcas para mim, começou com as dúvidas sobre minha saúde e as dívidas em que se meteram os filhos. Socorrer a eles me custa uma decisão longa e ingrata que não conheci saída e assim foi.

A família, os conhecidos, os acontecidos me tiram a paz. São só coisas desagradáveis. Daquelas que a gente nada pode fazer e abate... Tome depressão!

As ameaças vem de todas as partes. Até a guerra na Rússia e em Israel, passando por cães de raça ruim que devoraram uma senhora de 72 anos, escritora, de vida pacata e sem razão. A revolta fica indignando a gente e aí as coisas terríveis que vão a nossa volta vem a tona. Tudo está ruim. A vida está ruim. Só Deus pode por misericórdia.

Nesses tempos, sozinho, bate a saudade e, nem com ela posso contar. Quem sinto saudade já se foi ou me esqueceu. Meu pai, amores, paixões, trabalho, saúde... Mas sou enganado por minha mente e me vejo pensando ou sonhando assim. Me dou conta e sei que nada mais voltará. E tome depressão! 

Quase ninguém sabe que sinto, creio. Não represento nada mais mesmo.

Vivo recluso e tenho meus temores. Isso basta para não ter mais crédito em opinar ou tecer comentários. Ser ignorado ou visto como um tipo "esquisito". Doente, talvez.

E isso vale para os de casa e os poucos que me veem, no condomínio onde vivo.

Seria bom me isolar de tudo e todos que conheço. Protegido e sensato, quem sabe eu poderia ser outro cara, viver outras coisas, ajudar pessoas? O sonho é realidade se ganhasse um prêmio que persigo há tempos. 

Um sonho simples.

Um recanto bem longe de todos e tudo. Até o fim.

Uma História de Amor. Visão da Vida

 A pergunta não foi feita, mas, com toda certeza, a resposta seria uma só.

Ontem a noite, na TV Record, Roberto Cabrini entrevistou Milton Neves em seu habitat. Ou seja, num palacete em plena São Paulo onde vive solitário e tem somente a presença de três funcionários que cuidam dele e de tudo mais.

Eu conhecia um lado do homem Milton Neves: aquele arrogante apresentador de TV em programas esportivos que eram na maior parte merchandising de onde ele se diferenciou e começou a juntar sua fortuna. Ele se diz um "caipira que deu sorte".

Não sabia da história do homem, do garoto que saiu de Muzambinho, no interior de Minas Gerais, ao descobrir que tinha chance de aliar a voz poderosa e sua paixão pelo futebol, pelo Santos e por Pelé. E chegou ao rádio em São Paulo, depois a TV e então, com muito trabalho, diversos ramos de comunicação e publicidade. Um vencedor.

Aos setenta e três anos, esse cara multimilionário, está diante de uma realidade que, penso, nem ele imaginara para sua vida de conquistas e glórias.

Uma história de amor.

Ele não aceita a perda de sua amada esposa que faleceu em 2020 e deixou um vazio no homem que talvez ele não conhecesse ou quisesse ver que existia.

Dona Lenice foi sua primeira e única namorada, noiva e mulher. Viveram juntos por 52 anos entre namoro e a morte dela. 

Tiveram três filhos e duas netas. Um império que consta de 5 fazendas, cerca de 90 imóveis que inclui 2 apartamentos em Nova York e 1 em Miami e a mansão que encanta...

A fachada com um belíssimo jardim na entrada
 

O quintal com piscina, campo de futebol, etc...

Ele fala de tudo isso com "desprezo", sabendo que não há valor mais para ele. Suas conquistas representadas ali em seu patrimônio que alega não saber quanto já nada valem sem sua amada Lenice.

Um homem amargurado pela perda que não consegue superar. Doente mentalmente falando, pela depressão, amargura e solidão.

Roberto Cabrini anda com ele na sua fazenda batizada como Lenice e repercute que o profissional está ali, que se transforma ao falar do que mais gosta, o futebol.

Mas a derrota logo toma conta daquele ser humano que quer manter a pose de forte, de enfrentador e persistente como ele sempre foi. A depressão é algo muito sério!

A resposta para a tal pergunta que não foi feita, com certeza, seria sim... 

Ele, apaixonado como poucas vezes vi, trocaria tudo que tem para ter a sua Lenice de volta. Sem dúvida alguma.

E quando a gente descobre ou vê um exemplo como esse do Milton Neves, mesmo com um enredo de amor platônico e verdadeiro que se conta como uma história ou um conto, damos conta de uma só verdade sobre a vida: somos todos iguais, sem distinção e, querendo ou não, tudo vai se acabar um dia.

Nada, absolutamente nada, faz retornar um só minuto passado de seu tempo.

Ele passa e não para por nada... Para nós sim, ele deixará de existir um dia.