Como no dia 6, quase ao fim deste dia também marcado de janeiro, resolvo vir escrever.
Tenho me sentido sem o que preencher os meus dias e noites. Tenho perdido o interesse em coisas que me prendiam a vida cotidiana e me preocupo com isso.
Hoje, dia 9 deste mês de janeiro fatídico, marcam 8 anos sem meu pai.
Olha aí o seu orgulho ao lado de filhos e netos... E se contar sua história, desde a sua infância muito pobre em meio ao mato de um vilarejo que o viu nascer e crescer, não saberia dizer o tamanho de sua bondade, a humildade e sabedoria em meio a sua maior virtude que era a honestidade.
Falar de meu pai mais uma vez não é passível para hoje. Ele já não faz mais parte desse mundo e, quem sabe, esteja em paz por isso.
Se eu pudesse te contar, conversar um pouco e te ouvir... Te contar tantas coisas, conversar sobre e ouvir suas palavras de coragem e ânimo. Seguir em frente porque saberia que estava ali.
Há em mim um desânimo geral sobre a vida.
Da mesma forma que agradeço a Deus por ter o privilégio de poder tomar um banho sozinho, com conforto e todos os dias, eu questiono a paz pelo mundo, as disputas sem fim pelo poder, as doenças que levam ídolos e pobres conhecidos e o meu tempo.
Me faz falta um motivo para viver. Eu só tenho sonhos e eles estão cada vez mais escassos, sem perspectivas. Na verdade, sonho pouco, sonho pequeno e não para mim.
Na verdade, eu tinha um sonho de esperanças e os vejo morrerem mais e mais em saudades e realidades, em minhas lembranças que se esvaem junto com o esquecimento de quem sonhava ver de novo um dia, falar que fosse. Longe disso, eu sei. E então não mais enxergo sonhos.
A águia faz parte de meu nome.
Nem sempre fui águia. Acho mesmo que nada tenho de águia.
Se bem que sempre voei alto em meus sonhos, enxergando de cima e contando histórias para mim mesmo. Sempre com finais felizes, mesmo com lágrimas.
Alguns sonhos eu consegui. Foram sonhos os momentos de vida que marcaram de prazer e paz este meu ser. Que me deram orgulho. Que nunca imaginei poder.
São minhas as lembranças que transformaram meus dias, me deixaram decisões, solidão e me trouxeram até aqui. Eram meu combustível de viver. De vida.
Me sinto um nada do que fui.
Sou mesmo nada e sei porque me sinto assim.
É verdade. É a vida!
Por vezes eu lembro que Deus sabe de meus dias.
Ele não quis que eu fosse embora ainda. Estive perto e Ele não quis.
Mas tenho a sensação de que preciso preparar a minha viagem... Ou seria descer em uma próxima estação do trem da vida?
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