O Encontro Das Estrelas

O Encontro Das Estrelas
A lenda milenar onde Altair e Vega se encontram uma vez por ano

Sem Nação

Cidadão há 67 anos, brasileiro com orgulho de ser, fui humilhado perante o mundo todo quando uma corja de togados podres a sua revelia, passando por cima da Carta Magna do país, colocou no poder um molusco ladrão, descondenado e impôs a mais descarada fraude em sua eleição, sem que houvesse nada para parar esse poder. A esperança eu vi em decepção, quando as gloriosas forças armadas lavaram as mãos e ainda prenderam cidadãos que dela se orgulhavam. Humilhado e decepcionado, esse cidadão é não mais brasileiro. O que eu tinha orgulho transformaram em vergonha. E sem direito a luta, numa verdadeira e sórdida ditadura, afirmo que meu país deixou de existir. AQUI JAZ BRASIL.

sexta-feira, outubro 15, 2010

Lembrando Coisas

Há coisas na lembrança da gente que, não sei bem porque, retornam sem que espere.
Imagens que ficaram tão longe mas que estão vivas na memória e ainda me fazem pensar "Se eu tivesse feito..."

Brasília, 1970.
O Botafogo de Futebol e Regatas representado por sua categoria infantil (dente-de leite, na época) faz um amistoso comemorativo de natal no estádio Mané Garrincha contra a seleção de Brasília.




Segundo tempo de jogo. Na cobrança de escanteio a bola sobra fora da grande área, rolando em minha direção...

No treinamento de apronto, ainda em General Severiano, durante um treino tático, um grito que ainda ressoa em meus ouvidos : "Bate!!!"
Era "seu Néca" que gritava comigo para bater no gol uma bola que me foi rolada fora da grande área.
Eu atuava como lateral e dificilmente, com 12 anos, teria chance de fazer gols assim.
A ordem foi ouvida e executada e a bola entrou lá no ângulo da baliza.


Eu estava na intermediária do adversário, na direção do bico da grande área e, quando vi a jogada se delineando em minha direção, me preparei como se já tivesse vivido aquilo que iria acontecer.
A bola rolando em minha direção e em meus ouvidos aquele grito que ouvira dois dias antes, longe de onde agora estava, com adversários e torcida na arquibancada, ressoou forte sem mesmo ouvir quem gritou desta feita... Ela saiu forte, rasteira desta vez e bem no canto. Explodiu no peito do goleiro e saiu em novo escanteio...

Maracanã, 1971.
A selefogo (assim batizaram o Botafogo daquele ano pós tri mundial) não tinha no ataque Roberto Miranda...


"A passagem de Roberto pelo Flamengo foi devido a uma situação de não renovação de contrato. Tal fato fez com que o ídolo botafoguense, fosse atuar num pequeno período no arqui-rival. Bom para os rubronegros, mais péssimo para o Botafogo. Roberto jogou, um antepenúltimo jogo no returno do Campeonato Carioca de 1971, no qual o Flamengo bateu o Botafogo por 2-0, com gols de Buião, tirando a chance do clube de General Severiano se sagrar campeão antecipadamente e, ainda, obrigou o alvinegro fazer uma final com o Fluminense, no qual perdeu o título.de 1971. Além do mais, fez falta no Botafogo nesta campanha."
Eu estava nas cadeiras junto meus colegas (todos botafoguenses como por exemplo Ronaldo Torres) assistindo de graça a Botafogo x Flamengo e vi uma cena que nunca mais esqueci.
Roberto fora trocado por Paulo Henrique, bom lateral do Flamengo que se juntou aos outros da seleção que atuavam no Botafogo.
A coragem do Roberto em deixar o clube e ir para o rival, jogar numa equipe fraca já fazia daquele jogo algo mais.
As coisas simples ficam na memória e eu vi, pela primeira vez na vida, um centro-avante jogar de zagueiro, ajudando a sua defesa que era massacrada pelo adversário. Estávamos no segundo tempo da partida e o 0 X 0 incomodava o Botafogo, melhor em tudo e acostumado a fazer goleadas e depois dar olé.
A raça do Roberto naquele instante me fez estar em seu lugar. Eu passei a torcer por ele (não pelo Fla).
Quase fim de jogo.
O time do Flamengo se enche de brio e vai pra cima do Botafogo.
Murilo recebe uma bola na intermediária e olha o Roberto entrando e gritando na entrada da área.
O cruzamento foi perfeito. Um arco interceptado na altura da cabeça dos zagueiros por um voleio magnifíco sobre a meia-lua.
A bola saiu reta, um foguete, bateu de cheio no travessão e foi parar na geral...
No campo, Roberto dava socos na grama, exausto e com muita raiva.
O artilheiro botafoguense mostrou a sua raça e passei a ter por ele um carinho e respeito maior que tinha antes.
O jogo foi ruim.
O empate frustrou os Botafoguenses.
Eu sai maravilhado com a vontade e a raça de um cara.
Mas ainda me sinto frustrado por ele não ter feito o gol.
Aquele, talvez fosse o gol, de muitos que fez, que ele queria ter feito. 



Roberto Miranda em 2010.

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