A LUZ

Antes da virada do ano ontem, andei revirando algumas coisas minhas e encontrei num CD o motivo de estar aqui escrevendo neste primeiro dia de 2015.
Trata-se de algumas músicas que ouvi muito quando estava trabalhando ainda na FIOCRUZ e que nem sabia mais de sua existência. Há alguns meses, tentei em vão lembrar as músicas ou o nome do grupo.

Ontem, porém, testando meu DVD-RW, lancei mão de alguns CD's  que estavam num velho naipe e, sem conseguir ler o que estava escrito (foi gravado por alguém na época) que o identificasse, corri ao YOU TUBE com somente duas palavras e cheguei ao LIGHTHOUSE FAMILY.

 

 

Eram dias turbulentos de coração e vida maltratados por uma paixão marcante.

 

Fora uma época que estava morando junto com meu pai e lhe deixando preocupado com minha situação de sofrimento pela moça, com ou sem a moça.

Meu pai, num desses dias antes de sua agonia, lúcido, sentou-se e lembrou uma passagem dessas que me viu chorando deitado em meu quarto. Depois falou da pequena que teimava em dizer Coca-Cola do jeito dela e da moça, motivo de meu sofrer.

 

 

 

 

Eu nem conhecia os donos da vozes que ouvi muito.. Eram anos 2000.

O tempo passa rápido demais.

Fazem 20 dias de meu pai num CTI.

Hoje, na visita, pela primeira vez o vi de novo com a gente.

Sem sedação, respira por aparelhos mas reagiu a estímulos, obedeceu abrindo os olhos e o vi de boca fechada.

A dor de ter ele ali naquela situação se misturou com um pouco de alegria e preocupação.

 

Ontem revi meus momentos misturados nas músicas daquela época...

Hoje, coração mexido em sentimentos opostos ao saber que meu pai está ali e vive.

 

Aniversário do Blog

Ontem, dia 25 de dezembro, este cantinho completou mais um ano de existência.

Quando comecei, há oito anos, vivia uma parte de minha vida em meio a turbulências de uma paixão.
Incentivado por uma amiga, madrinha do blog, ele é meu ombro amigo e confessor.
Também serve de observatório das coisas cotidianas, dos males e dos bens, segredos até...

Este meu amigo, meu companheiro já me viu chorar enquanto escrevo, rir e me divertir.
Tratar assuntos sérios, mesmo que sem leitores.

Quando comecei, estava desempregado, morava sozinho e logo tive a companhia de meu pai que, por infortúnio, foi colocado para fora de sua casa pela sua "esposa" terceira e venenosa cobra que o queria ver morto depois de explorar tudo que tinha juntado em sua vida.
Um erro que ele fez questão de resolver rápido... Em poucos meses, recuperou suas finanças e me levou com ele para uma nova moradia, dessa vez onde sempre gostou de estar, Icaraí em Niterói.

Estas eram as vistas de nossas janelas e ele adorava quando via o mar da baía de Guanabara pintada de barquinhos a vela...

Bons tempos...

Hoje, meu pai está num leito de hospital há 17 dias.
Lutando com a vida que já não estava mais querendo.

Como no início, meu coração vive um drama de dor e incertezas a espera de algo mais.

Aqui quando começou sua saga em novembro...

Agora, grave e pela graça de Jesus.

 

Feliz Aniversário, meu blog, meu amigo.
Deus esteja contigo meu pai...

Natal & Vida

Tão simples é a nossa vida que dela queremos tudo aquilo que se possa sonhar.
Mas a tal realidade, cruel e avassaladora, nos diz quase conjuntamente que é tênue, as vezes sem lógica.

Meu pai, mesmo que nos últimos anos já não mais fazia nada, não saía de sua rotina em dormir cedo indiferente a fogos que insistiam em fazer barulho, não deixava de montar a sua mesa de Natal.
Com seus enfeites e brinquedos guardados há anos com todo carinho, fazia questão de vê-la arrumada para a festa do nascimento de Jesus.

Isso era sonho de vida que ele carregava ao longo de tantos natais.
Curtia cada brinquedo como criança feliz.

Hoje, 16 dias no CTI de um leito de hospital, talvez nem imagine que seja noite de Natal.
Quem sabe o que pensa, sonha????
A realidade maldosa o levou até lá. E foi por tantos anos vividos, por não admitir que a tal realidade tirasse dele o que tinha de orgulho, de vaidade: a sua saúde.

Minado pela depressão, deixou-se levar a cabo o plano sórdido da sua inimiga.
Vê-lo parado, respirando por aparelhos, sem reagir a tantos tubos em seu corpo, me deu a má impressão e a dor do que chamo de realidade... O fim.

Meu pai em sua simplicidade bondosa não deve estar mais ali...

Nesta noite comemorativa do nascimento de Cristo, oro ao Senhor que o acolha em seus braços e o coloque numa manjedoura para dormir o sono eterno do descanso final, se assim lhe for consagrado.
Aqui sozinho em minha casa, retrato de meus avós ao lado, acostumado a ver a data como mais uma dádiva, momento de refletir em paz e amor, não poderia deixar de pensar e escrever sobre o meu velhinho. Meu bom velhinho que me deu o maior presente de todos, a vida.

 

São José, em sua bondade de pai continue nos guardando os sonhos e nos guiando.

Feliz Natal, meu pai!!!
Esse é o primeiro sabendo que não posso ouvir sua voz a me desejar tudo de bom...

Fotografia & Orgulho

Em dias difíceis como os de agora, com meu pai lutando pela vida num CTI ( e sei de seu sofrimento por suas palavras ainda lúcido ), encontrei uma foto que muito marca para mim a minha vida em momentos gostosos naquilo que está no sangue Xavier, na história Xavier.

Da esquerda para direita, em pé: Sidy, Victor, Ademar e Altair; agachados Vinicius e Ademir.

No tempo do veteranos Diamantina, mano Sidy não participava mas levou meu pai ao campo num domingo, creio dia dos pais.

Neste dia, essa foto marca para mim um orgulho muito grande em jogar com meus filhos e meu irmão, tendo meu pai a beira do campo.

E houve outro em que jogamos juntos meu pai, meus irmãos, filhos e primos, em Silva Jardim, terra dos ancestrais.
Orgulhoso, meu pai, com certeza, teve um prazer que poucos nesta vida tiveram.

Polêmico & Eterno

Polêmico e poético, esse é o tal AMOR.
Claro que de meu ponto de vista, minhas experiências e vida.
Anos atrás pensava e resistia que a palavra usada sem muito escrúpulo, banalmente, não poderia ser assim considerada na maioria das vezes pronunciada. Seria algo maior, sublime, uma coisa de Deus, muito acima dos sentimentos considerados e ofertados em momentos da vida de cada um.

Dizer EU TE AMO simplesmente virou diretório da boca para fora, justificativa de algo bom ou ruim, no interesse por alguma coisa do outro. Apelo.
Nada disso.
Na maioria das vezes a tal PAIXÃO é que arrebata o Ser a dizer o AMOR...
Não julgo o sentimento da verdadeira mãe, aquela que dá sua vida e vive por eles, seus filhos. Esse sim é um sentimento que respeito em chamar de AMOR.
Mãe é uma só. Única e sem igual, determinada, segura, amiga, sofredora, destemida e muito mais em toda sua vida por seus rebentos.
Ainda assim, casos a parte, existem e que não considero mãe, que abandonam, jogam em lixeiras, trocam por outras coisas da vida, etc, etc, etc...

O que vejo, sinto e conto em verso e prosa por anos é a tal coisinha chamada PAIXÃO.
É normal, arrebatadora, nos faz sentimentos gostosos, nos traz vida, deixa nas nuvens e tanto mais.
Comete-se loucuras, contam-se grandes casos, faz parte da história da humanidade.
Que é gostoso de ter e viver isso é...

O resto, o que chamam de amor, para mim não passam de interesses e sentimento de posse.
E ainda assim, estamos cansados de ver e ouvir "acabou o amor" como desculpa para viver uma nova paixão ou se livrar do que não mais se quer ter. Liberdade, afinal e de novo.

Bom, aqui é meu canto, aqui me expresso.
Polêmico assunto que nem sei porque resolvi escrever... Talvez para preencher tempo e trocar os pensamentos que me afligem o momento de vida.
E estou de férias, quinto dia, mais uma vez sem fazer nada por mim mesmo.

Sinto muito a quem discorda, apesar de poucos leitores...

Sonho quase alcançado

Há uns dias, sem motivo senão o de simples clicar, me coloquei no interesse de uma vaga de emprego pelo LINKEDIN...

Surpreso, recebi um contato telefônico neste sábado que me tirou do chão, me fez viajar, voltar a sonhar como fazia desde os vinte e poucos anos.

Ainda pelo telefone, incrédulo, perguntei a moça que ligava e dizia de minha participação no processo seletivo, "na minha idade atual, como podem querer meu trabalho?"... Já passei por uma fase difícil de não ter emprego, portas fechadas por estar com idade acima da especificada em perfis declarados pelas empresas que recebiam meus curriculuns.

Foram anos.

Antes de meu emprego atual, estive quatro anos desempregado, sem nenhuma perspectiva e vendo as chances que surgiam me descartarem por ser "velho" a vista do mercado.

 

A Vanessa (nome da moça que me contatou) insistia em dizer que a vaga era para o interior e eu a responder que "tudo que gostaria que fosse"...

Entrevista marcada para esta segunda-feira e, pasmei outra vez: via SKYPE.

Tudo novo para quem sonha como eu, vive o que vivo atualmente, em um Estado que gostaria de ver bem de longe desde moço, desde que conheci o interior de São Paulo e me encantei.

 

Corri ao mercado para obter uma webcam e fui me aperfeiçoar no dito meio de comunicação.

Hoje pela manhã, tive o prazer de encontrar ON LINE o meu caro amigo Carlos, de tantas vivências em meu caminho profissional, que usei para testar se meu equipamento estava ok, conversar sobre o acontecimento e ouvir conselhos. Dividir com ele esse momento foi muito bom para mim.

 

Mas voltamos ao sábado e domingo...

Fui a cidade de Toledo, interior tanto citado, via net e não quis mais sair de lá... Fiquei apaixonado.

Tudo que gosto de ver: ruas livres, retas, organização, muito verde, parques, praças, lindo demais...

A empresa e sua grandiosidade.

Imobiliárias explorando moradias futuras, preços e adequações.
Passagens aéreas e de rodoviárias... Já me via por lá.

Sonhei e dividi o coração o fim de semana todo, pois sabia que não poderia dizer sim e ir embora agora. Esperava pelo momento da entrevista sabedor de minha realidade ser mais forte que meu sonho... Doía meu peito a razão ser mais forte.

 

Agora há pouco terminei a entrevista esperada e feliz, coração doendo, sabia que seria vencido pela razão.

Orgulhoso em meu ego, agradecido por tanta atenção e por falar com pessoas tão boas como o sr. Raimundo, admirável em simpatia e receptividade, agradeço a W/Pharma por me conceder essa oportunidade de vivenciar uma chance. Uma única em tantos anos de sonho tentando.

Estou feliz desde sábado.

Fiquei mais ainda em ser sabedor dos elogios que recebi, sinceros e bondosos.

 

A vida nos ensina.

A vida surpreende.

A vida nos conduz a caminhos que não sabemos muitas vezes explicar.

Deus está no comando e deu mais um presente a esse velho aqui... Mostrando que ainda pode ser, ainda dá para sonhar e conquistar, apesar das dificuldades.

Mostrando que sempre está com todos nós.

Abençoado seja!!!

Abençoado sou. 

Meus Delícia

Eu dormi pouco para uma terça-feira.
Madrugada dura, primeira noite e fiquei devendo tarefas que não tive tempo suficiente para completar.
Mas acordar e receber a notícia de que seu neto vem jantar e vai trazer seu filho, primogênito agarrado com pai e mãe, acelera o processo de preparo para nova noite de trabalho.

Aí vejo no Face da avó a carinha linda e as fotos do Matheus que completou seis meses ontem...



Seis meses.

Olha só isso!!!!
A pose de engatinhar é verdadeira.
O moleque é forte mesmo. Muita força nos braços e pernas adiantam o processo de andar, locomover-se.

Então, já na mesa do jantar, chega o Davi em alvoroço trazendo uma caixa na mão e dizendo "Bateria, mamãe. Bateria", achando que fosse um brinquedo novo o pequeno vaso sanitário que a avó deu. O famoso troninho.
Daí espera-se a decepção e até choradeira quando se é obrigado a mostrar e explicar para que serve o novo "brinquedo" que ganhou.

Igual a macaquinho: tudo é sacanagem...rsrsrsrrs



Dançando.

Mas esse é o Davi, filho de Paula que é certeza de alegria, sorriso frequente, festeira, divertida o tempo todo. Não tem tempo ruim para essa garota... E ele, Davi, é exatamente assim.

A expectativa de nós, avô, avó e pai (até mesmo da Paula) era da decepção certa quando visse o presente... Pois não é que o sacana colocou no chão, abriu o tampo, arriou a bermuda, fraldas e tudo mais e sentou no dito cujo, feliz.
Na risada geral ele ainda tentava enfiar para dentro do vasinho o pintinho que ficava de fora... RSRSRSRSRSSRS


Diferente das ruas, como agora pela manhã presenciando violência e drogados enquanto esperava o ônibus, minha casa é meu refúgio e os meus o meu remédio.
É interessante como me ligo ao mundo de sair de casa, seguir para o trabalho, me alienar de tudo mais... E quando entro pela manhã e tenho meus 15 minutos com a avó, ouço mais peripécias dos netos, relembro passagens de ontem e me ponho sorrir.

Há se vingar o mundo na paz futura.
Minhas crianças merecem viver em algo melhor.
Eu que vi e passei outros tempos, menos moderno mas bem mais seguro e esperançoso, hoje temo a cada passo, a cada dia, a violência, impunidade e até o clima assustador.
Há dúvidas em minha mente, problemas que se parecem insolúveis e os sorrisos de meus netinhos para acariciar o ego, fazer esquecer a vida louca e bandida a volta e apaziguar o coração.

A bênção, Nosso Senhor!!!
A bênção, São José!!!

Tempo & Vida

Lá se vão os dias... As preocupações diárias nem deixam que a gente perceba.
Ontem a noite me dei conta de estarmos em outubro e ter esses três dias que correm juntos significativos para mim.
Ontem, dia 7, motivo de orgulho e alegria seria, se pudesse ver, ouvir, saber da pessoinha que completou mais um niver. Deve estar uma linda moça com a beleza da mãe e as bênçãos de Deus...

De longe, sempre rezo por ela como pelos meninos.
As vezes penso se ela sabe de mim alguma coisa, de bom ou ruim, mas alguma coisa qualquer.
Será que existo? Ou só a sinto daqui em meu coração e lembranças?

Inicialmente falar de tempo é lembrar o passado.
E o meu é forte em minhas lembranças.
Até porque vivi algo inusitado, em meio a turbulências e uma paixão que me tirou o rumo, me fez egoísta e me deixou entregue.
Ainda lembro das vezes na madrugada que pedia ao Cristo Redentor tantas coisas, promessas... Olhava ao longe entre as árvores da Fiocruz a sua imagem imponente sobre a cidade e sentia as lágrimas deixarem meus olhos junto com meus pedidos de acalmar meu coração dolorido e perdido.

Lá bem longe, eu podia sentir que Ele me ouvia.
E foram algumas vezes, algumas madrugadas nos intervalos que saía para fumar.
Naqueles dias não dormia, não me alimentava e não sabia como me fazer guiar para o equilíbrio outra vez.
Ele e o tempo me reforçaram a vida mas ali na frente repeti meus erros e assim fui até chegar ao ponto que não queria.

Incoerente, busquei fugas e me vi mais e mais perdido.
Vida em perigo, voltei a minha casa levado por meus filhos.
A porta aberta, a boa amizade, a luta juntos... As lembranças maltrataram esse Ser aqui por esses anos porque a mulher, a paixão marcada, era somente uma.
As dores e o medo me fizeram recluso.

A dor da vergonha, das perdas, da derrota.
O medo de encontrar ou ser encontrado por quem não devia ou queria.
O medo que cresceu junto com a vergonha e me tiraram os caminhos que sempre percorria.
O medo de tentar outra vez, de sofrer mais, de sentir.

Não sei explicar porque escrevo sobre isso agora.
Talvez porque o tempo foi passando muito rápido.
Talvez por ter tirado de mim mesmo o direito de buscar qualquer coisa que chegasse perto de paixão, sentimentos. E senti meu coração endurecido quando dizia não a qualquer pouca chance de aproximação de alguém.

Embora começasse a escrever sobre a princesa que me "prendeu" em meu castelo e as suas poucas lembranças fortes para mim, acabo sempre misturando tudo, escrevendo coisas e passagens de dor, de alegria e de vida.
Tantos anos se passaram e nem me dei conta.
Parece que foram meses, dias até... Dezessete anos.
Oito em meu estado de inércia e pelo menos dez sem notícias, sem ver, sem saber, sem ouvir sua voz.
E lá se vão os anos... E a vida que passa.

DEUS OLHE SEMPRE POR VOCÊ, MENINA!!!

A ELE, meu perdão, sempre...

O Passado Sem Futuro

Você acredita em vida após a morte???
Em outros planos de luz???
Em céu e inferno???

Sei lá... Acredito na fé das pessoas e respeito muito isso.
Fui batizado na igreja católica, fiz primeira comunhão e segui os caminhos que pude.
Sou do tempo que existiam duas religiões abertas, representadas em maioria e por seus templos: o catolicismo e os evangélicos. E eram somente as igrejas católicas, as batistas e em menor número as radicais assembleias de Deus.

A umbanda, a mística e tudo mais que fale em paz e Deus, que busque na fé os ensinamentos do bem, são dignos de respeito e por isso mesmo frequentei. Mas meu encontro maior é com minha fé.
Se parar para avaliar o que penso em relação a criação do mundo e da humanidade, sou materialista.
Não acredito em Eva e Adão, no paraíso, em ser feito do barro...

Não discuto as religiões e repudio (mesmo sem muito entender) o fanatismo que leva a guerras, o passado na Inquisição da igreja católica ou religião que submetem a mulher como escrava, como um ser demoníaco que não pode nem mesmo mostrar seu rosto. São os mesmos que trocam suas vidas para acabar com outras em nome da sua crença... Perdoem-me: Bando de loucos!!!!!

Agradeço a Deus por até aqui ter chegado, por ter nascido perfeito, por ter os meus assim também... Já é uma bênção.
E peço perdão por meus pecados. Estes marcam a minha vida, pelo menos nos últimos anos.
Não nego o medo de morrer quando oro por minha proteção e imbuído desta, saio por aí mesmo com medo da vida, dos horrores que vemos no dia a dia e na falta de forças para uma luta inglória.

Setembro não me traz boas lembranças.
É uma cisma, quero crer, mas fui marcado por fatos e acontecimentos fortes em minha vida recente.
Perdas, descontroles, irracionalidades... Lembranças.
Este não começa diferente.. Mas meu coração anda tão dolorido (ou endurecido) que mesmo sem querer, lutando para não fazer, abandono a única fonte que julgava encher o meu ego de felicidade, meu único lazer, mesmo sabendo que vai ser duro ficar sem, que dificilmente vou substituir ou encontrar o que me ajude a fazer isso.

Dias atrás pensei em tentar contra essa minha vida de novo.
Uma vez, depois de perder a última coisa que me restava e que amava - meu emprego - me despedi em algumas cartas mal escritas, meio litro de vodka, alguns comprimidos e Iodeto de Potássio na veia. Lembro de me deitar chorando um choro calmo e esperar o que não conhecia.
Lembro de acordar com a visão de algumas pessoas a meu lado e incrédulo de vergonha e decepcionado por ter falhado.

Ainda estou aqui... Lembro de minha mãe presa em seu próprio corpo.
De seus dias amargurada pela doença que lhe tomara sua maior virtude que era a coragem, usando o que mais tinha orgulho, seu ponto fraco: a vaidade.

Agora vejo meu pai corroído por seu orgulho.
Mente privilegiada, saúde sempre em dia, muita história desde a infância pobre até seus poucos milhares de Reais que juntou e que se tornaram inimigos sem que ele perceba, numa fixação de avareza mesquinha que tanto me foi motivo de lhe brigar há tempos passados de 20 ou 30 anos.
Agora, por ser verdadeiro com ele, por estar frustrado com quem sempre me confiou esse momento em não querer a minha ajuda, nem sua bênção obtive em seu 94º aniversário.

Sei que, pelos caminhos que andei, não é tirando minha vida que vou resolver as coisas.
Mas por outro lado, se morresse... Não precisaria ficar doente de pensar em resolver algo que não consigo; Não me frustraria com as derrotas, os erros do passado e do presente; Não mais veria os horrores humanos, as drogas tomarem o homem e este criar sua guerra atingindo aos outros de bem; Não mais veria as queimadas, as enchentes, catástrofes climáticas cada vez maiores, apavorantes; Os homens bombas, guerras, terrorismo, crueldades sem razão pelas ruas, fome, a insanidade dos políticos pelo poder e tantas outras que não quero mais pensar ou enumerar.

Cada um tem sua dor, quero crer. Essas são minhas que se juntam as perdas dos amores vividos e das lembranças que maltratam.
As dores físicas começam a formar junto com as psíquicas e a luta começa a ficar inglória, junto com o complexo de rejeição, o temor das ruas, a realidade dos seres a nosso redor em diferenças que não deveriam existir.
A incompreensão me acorrenta aos temores e a descrença.
A morte parece ser o alívio para aquele que muito sofre, sempre me conformo.
E quem sabe a saída para quem não muito espera mais da vida...

Alento & Devaneios X Delírios & Perdão

Ando "escrevendo" em minhas ideias mas sem perspectivas de coragem para passar para esta folha... Falta senso e o cansaço aliado a dúvidas me deixam postergar.

Me permito a sonhos para tentar esquecer passado e presente. É com eles que nino meu sono difícil, regado a Rivotril.
Mas sonhos me remetem a lembranças e estas me inibem de tristeza ou de vergonha... E nem mais assim me permito o prazer.

Esses dias, sem pé nem cabeça, ouvi de novo que suicídio é covardia.
Não penso assim. É bem difícil e tem que ser muito forte para superar o maior de todos os medos do Ser...  Já fiz e sei disso. Acordei e senti que meu plano falhou, que o plano Dele foi maior.
Não sei mais discutir este assunto, só penso nele quando a vida perde sentido em não encontrar mais nada para ter prazer, elevar a Endorfina, ter compromissos que dê realmente o valor que se busca.

Deixar tudo aí sim... Afinal, uma hora vou deixar, queira ou não.
Filhos e netos, amores, paixões, experiências sem igual.
Meu mundo pequeno e triste que oro sempre pedindo que não me falte, que me protejam em meus caminhos mesmos, que me permitam e me perdoem os pecados.
Peco em pensamentos, sei.

E ainda assim, em meio a balbúrdia que é meu coração endurecido e dolorido, me peguei esses dias voltando a delirar com uma presença tal como somente ela poderia realizar. "Porque não? Ela é louca. Sempre foi".
E dormi bem o dia todo. Como se tivesse amenizado os pensamentos, desligado o mundo, como fazia ao estar com ela naqueles dias escolhidos de paz.
E chamo de delírio porque meus devaneios são frequentes mas não me permitia que ela estivesse presente.
Me fez bem. Foi como um alívio de perdão.

Pelo que tanto peço, queria poder receber algum antes que desapareça na vontade do Criador.
Se nem notícias tenho há anos, ser perdoado seria um alento discreto mais de grande valor.

Eu posso voltar a namorar o vão central da Ponte a qualquer hora...
  

Dor & Depressão

Acordei as 09:30h hoje.
Talvez a noite que melhor passei depois de um paracetamol. Pelo menos os calafrios, a sensação de febre, o suor noturno e as dores estiveram melhores nesta noite.

Minha vida virou num repente.
Apesar de restrita a trabalho e casa e da espera pela pelada de domingo, era mais antes do ocorrido de uma semana atrás.
De lá para cá, tenho estado e passado mal, física e psicologicamente.
De lá para cá nenhuma desculpa e até meus filhos me deixaram de lado... Um telefonema registro do mais velho e dois ou três do mais novo perguntando "tá tudo bem?".

Abalado, luto contra a situação tentando seguir o que tenho mas me deparo com uma intensa falta de vontade determinada por minha depressão.
O trabalho não me agrada, as horas não passam sem muita coisa a fazer mas, depois tenho que voltar para casa, e isso não me agrada também...

Uma angústia que limita, dores e sentimentos revirados, preocupações de perdas e a cabeça que não ajuda.
Aos 58 anos, me sinto afetado por coisas da vida que me tiraram a paz e o vigor que sentia para enfrentar meu trabalho a noite e correr muito aos domingos pela manhã nas disputas boas que temos tido... Essa era minha vida.
Parece que estou perdendo tudo para um tipo de coisa que começou no stress de uma manhã de sete dias atrás, sem que esperasse naquele momento de relaxamento por estar em casa depois de mais uma noite vencida.

Me sinto só.
Poucos seriam os que me ouviriam e canso em tentar explicar todo o quadro deste meu sofrer.

E ainda tem coisas como o empréstimo que preciso levantar junto ao BB para finalizar transação do filho mais novo e o financiamento da Caixa para o filho mais velho...

Não me sinto bem.
Lembrei de uma coisa que pode parecer sinistra mas que é importante para mim.
Acabei de redigir uma nova declaração reiterando ao meu desejo de ser cremado após a morte.

Carrego meus desejos e pecados.
Tento conviver comigo mesmo há tempos.