O Encontro Das Estrelas

O Encontro Das Estrelas
A lenda milenar onde Altair e Vega se encontram uma vez por ano

Sem Nação

Cidadão há 67 anos, brasileiro com orgulho de ser, fui humilhado perante o mundo todo quando uma corja de togados podres a sua revelia, passando por cima da Carta Magna do país, colocou no poder um molusco ladrão, descondenado e impôs a mais descarada fraude em sua eleição, sem que houvesse nada para parar esse poder. A esperança eu vi em decepção, quando as gloriosas forças armadas lavaram as mãos e ainda prenderam cidadãos que dela se orgulhavam. Humilhado e decepcionado, esse cidadão é não mais brasileiro. O que eu tinha orgulho transformaram em vergonha. E sem direito a luta, numa verdadeira e sórdida ditadura, afirmo que meu país deixou de existir. AQUI JAZ BRASIL.

quarta-feira, dezembro 11, 2024

Doloridos Sentir

 Tem dois dias que sento na frente do teclado e não sai nada.







Tem dois dias que me sinto triste e, consequência da solidão, a vontade de escrever.

Mas não consigo expressar o que sinto, o que quero colocar na tela.

Esses dias desse tempo instável e temperaturas elevadas, das inconstâncias de previsões que mais assustam do que previnem... O tempo agora é surpresa atrás de surpresa. Só Jesus!!!


E tenho tantos motivos ainda para minha tristeza... Tenho horas de revolta contra a vida, que perdoe o Senhor Nosso Deus!

A solidão desses dias não ajuda. Traz memórias e lembranças.

quarta-feira, dezembro 04, 2024

Que Reais Sejam Sonhos

 Segunda-feira, dia 02 de dezembro, 19:30h

Uma tempestade sem previsão ou precedentes caiu sobre a cidade onde moro.


O dia havia sido bem quente. As condições eram favoráveis a esse fenômeno mas não na proporção que se apresentou e, somente sobre a região onde está a cidade de Itaboraí. As cidades vizinhas, de onde em geral provém essas tempestades - Niterói e São Gonçalo - não registraram chuvas.

Como eu descrevo, ela desceu da Serra de Friburgo, passando por trás de onde está o condomínio e chegando com tudo... Muito vento, relâmpagos e trovões e um volume imenso de água em suas uma hora e quarenta minutos que caiu.

Itaboraí com a Serra de Friburgo ao fundo

As casas vizinhas - principalmente as que ficam do lado contrário a minha na rua - sofreram danos em seus telhados. A minha casa, por ser a primeira após declive na rua, foi invadida pela água que corre nas tubulações de esgoto/águas enchendo as fossas, a caixa de gordura e chegando a entrar no ralo do lavabo. As tampas das fossas e caixa de gordura foram arrancadas pela pressão da água e se espalhou em meu quintal a sujeira típica dessas águas.




Com a quantidade de relâmpagos e os diversos raios registrados próximos, o sistema de energia da cidade foi atingido e doeu ficarmos no escuro e calor por doze horas, até que restabelecessem.

Eu só dormi duas horas, das onze as treze, ontem. Fiquei no ar desde as nove horas de segunda-feira e, quando deitei no conforto de meu quarto ontem a noite por volta das vinte e três horas, com a ajuda de meu "amigo" Rivotril, dormi o sono gostoso que há muito não tinha.

É sobre essa noite que escrevo agora.

A causa pode não ter sido boa mas, quem sabe, presente dos deuses, o sono embalado em sonhos gostosos de lembrar - que é raro no meu caso - me deram uma alegria de paz no coração.


Em geral não sou de lembrar muito bem e sempre estou em lugares que penso já ter ido mas não reconheço, com pessoas que parecem me reconhecerem e algumas figuras sem explicação.

O dessa noite marcou a presença de um grupo de pessoas reunidos no fundo de um quintal perto de uma construção de lazer, eu entrando pelo lado da casa bem feita, novinha e clara, sendo recebida por uma mulher bonita, cabelos longos, muito alta e que me tratou como seu filho, abraçando e dizendo de quão bom era eu ter chegado. 

No meio do grupo, com suas risada inconfundível, aquela moça. 

Então, de repente, em meu colo um menino muito lindo, bem arrumado, pele morena e cabelos parecidos com os de índio com franja e tudo.

Eu olhava sem definir meu sentimento naquele momento. Alegria, emoção, admiração e agradecia quase em lágrimas por viver aquele momento. 

De frente a mim, a moça. Todos eram muito altos, com exceção da criança. 

Eu perguntei quem era o menino tão lindo e ela, sorrindo, sarcástica repetia "você não sabe?"... E ela sorria feliz.

Não me lembro de sonhos que me assustam ou sem imagens concretas como o dessa noite.

Me lembro de não ter tido esses sonhos tão perfeitos há muito tempo.

Acho que acordei com um sorriso no rosto. Sentindo uma paz que me foi cortada pelos avisos de chuvas no celular e pelo barulho dela caindo forte do lado de fora.

Voltar a realidade tem sido um pouco sofrido para mim como já descrevi em outras postagens. Hoje, porém, parece que vivi aquele momento e me sinto bem por isso.

Tinha que registrar.

As vezes faz bem sonhar.

As vezes é preciso. Que eles sejam frequentes e sempre assim, de emoções, realizações que nos deixem com o coração feliz.


Dói menos a realidade.


  


segunda-feira, dezembro 02, 2024

A Luz Que Busco

 Domingo a noite e, de frente a TV olhando para a tela, absorto em outros pensamentos, um homem se vê em sua inutilidade de vida.

Sim.

Ele pensa que mais um dia termina e nada ele produziu. Fez suas orações, fez suas refeições e viu TV.


Cansou de ficar sentado e cansou de vagar olhando a tela. Até cochilar absorto em meio a pensamentos que envolvem passado e presente. A mente cansa com o ostracismo.

E agora a noite, esse homem pensa, olhando aquela tela onde mais nada é novidade, que ele viu mais um dia ir embora. E pergunta o que será amanhã? Onde encontrar valor para cada respiração ou piscar de olhos? 


O tempo corre ligeiro quando esse homem se dá conta de suas poucas esperanças em viver e fazer valer a pena. Enquanto isso, decepção a cada vez que olha resultados de loterias onde aposta seus trocados que considera investimento. Sim... Investimento em somente essa esperança em poder viver, sonhar um pouco mais como fez antes, em alguns anos que se foram.

Que saudade!!!

Esse homem sou eu.😔

Muitas noites espero o sono bater no corpo dolorido e cansado de não viver.

Muitas manhãs, sentado na cama, agradeço por ter mais um dia e peço perdão por não ter querido acordar.



Uma rotina depressiva e desencorajada por tantos temores e desilusões intensas. Tentativas de encontrar alguém para suprir um pouco o vazio que só aumentou nesses anos sem ninguém. Mas virtualmente e pela minha condição não encontro. 

Ao me olhar em um espelho sinto vergonha, posso dizer, da imagem que reflito. Não gostaria que me vissem assim as paixões que vivi, que passaram, que se foram de mim.

Eu também não queria mais escrever coisas assim nesses últimos poster's desse blog.

Talvez se eu não fosse mais eu mesmo...😎


"Um guerreiro da luz sempre tem uma segunda chance na vida.

Como todos os outros homens e mulheres, ele não nasceu sabendo manejar sua espada; errou muitas vezes antes de descobrir sua Lenda Pessoal.

Nenhum guerreiro pode sentar-se em torno da fogueira, e dizer aos outros: "Sempre agi certo". Quem afirma isto está mentindo, e ainda não aprendeu a conhecer a si mesmo. O verdadeiro guerreiro da luz já cometeu injustiças no passado.

Mas, no decorrer da jornada, percebe que as pessoas com quem agiu errado sempre tornam a cruzar com ele.

É sua chance de corrigir o mal que causou. Ele sempre a utiliza, sem hesitar."

Manual do Guerreiro da Luz - Paulo Coelho - página 102


 

sexta-feira, novembro 29, 2024

Gênio Perdido

 E eu que estou com essa música do Chico na cabeça há dias...

As Vitrines

Chico Buarque

Eu te vejo sumir por aí

Te avisei que a cidade era um vão

- Dá tua mão

- Olha pra mim

- Não faz assim

- Não vai lá não

Os letreiros a te colorir

Embaraçam a minha visão

Eu te vi suspirar de aflição

E sair da sessão, frouxa de rir

Já te vejo brincando, gostando de ser

Tua sombra a se multiplicar

Nos teus olhos também posso ver

As vitrines te vendo passar

Na galeria, cada clarão

É como um dia depois de outro dia

Abrindo um salão

Passas em exposição

Passas sem ver teu vigia

Catando a poesia

Que entornas no chão


Então resolvi escrever sobre um pequeno delírio de saber do autor o que ele quer passar de mensagem ou sentiu para escrever esses versos... Delírio meu.

Encontrei no site da letra...

Reflexões em 'As Vitrines': A Poesia Urbana de Chico Buarque

A canção 'As Vitrines', composta por Chico Buarque, é uma obra que reflete sobre a solidão e o distanciamento nas relações humanas em meio ao cenário urbano. A letra apresenta um eu lírico que observa alguém especial se perder na imensidão da cidade, uma metáfora para o afastamento emocional e físico entre as pessoas. O pedido para que a pessoa não se vá e a menção aos letreiros que 'colorir' e 'embaraçam' a visão sugerem uma crítica à forma como o ambiente urbano pode ser alienante e confuso, afetando a percepção e as relações interpessoais.

E vai por aí a análise feita sobre essa obra do Chico Buarque.

Uma vez, um amigo me contou que esteve no mesmo ambiente que ele, o Chico, que tímido, parecia se manter afastado das pessoas.

Depois, explicaram para esse meu amigo que ele se sentia ignorado por não participar das conversas normais, triviais que rolavam ali. Sua inteligência o afligia e o impedia de falar assuntos que não caberiam ou não seriam alcançados pelos meros "mortais" ali no grupo.

Chega a ser nojento de inteligente.

Pena que deu para vermelho.

quinta-feira, novembro 28, 2024

Olhos De Vida

 E então, boa noite!!!

Tenho realizado ideias para escrever mas não tenho tido conformidade de pensamentos para fazer.

Hoje fez um dia atípico dos dias que estamos vivendo, diferente de setembro a novembro do ano passado. Tivemos muito sol e temperaturas altas com sensação térmica de mais de 43 graus e aquela ameaça de tempestades no fim da tarde. Isso me basta para desanimar de tudo. Da vida insegura que vivemos nos dias atuais em questões de clima onde tudo pode mudar e muitos fenômenos surgirem do nada.

Quero estar enganado mas serão dias e noites em que só a proteção divina será a esperança.


Mas eu vim aqui para escrever sobre o que vi.
Não o que simplesmente vi ou vejo agora mas no sentido de vida. Tempo de vida.

Estava em oração hoje pela manhã e pensei sobre isso. 
Se eu me fosse da vida agora, neste instante, neste dia, eu deveria me orgulhar, dar graças e seguir (se é que se segue para alguma coisa que morre) por ter vivido.

Eu vi muitas coisas ao longo desses anos vividos na dádiva divina e sob sua proteção.
Vi minha mãe, meu pai, irmãos, família. Vi meus filhos e netos. Amores... Ah, amores!!!!

Amigos que se foram tão cedo e que levaram uma parte de mim em histórias contadas juntos.
Vi tanta e vivi tantas coisas.

Então, com o tempo correndo ligeiro, eu vi segredos que nunca revelei e vi presentes que nem sonhava ter ao meu alcance.
Eu vivi anos dourados, juventude transviada, discotecas, grandes artistas até chegar a essa decadência moral e de mal gosto atual que são obras de um desvirtuamento total da sociedade sem seus conceitos e valores que aprendi a contar.

O mundo a minha volta só me entristece e causa falta de esperança.
O Deus que cultuo e aprendi a respeitar, contar com Ele, talvez não mais tenha como tolerar... A homilia falava na volta do Senhor e na destruição anunciada. "Levantem-se e olhem para cima", disse o padre, porque é o juízo final onde "Ele julgará vivos e mortos".




É de cada Ser humano não querer deixar essa vida. É natural.
Eu, já não tenho sonhos como antes. Eu já não sou o que fui e isso mostra que vivi para ver.
Provei do mais gostoso néctar da vida, mesmo sendo pecador.

Se fechasse meus olhos para sempre, deveria ser grato a vida, a quem me fez e me deu tudo que tive, aos amores, mistérios, alcovas, vitórias e derrotas (que foram muitas) e as lembranças que tenho agora.

Se fechasse meus olhos e não mais visse a vida, já não faria falta porque o mundo não é o mesmo que vi.

Gratidão, meu Deus!



Esse pecador muito tem a agradecer...



terça-feira, novembro 12, 2024

Mil Mais Perto

 É, meu blog... Chegando a quase 1000.

E confesso que não decidi se vou querer outro cantinho ou parar de escrever.


Deus permitindo que aos 1000 eu chegue resolvo então.

Natal de 2006 e resolvi começar a escrever, desabafar, sofrer, chorar... E o Ser me aguentando.

Histórias algumas, tristezas muitas que se somaram por esses anos acompanhando mudanças e seguindo a trilha de vida que escrevi.

Meu amigo "Ser Somente Ser"! 


Corri muitas vezes para ele, seu ombro, minhas razões, súplicas. Quantas vezes me viu rosto lavado em lágrimas enquanto decifrava o coração mutilado, magoado, dolorido.

E quantos se foram nesse tempo de convívio nosso!

Muitos. Queridos ou não. Locados aqui em palavras. Registro.

O desafio de nascer o Ser foi me consultado por uma madrinha a quem eu seguia em suas publicações. E topei. Saí do zero e tive o incentivo de uma pessoinha de tão longe que fui lembrar agora ao consultar minhas primeiras postagens: Márcia Pedrich era de Rondônia e seguia a madrinha Vivi como eu.

Seus comentários me ajudaram a escrever lá no início. Foi de grande valor a sua presença nesse blog.

Nunca mais soube dela, a madrinha me pediu para não mais fazer contato e assim foram. Se foram.

Creio que elas não gostariam de ver seu pupilo que hoje é outro também. A vida passa. E passa tão rápido as vezes...

MAKTUB

segunda-feira, novembro 11, 2024

Um Dia, As Escolhas...

 Esses dias tem sido meio turbulentos em matéria de ideias para escrever por aqui.

São muitas coisas que se misturaram e que, até mesmo, não devo contar. Assim como entrar em APP de relacionamentos, onde, a meu ver, senhoras que não mais deveriam ou teriam condições para tal, ainda esperam por casamentos, príncipes ou um homem bom para viverem para sempre.

Ter atenção de alguém e depois enxergar a realidade. Cair do sonho um dia vivido, foi o que aconteceu comigo.

Mas a vida, (ah a vida...) "não é um morango", como falou meu neto Pedro para o irmão mais velho. E ele só tem sete anos.

Conturbada a mente, a tristeza chega de mansinho, a condição e tudo mais que somam a lembranças, dores, sentimentos, figuras, pessoas, corações e paixões.

As escolhas de vida.


É uma verdade as escolhas.

Lá atrás, eu era feliz mas sabia que haveriam escolhas para seguir a tal vida.

Eu era feliz até não me ocupar com as tais escolhas... 



Eu vi uma postagem sobre um grandioso homem esses dias que me tocaram e fizeram questionar um direito que um dia me disseram que a gente não tem.

Jô Soares em seus últimos momentos de vida, ao lado de pessoas que confiava e lhe eram muito caras, fez sua última escolha de vida para morrer em casa, em paz e da forma que ele queria.


Dr. Dráuzio era um dos que lhe fazia companhia naqueles momentos.

Grandioso Jô, sem naipe, um orgulho para um cara simples como eu que vivi para ver.
Ele não pode ser atendido em todos os seus desejos, como contaram, mas o direito de não querer prolongar seus momentos de vida como não fazer diálises, não querer ir para CTI e ser entubado foram atendidos. Num quarto isolado, creio, ele falou que queria morrer em casa, vendo filmes antigos que ele gostava, naturalmente e em paz. Disseram que ele foi em paz, sereno e sem dor.

É um de meus desejos também. Deixem-me seguir em paz, naturalmente.

Minha querida mãe, se pudesse mover um dedo depois do segundo e fatídico AVC, teria tirado a própria vida. Ficar presa em seu corpo, oito meses, sentindo tudo, vendo e ouvindo tudo e só mexer os olhos é o maior castigo que já vi alguém sofrer.


Me arrependo até mesmo de leva-la para o hospital as pressas para depois ela passar por isso. 
Escolha errada...


E repensar todos os meus dias passados, eu consigo ver bons momentos. Muito poucos diante de tantas escolhas erradas, desistências, até mesmo vergonhas. Muitas derrotas. Incontáveis e presentes em minha memória. Eu sinto o sabor amargo dessas escolhas também.
Foram erros que hoje velho eu sinto muito ter acontecido😌.

Minha rotina me mostra a atual vida que levo e me dói não mais ter força para superar. É como se aqui findassem os meus dias. Espero a minha hora e peço perdão a Deus... Nada mais.
A esperança é somente um fio finíssimo de sorte onde eu só quero ajudar a todos ou a muitos dos que me são caros, me foram caros... Devo muito a tanta gente!

Tenho sido um chato, creio, por meus pensamentos e modo de ver a vida. As pessoas a minha volta queriam eu fosse otimista, alegre, feliz. Estivesse em festas, bebesse, acho que até fizesse merdas por aí afora como foi no passado. Talvez não me criticassem tanto, nem brigassem comigo como se fora uma criança adolescente.
Acho que era melhor quando de minhas escolhas que acabaram por me trazerem até aqui.
E admito que sinto muita falta de mim...

… Porque se chamava moço
Também se chamava estrada
Viagem de ventania
Nem lembra se olhou pra trás
Ao primeiro passo, asso, asso...
… Porque se chamavam homens
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases lacrimogênios
Ficam calmos, calmos, calmos
… E lá se vai mais um dia, ooh

Eu não fiz a escolha do tempo passar.
Eu não fiz a escolha de ficar mais velho.
Eu fiz a escolha por me guardar de um mundo que tanto me deu e tirou por errar na hora de escolher.
Eu ESCOLHI ter PAZ.

Seria a escolha do Jô Soares atendida por ser ele quem foi? 
Eu quero ter minhas escolhas finais. Será?

Tenho me sentido cansado,, sem utilidade.
Sou passado esquecido para as paixões que escolhi.
Sou pessimista pelo futuro e me pergunto se vale a pena estar por aqui em meio a neve no deserto, cidades destruídas em horas pela água que caiu do céu, vírus cada dia mais forte e diferente, guerras que nunca acabam. 

… E basta contar compasso
E basta contar consigo
Que a chama não tem pavio
De tudo se faz canção
E o coração na curva
De um rio, rio, rio, rio, rio, rio...
… E lá se vai mais um dia, ooh
… E o rio de asfalto e gente
Entorna pelas ladeiras
Entope o meio-fio
Esquina mais de um milhão
Quero ver então a gente, gente, gente, gente, gente...
… E lá se vai mais um dia, ooh

Eu vejo o futuro que previam lá em meus anos de glória na juventude se fazendo presente diante de meus olhos.

Tem sido difícil cada um deles, mas... 



 
 

domingo, outubro 27, 2024

Do Rádio Memórias

 Estava assistindo a um jogo da série B do Brasileirão essa semana (como se eu fizesse alguma coisa diferente) e, num passeio das câmeras pelos torcedores, focalizaram dois senhores até bem parecidos na torcida do Sport que me chamaram atenção.

Como nos velhos e bons tempos, radinho no ouvido e assistindo no estádio a seu time jogar.


Com certeza, a geração de ferro, da qual vi muito em minha juventude fazer isso no Maracanã, foi a mesma que herdei bons costumes e valores. Meu pai mesmo era um desses que não deixava o radinho em casa quando ia ver seu Vasco jogar.

Eu era apegado a programas de esportivos no rádio até bem pouco tempo. Vi e ouvi, no convívio diário de minha casa as vozes de grandes nomes da nossa história. Washington Rodrigues, Gilson Ricardo, Doalcei Bueno de Camargo, Ruy Porto, João Saldanha, Kléber Leite, Luiz Mendes, Jorge Cury e tantos outros.

Eu não levei para o Maracanã um radinho mas sentia a falta de informação que a gente estava acostumado em qualquer jogo. Faltava alguma coisa e eram aqueles caras falando, descrevendo, narrando, informando que eu tinha em casa. 

Esse era o Maraca de meu tempo. Arquibaldos e geraldinos lotavam mais de cem mil cabeças em qualquer clássico aí.

Era um tempo onde todos os presentes aplaudiam uma jogada de classe, como se num espetáculo em um palco de grama, um jogador virar uma bola de uma lateral a outra e encontrar o peito do colega de camisa que dominava e colocava na grama como se fosse algo simples de fazer. Aplausos e orgulho, indiferente de camisa ou rivalidade porque éramos o país do futebol arte.

Havia respeito apesar de torcidas diferentes, camisas diferentes.
Haviam Garrincha, Pelé e tantos outros... 


Havia um fosso que separava os geraldinos do gramado. Esse era meu Maraca!

Eu tive o privilégio de pisar naquele palco do mundo do futebol. E joguei cinco vezes vestindo a camisa do Botafogo de Futebol e Regatas, num torneio fazendo a preliminar de jogos do Roberto Gomes Pedrosa, que deu origem ao brasileirão de hoje.
Bem verdade só vencemos um dos jogos e foi contra o Vasco, que, como o Botafogo de seu Néca (ex jogador Manoel Vitorino) era rígido no controle das documentações falsas, os famosos "gatos". Os outros clubes não disfarçavam nada e até mesmo "menino" que servia ao exército entrava em campo para vencer da gente. Eu só tinha doze anos, como a maioria de meus colegas do "dente-de-leite" que era a nossa categoria até quinze anos.

Esse dia foi a despedida de Pelé e nós fizemos um corredor em volta do campo para sua volta olímpica

Próximo ao "seu Néca", meias arriadas, Luizinho Rangel



O rádio sempre esteve presente em minha vida.
Meu avô materno, aos sábados, chegava de sua jornada de mascate e, depois de comer alguma coisa, no calor, deitava em uma esteira num pequeno espaço de quintal cimentado onde corria um vento. Junto dele seu rádio a pilhas e, logicamente, eu e meus primos.
Ele deitava e ligava seu rádio num programa que contava histórias que os ouvintes enviavam para a rádio Tupi, num programa chamado Incrível, Fantástico, Extraordinário que ia ao ar sempre aos sábados as 14 horas.
Eram histórias macabras, de fantasmas, terror que o programa fazia ir ao ar como uma radionovela.

Nós meninos ficávamos apavorados com as histórias e prestando atenção em silêncio naquelas narrativas que davam arrepios no meio da tarde calorenta e assustava qualquer barulho naquele instante.

Antes desse programa tinha a Patrulha da Cidade - que dava as notícias criminosas com bom humor - e depois, creio eu, programas de futebol.

Foi uma época gostosa...

Meu primeiro rádio foi como esse mas na cor branca.
Ali comecei a ouvir as Rádios Tamoio e Mundial com seus programas de músicas sucessos no mundo inteiro. Beatles, Rita Pavonne, Roberto e Erasmo, a Jovem Guarda. 
Meu time quando jogava nas Rádios Globo, Tupi e Nacional.
Foi um companheiro de longa jornada. Até 2016 eu ainda mantive o hábito, ouvindo rádio durante o expediente de meu trabalho noturno. 

Quando veio a demissão, em casa, os hábitos mudaram junto com a evolução que relegou as rádios em um plano inferior, subjugado a internet e seus recursos.

Eu gostaria de relembrar muitas coisas de que vivi ouvindo rádio em minha vida. São histórias incontáveis e personagens também que fizeram parte de mim durante anos. Há pouco tempo foi embora o Gilson Ricardo e seu coração bondoso, sua simplicidade e riso solto. Depois foi o Apolinho.
A gente sente como se fosse um parente próximo mesmo sem nunca ter chegado perto deles.

No tempo de meu Maraca, o Apolinho e Denis Meneses eram repórteres de campo na Globo. Assim como eles, na concorrente Tupi, Kléber Leite e Ronaldo Castro não deixavam a peteca cair. 
Eram muito bons no que faziam!

Saudosismo demais.
Tantas histórias.
Minha vida.
Memórias vão longe...




segunda-feira, outubro 21, 2024

Desabafar Eu Posso?

 

Acho que não estou pronto para morrer. Creio que ninguém está.

Mas quando suas opiniões e modo de ver as coisas ou viver incomodam, quando suas esperanças parecem pessimismo puro para quem te cerca, então, se não se consegue o sonho de eremita, melhor ir embora.

Sim. Meu modo de ver a minha vida atual é ser um eremita ou quase. Não conviver com ninguém a não ser aquelas que te sirvam vez ou outra com pouco contato e nenhuma conversa ou muito menos opinião.

Estar num canto seguro e ver o seu tempo se ir passando entre um descanso e outro da mente. O meu tempo em isolamento porque não mais tenho quem me queira por perto. Afinal, as minhas opiniões são sinceras e, eu creio assim, puras, mesmo em debates que serei vencido. Não sei ser politicamente correto e não dizer o que sinto, o que penso se acho estar certo. Mas não pode. "Você fere as pessoas!"

Daí então, porra, eu não sirvo mais para nada? 

Porque não gosto mais de sair de casa, me preocupo com os meus próximos mais que devia, temo as assustadoras devastações climáticas e me faço recluso, não mais sou porra nenhuma a não ser um velho "doente" que ninguém mais quer por perto.

Sou repreendido como criança para não falar ou fazer alguma coisa antes que possa estar com alguém ou naquela situação.

Sou um nada até para meus netos, pequenos, influenciados ou não. 

Tento ainda sonhar mas sei que é mais frustração do que esperança.

Eu nada tenho para me segurar mais... Devo ser visto como uma aberração, uma doença.

Preciso ficar longe de quem eu acho que não me quer por perto e, descubro que não posso estar perto de outras pessoas a não ser que eu nada fale, ou ouça. 



Desde que as boas lembranças me abandonaram por sentir que não sou lembrança de ninguém, a minha mente trabalha diferente. Eu ninava para dormir lembrando das paixões, dos bons momentos e alimentava esperanças... Deixei que se fossem de mim. Lembranças e esperanças também.



Qualquer ligação que passa em meu bloqueador me acelera o coração e mexe com minhas deduções.

Qualquer palavra de carinho ou elogio me deixa cheio de vida.

Não passo de um merda que vive trancado dentro de casa, que tem crédito de ninguém, que reza dia e noite para que a família esteja em paz, que realizem seus sonhos, que nunca mais dependam de mim para nada e que tem medo do futuro e das tempestades.

Eu não sou nada e por isso queria estar sozinho, bem longe de todos. Esses que são os mesmos que deveriam estar a meu lado, me apoiando. 

E ontem sonhei com alguém me dando prazer e me fazendo de novo homem. Há muito tempo não sentia esse tão gostoso presente.

Depois sonhei com uma pessoa que não vejo há anos e ela estava tão jovem, alegre e radiante. Trazia consigo um companheiro, também novinho e bem calado. Ela festejava uma vitória de haver conseguido alguma coisa grande que alguém que estava comigo comentava.

Estive calado mas feliz por vê-la ou por seu sorriso ou por sua presença em meu sonho. Estive calado. Paralisado.

Uma dor enjoada sobre meus olhos indicam que a sinusite está de volta.



Uma dor em meu ser que me fez começar a escrever persiste em ficar. E mastiga meus pensamentos em ações que devo seguir daqui em diante, mesmo sem saber como, pois não serei eu mesmo.

Uma verdadeira vontade de me ir embora dessa vida... Coragem se faz necessário para abreviar você mesmo aquilo que já não se tem.


Eu penso em descer desse trem da vida sem esperar a minha estação.

Nada mais tenho.

Nada mais sou.

Nada importa.

Sou pessimista, só falo merda, maluco, doente... Para que ficar aqui? Posso estar atrapalhando a vida deles.


Coragem!

Quem sabe uma hora dessas...

quinta-feira, outubro 17, 2024

Que Resta

 De que forma tratar com a vida nossa aos tempos que restam?

Em mim, o futuro é mais sinistro que eu possa imaginar no momento atual. E vejo gente fazendo planos de futuro, viagens para 2025, eventos e festas, como se ignorassem aos fenômenos naturais que se apresentam cada vez mais ameaçadores e devastadores.

O deserto do Saara alagado

Secas imensas, queimadas, tempestades nunca vistas, deserto alagado? Furacões onde, pela força hoje, querem aumentar a classificação para mais que 5 em destruição.


Milton visto por satélite

Mas quero escrever sobre meu momento.

Olhando e conversando sobre mim, me vejo sem motivos e perdendo cada vez mais forças de vida, de estar por aqui.

Esses dias tentei conversar com alguém pela internet usando app's de relacionamentos, conhecer pessoas... Muito mal consegui foram pessoas que precisavam de muita ajuda ou outras que aplicam golpes. Decepção.

A minha vida diária, minha rotina, começa ao me sentar na cama e orar por volta das oito horas da manhã e as gotas de Rivotril que tomo ao tentar dormir por volta das duas horas da madrugada seguinte... Muitas vezes esse é o momento que mais gosto e as vezes reluto em parar. Entre esse espaço, uma rotina de incertezas, temores, tristezas, impotência diante do implacável tempo que passa rápido demais, até. A depressão toma conta através de guerras, catástrofes e de ver minhas esperanças em números de apostas não serem contemplados. Minha única esperança de um pouco de paz.

Num programa ontem de TV onde se mostravam os estragos dos furacões Helene e Milton, também a tempestade com números recordes em São Paulo, uma cientista, com cara de assustada e sem esperanças, dizia "Não há lugar no mundo onde não vai haver efeito de mudança climática".

Bill Gates, em outra reportagem que li na net, falou em "Ou outra pandemia ou a Terceira Guerra para resolver um problema grave que está aí". Lembrei-me do milionário personagem do livro Inferno, de Dan Brown... 


"O mundo só tem dois caminhos nos próximos anos: uma grande guerra ou uma nova pandemia."  ( Bill Gates, setembro de 24 - Fortune )


Mas esse que escreve pressionado pela depressão eminente, sabe que seu tempo é curto nessa vida/viagem e, olhando em volta, persegue a PAZ que ele sonha. Não mais sonho como antes...

Não tenho mais amores e minhas paixões se foram de mim faz tempo. Eu mereci, creio.😔

Não tenho mais prazer porque o tempo e as condições atuais não mais ajudam ou permitem.

Eu tinha uma amiga lá do Goiás, de anos na net, linda e corajosa em sua trajetória de vida, nascida em berço de ouro e que perdeu tudo em tão pouco tempo... Um irmão, o marido, o pai, sua saúde em um câncer que lutou muito em sofrimentos para vencer junto com sua mãe - que era o que restou - levada pelo COVID. Quanto sofreu aquela criança! 

E Júlia Gabrielle me deixou sozinho ao sair do site onde a gente se encontrava em mensagens, vez em quando.😔

Eu a chamo de fadinha e não posso postar suas fotos porque não gosta.

Só ela me chamava de Velhinho e me dava carinho e puxões de orelha. E era assim por causa dessa figura do Pernalonga que adotei como minha imagem na net.



E fiz meu "inventário" somando o que tenho além dessa rotina e espera em Deus.

Um irmão com Alzheimer cuidado por atual cunhada que não goza de saúde perfeita e precisa de ajuda.

Filhos endividados, cada um a seu modo, que discordam em tudo desse velho pai por erros passados e outras coisas mais. Não aceitam meu modo de viver, por exemplo. Mas fazer o que e aonde? 

A esposa que trabalha para um pouco mais de conforto, sacrifício grande em sua atual condição de saúde e em parte pelo que faz pelos outros num hospital. Ela tem a benção de Deus e por isso leva em frente, encara desafios por um bem maior de humanidade. 

Família onde todos precisam de certa urgência ajuda. Sogra, cunhados, sobrinhos, amigos mais chegados.

Minha amiga que perdeu seu único filho homem tragicamente, transformou seu coração, seu interior e a sua vida... Dói em mim seu sofrer.

Então, se esqueci de alguma coisa, não me faz diferença... Meu sonho é de PAZ. Uma paz que só chegaria se eu pudesse ajudar aos meus e mais alguém. Uma paz que sonho e persigo a tanto tempo em prêmios de valores, em loterias. Não desejo mais riquezas ou vinganças, ou prazeres e orgias. Quero só ter um cantinho onde me sinta seguro, onde possa me esconder das tempestades e saber que todos os meus se encontrem bem, felizes e prósperos. Vivendo.


Queria, meu Deus, essa PAZ!


segunda-feira, outubro 07, 2024

Feliz Aniversário


 

O blog, desde sua criação, sempre lembrou esse dia...



Que Nossa Senhora do Rosário te abençoe e proteja sempre!!!


É Sobre... Perdoar & Esquecer

  "Perdoar"  significa libertar-se de ressentimentos e mágoas em relação a uma ofensa ou erro cometido por outra pessoa, ou por si...