O Encontro Das Estrelas

O Encontro Das Estrelas
A lenda milenar onde Altair e Vega se encontram uma vez por ano

Sem Nação

Cidadão há 67 anos, brasileiro com orgulho de ser, fui humilhado perante o mundo todo quando uma corja de togados podres a sua revelia, passando por cima da Carta Magna do país, colocou no poder um molusco ladrão, descondenado e impôs a mais descarada fraude em sua eleição, sem que houvesse nada para parar esse poder. A esperança eu vi em decepção, quando as gloriosas forças armadas lavaram as mãos e ainda prenderam cidadãos que dela se orgulhavam. Humilhado e decepcionado, esse cidadão é não mais brasileiro. O que eu tinha orgulho transformaram em vergonha. E sem direito a luta, numa verdadeira e sórdida ditadura, afirmo que meu país deixou de existir. AQUI JAZ BRASIL.

quinta-feira, abril 23, 2009

São Jorge e seu devoto

SÃO JORGE .

No dia que é consagrado ao Santo Guerreiro, lembrei-me de meu avô por parte de mãe.
Devoto, em todo dia 23 de abril, se arrumava e às 6 horas da tarde, após rezar diante de uma imagem e acender um pacote de velas (que prendia em uma táboa cheia de pregos que era feita especialmente para isso), ele ia para o quintal da casa queimava uma caixa de fogos.


Meu avô era uma peça rara.
Era conhecido como Nicote e todos gostavam dele.
Engraçadissimo, colocava apelidos em todos os netos, mexia com a pobre da minha avó o todo tempo todo dentro de casa e, quando não se esperava, ele peidava e saia pulando, batendo as duas pernas no ar como se estivesse sobre o lombo de um cavalo gritando.
Minha avó ralhava: "Sai pra lá, seu porco."
Usava chapéu pois estava sempre no sol. Mascate, acordava cedo e seguia por muitos cantos de São Gonçalo a vender suas bugigangas que comprava no centro do Rio de Janeiro uma vez ao mês. Toalhas de mesa, jogos de banheiro, etc.
Aos domingos a rotina era certa. Acordava mais cedo e ia para a feira do Alcântara. Conseguindo ou não vender alguma coisa, trazia na bolsa a laranja lima de minha vózinha e a carne que ela gostava e que ninguém consegue fazer com igual sabor.
Muitas vezes o vi chegar triste por não poder trazer o que queria, na quantidade que gostava, por não ter vendido nenhuma de suas peças. Só assim o víamos triste.
Sempre tinha um cavalo no quintal e era com ele que seguia para os lugares mais longes.
Às vezes levava dentro dos jacás um neto de cada lado e fazia uma parada numa padaria chamada Cacête, para comer cavaca.
Me bateu uma saudade de bons tempos. De tempos mais difíceis mas bem mais simples, saudável e seguro do que se vive hoje.
Meu avô já se foi há muitos anos e deixou sua marca em todos nós.
Seu carinho, sua força de vida, seus ensinamentos e suas estórias.
Vovô quando via os netos muitos agitados e deixando minha vó (que era muito frágil em saúde e tamanho) reunia todos no quintal para inventar bricadeiras ou mesmo para ajudar em algum serviço.
Pedíamos que contasse uma estória e lá ia ele:
"Era uma vez... então uma boiada começou a passar."
Minutos depois, como a estória já não seguia e ele até conversava com minha vó, perguntávamos: Vô, e a estória?
Ele respondia prontamente: "Peraí, deixa a boiada acabar de passar primeiro."
Quando a meninada se achegava para ele e chamava "Oh, vô!" , respondia na hora: "Vai aonde, menino?"

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Piedade, Senhor!

 Não queria estar aqui escrevendo sobre isso. Confesso que estou bastante amuado, impressionado, sem esperanças, consternado e mais... É mui...