Neste momento, há uma mistura imensa de pensamentos que não me deixam fazer uma comunhão e escrever sobre alguma coisa que não seja desse meu estado de espírito...
Pensei em vida e morte. Pensei em como temo partir mas porque continuo a viver esperanças. Em como busco a fé e não acredito em outra vida. Materialista, naturalmente realista, criado em meio a religião.
Sei lá.
Tenho minha opinião formada sobre de onde viemos e não acredito em Eva e Adão, evolução de macacos, essas coisas que infundiram em minha geração, Creio que não mais se ensinam isso na escola hoje em dia, ou não?
Acredito na fé. Creio em Deus, Jesus, Maria e José. Mas não acredito que vou para uma melhor vida, onde não há dor, fome, etc. Parece que aos homens recrutados pelos terroristas em nome de seu deus para explodirem e matarem inocentes, considerados mártires, vão para a glória maior. Não creio no céu ou no inferno. A fé é algo maior, uma força interior que nos faz conectar a vida e a ter provas que parecem ínfimas mas são grandiosas. As coisas de Deus.
Não é o momento de escrever sobre tudo isso. Não estou forte espiritualmente para me dignar.
Questiono o amor.
Acho que não sei o que é ou não aprendi a amar.
Em uma fase de minha vida considerei amor algo superior, inatingível tão facilmente como verbalizaram por tempos. Eu considerava a paixão mais plausível, comum e confundida ferozmente com amor.
Amor é algo maior. Muito maior.
Penso que nunca amei de verdade e nunca fui amado também. Uma coisa complementa a outra, apesar de chegar perto em algumas vezes.
Mas, sob o peso de meus anos vividos, refazendo e avaliando meus passos, admito não saber amar.
Eu lembro de meu coração bater forte e sentir algo diferente quando ainda era criança diante da beleza de uma menina bem mais velha, quase adolescente, em minha escola primária. Eram olhos verdes num rostinho angelical e tudo mais de bom.... Sacudia ali meu coração em sua primeira paixão?
Amor. Deus. Vida.
Num filme recente, Lucy, o uso da capacidade mental do ser humano é tema e, a parte que mais me marcou foi a conclusão de que o Tempo é a unidade que nos move.
Sim. O velho e fabuloso Tempo, impiedoso, voraz, que nunca para em qualquer lugar ou para qualquer coisa. Ele leva junto as lembranças, esse malvado. Traz consigo as dores do desgaste, o envelhecimento.
É duro e igual para todos e tudo que está sob sua égide. Não há volta. Um segundo atrás não será o mesmo e será passado. Se foi e nunca mais.
Hoje, estou cansando de olhar ele passar.
Houve um tempo que ousei a aproveitar o tempo. Não queria ver ele passar por minha vida e então, me arrisquei, me tornei outra pessoa, busquei amores em pecados e perdi a minha paz, depois de tirar de algumas pessoas para esse tanto de viver. Vivi, mas paguei caro o preço dessa liberdade ao sabor do tempo, fazendo coisas com a desculpa sobre ele, o tempo, e tirando coragem de onde eu não sabia existir.
Passou.
Impiedoso e forte como sempre, ele vive em mim e a meu redor. Não parou até que me trouxesse aqui.
Ele é eterno e eu só tenho essa parte que me cabe. O trem da vida, a viagem e a estação final para cada um de nós. Ele segue.
Queria falar que esses dias tem sido doloridos.
Preciso enxergar que muito já pude ver, privilégio de poucos como muitos que partilharam minha história e se foram, desceram em suas estações. Vivem em minha e outras memórias. Mas se foram tão cedo!
E acreditar que ainda estou aqui por um propósito... Acreditar como esperança ou desculpa que seja.
São dias nublados. Tempos difíceis para minha existência, sem falar que ele não para e a cada dia me vejo mais longe ou mais perto de uma estação.