O Encontro Das Estrelas

O Encontro Das Estrelas
A lenda milenar onde Altair e Vega se encontram uma vez por ano

Sem Nação

Cidadão há 67 anos, brasileiro com orgulho de ser, fui humilhado perante o mundo todo quando uma corja de togados podres a sua revelia, passando por cima da Carta Magna do país, colocou no poder um molusco ladrão, descondenado e impôs a mais descarada fraude em sua eleição, sem que houvesse nada para parar esse poder. A esperança eu vi em decepção, quando as gloriosas forças armadas lavaram as mãos e ainda prenderam cidadãos que dela se orgulhavam. Humilhado e decepcionado, esse cidadão é não mais brasileiro. O que eu tinha orgulho transformaram em vergonha. E sem direito a luta, numa verdadeira e sórdida ditadura, afirmo que meu país deixou de existir. AQUI JAZ BRASIL.

terça-feira, janeiro 10, 2017

Futuro Próximo

Coisas que fazem parte da gente, ao longo do tempo, da experiência vivida e sofrida que te fazem realizar os preparos que te possam proteger no futuro bem próximo.
Sim. Bem próximo porque não sabemos em qual momento dessa nossa vida estaremos privados de tudo, da liberdade, de ser você: saúde é tudo.
Em dado momento estava bem, vendo TV, pensando nos planos de férias e em seguida numa cama de hospital, assustado, monitorado, quase imóvel de tantas coisas "amarrada" e o diagnóstico de infarto.
Consequências primeiras os stents e a separação de meu velho companheiro o cigarro...



Lembrando de minha mãe e sua saga imposta por um AVC, seu martírio final que ninguém nessa vida pode merecer e da imagem final de meu pai. Nem de longe em minha mente poderia imaginar em ver aquele homem bom, saúde de invejar, mente poderosa pendurado em aparelhos num CTI...
Pior de tudo: saber que estamos ali, mesmo dopado, paralisado a alma toca cada um que se achega, que faz um carinho, que chora ao seu lado.




Não quero para mim não.
E, do mesmo jeito que me decidi pela cremação desse corpo quando não mais existir vida, descobri agora que posso decidir por meu fim. Não ficar sendo mantido por equipamentos, pendurado como vi meu pai e disse a enfermagem que não era ele, que ele não estava ali para minha bênção...
Sim, senhores. Existe uma forma atual de nos protegermos dessa tortura final antes do último suspiro.
As DIRETIVAS ANTECIPADAS DE VONTADE contemplam a sua determinação enquanto consciente, são, em não ficar presos a aparelhos e intervenções que prolonguem o que a natureza determinou em fazer. Me deixem ir naturalmente. É meu destino...
As mesmas Diretivas concebem o direito de não sentir dor, de ameniza-las, e do sono profundo a espera do fim.

Estive lendo alguns artigos depois de ouvir na rádio CBN, no programa Cinquenta Mais, a dra Maria Julia Kovacs falar sobre o assunto.
Destaco alguns itens do artigo abaixo, por exemplo:


A ortotanásia e o direito penal brasileiro


As opiniões expressas nos artigos publicados responsabilizam apenas seus autores e não representam, necessariamente, a opinião deste Instituto

João Paulo Orsini Martinelli

Mestre e Doutor em Direito Penal – USP, Coordenador-chefe do Departamento de Internet do IBCCrim

I. Introdução

Recente decisão judicial reabriu uma discussão que sempre provocou polêmica em todos os países, independentemente dos valores culturais predominantes: a possibilidade de interrupção de tratamento de pacientes em estado terminal – a ortotanásia. Com a edição da Resolução 1.805/2006, pelo Conselho Federal de Medicina, autorizando a ortotanásia, houve ação do Ministério Público Federal do Distrito Federal requerendo a suspensão da resolução, pois a conduta estaria em desacordo com o Código Penal. Houve concessão de medida liminar, suspendendo a Resolução, sob o argumento de que a ortotanásia não encontraria amparo na legislação. Por fim, em dezembro de 2010, nova decisão judicial derrubou a liminar suspensiva e a Resolução voltou a ser aplicada. Nesse período de suspensão, o CFM editou seu novo Código de Ética Médica com nova previsão de interrupção do tratamento e projeto de lei que regulamenta a ortotanásia ganhou velocidade no Congresso Nacional.

II. A ortotanásia e sua definição

No campo jurídico, a definição de ortotanásia tem imensa relevância na configuração do fato como criminoso ou não. Ao definir ortotanásia, deve ficar claro que o sujeito não possui dolo de atingir o bem jurídico vida e, ainda, evidenciar a existência de circunstâncias que excluam qualquer delito. De preferência, para não restarem dúvidas sobre a legitimidade da ortotanásia, mais eficiente é demonstrar a atipicidade da conduta.

Encontram-se na doutrina especializada diversos conceitos. Ortotanásia, ou eutanásia passiva, é a omissão de uma indicação terapêutica para determinado caso.[1] Também pode ser definida como a omissão de toda intervenção que possa prolongar a vida de forma artificial.[2] Complementam-se os conceitos afirmando que “é a atuação correta frente à morte. É a abordagem adequada diante de um paciente que está morrendo”.[3]

Em comum, pode-se extrair que a ortotanásia não pode configurar qualquer tipo penal. A finalidade do médico que interrompe tratamento ineficaz é reduzir o sofrimento do doente sem chances de cura. Diferente, pois, de alguém que age com fim exclusivo de eliminar a vida da vítima, desconsiderando qualquer benefício que a morte lhe possa trazer. Tanto é que, como ressalta BITENCOURT, em alguns diplomas estrangeiros a eliminação da vida recebe o nomen iuris de “assassinato”.[4] E este não é o caso da ortotanásia.

Não se pode olvidar da concepção de vida sempre conexa à de dignidade. A vida deve ser sempre digna, com todos os meios disponibilizados pela sociedade e pelo Estado. A sociedade, composta por todos os seus membros, deve respeitar os direitos individuais, utilizando-se a consagrada fórmula “o direito de um termina quando nasce o direito do outro”. A ninguém, salvo exceções, é dado o direito de interferir nas escolhas individuais, pois ninguém sabe o que é melhor a si mesmo do que o próprio indivíduo, conforme a clássica lição de STUART MILL. Apenas quem sofre por uma doença grave e incurável sabe o melhor desfecho para sua vida. Há quem queira insistir no tratamento, na esperança de uma cura pouco provável, mas há aqueles que desejam interromper o sofrimento intenso, e para isso, necessariamente, chega-se à morte. Não se pode privilegiar apenas a dimensão biológica da vida humana, ignorando-se a qualidade de vida do indivíduo.[5]

III. A Resolução CFM 1.805/2006 e o novo Código de Ética Médica

Diz o art. 1.º da Resolução 1.805/2006 que “é permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal”. Após a suspensão da Resolução pela Justiça Federal, em 2009, houve a edição do novo Código de Ética Médica (Resolução CFM 1.931/2009), vigente desde abril de 2010, cujo texto, de forma mais velada, também tratou da ortotanásia. Segundo seu art. 41, parágrafo único, “nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal” (grifo nosso).

O novo Código de Ética Médica determina que, nos casos em que for interrompido o tratamento, deve o responsável médico utilizar os cuidados paliativos para evitar o sofrimento do doente terminal. Evidente está a ausência de dolo de atingir-se o bem jurídico vida, requisito fundamental do crime de homicídio. O elemento subjetivo de quem pratica a ortotanásia, dentro dos limites de permissão, resume-se a preservar a dignidade humana de quem está sofrendo inutilmente e deseja abreviar a própria vida.

Assim manifestou-se o Conselho Federal de Farmácia em informações preliminares no Processo 2007.34.00.014809-3, da 14.ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, no qual ocorreu a suspensão da Resolução 1.805/2006: “a ortotanásia não antecipa o momento da morte, mas permite tão-somente a morte em seu tempo natural e sem utilização de recursos extraordinários postos à disposição pelo atual estado da tecnologia, os quais apenas adiam a morte com sofrimento e angústia para o doente e sua família”. Nada melhor que interpretar a lei com o auxílio de profissionais da saúde, que possuem conhecimentos mais apurados sobre o assunto do que o operador do direito.

Vale lembrar que a suspensão ocorreu em sede de decisão liminar, sem julgamento do mérito. No entanto, houve a seguinte manifestação do magistrado: “parece caracterizar crime (a eutanásia) porque o tipo penal previsto no sobredito art. 121, sempre abrangeu e parece abranger ainda tanto a eutanásia como a ortotanásia, a despeito da opinião de alguns juristas consagrados em sentido contrário”. Seguiu-se, assim, corrente jurisprudencial segundo a qual a ortotanásia enquadra-se no art. 121, § 1.º, do Código Penal, com redução de pena decorrente de relevante valor moral ou social.

Em dezembro de 2010, o próprio Ministério Público Federal mudou seu entendimento e a liminar suspensiva foi derrubada. Reconheceu-se que a permissão para a interrupção do tratamento a pedido do doente em estado terminal não fere a Constituição Federal. A ação foi julgada improcedente, acatando o juiz os pareceres de profissionais da saúde e as alegações finais do MPF, dando à Resolução a “interpretação mais adequada do Direito em face do atual estado de arte da medicina”. Ou seja, prevaleceu na decisão o direito ao exercício da autonomia do paciente em estado de morte iminente.

IV. Propostas de alterações legislativas

Poucos dias após a decisão da Justiça Federal que tornou válida a Resolução 1.805/2006, a Câmara dos Deputados, por meio de sua Comissão de Seguridade Social e Família, aprovou parecer favorável ao Projeto de Lei 6.715/2009, do Senado Federal, que altera o Código Penal, inserindo o art. 136-A. Resumidamente, o PL tem por objetivo retirar expressamente a ilicitude da ortotanásia quando preenchidos os requisitos legais.

Diz o art. 2.º do PL que “todo paciente que se encontra em fase terminal de enfermidade tem direito a cuidados paliativos proporcionais e adequados, sem prejuízo de outros tratamentos que se mostrem necessários e oportunos”. E, ainda, seu art. 3º define paciente em estado terminal de enfermidade como “pessoa portadora de enfermidade avançada, progressiva e incurável, com prognóstico de morte iminente e inevitável, em razão de falência grave e irreversível de um ou vários órgãos, e que não apresenta qualquer perspectiva de recuperação do quadro clínico”. Importante a definição de paciente em estado terminal para dar ao médico a possibilidade de saber se o caso concreto enquadra-se na permissão legal e evitar, posteriormente, responsabilidade penal por seu comportamento.

Quanto à exclusão de ilicitude do fato, o PL insere o art. 136-A no Código Penal, que possui a seguinte redação:

Art. 136-A. Não constitui crime, no âmbito dos cuidados paliativos aplicados a paciente terminal, deixar de fazer uso de meios desproporcionais e extraordinários, em situação de morte iminente e inevitável, desde que haja consentimento do paciente ou, em sua impossibilidade, do cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão.

§ 1º A situação de morte iminente e inevitável deve ser previamente atestada por 2 (dois) médicos.

§ 2º A exclusão de ilicitude prevista neste artigo não se aplica em caso de omissão de uso dos meios terapêuticos ordinários e proporcionais devidos a paciente terminal.

Em caso de aprovação do texto, deverão ser observados os seguintes requisitos para o fato não ser antijurídico: (a) o profissional de saúde não pode deixar de aplicar os cuidados paliativos; (b) os meios dispensados devem ser desproporcionais e extraordinários, ou seja, devem extrapolar a razoabilidade de um procedimento destinado a salvar a vida; (c) a situação de morte deve ser iminente e inevitável, quer dizer, não basta haver mera probabilidade; (d) deve haver consentimento do paciente (real) ou de familiar próximo (presumido). Além disso, é necessário atestado sobre a situação do paciente elaborado por dois médicos.

Algumas críticas são cabíveis ao PL na forma como se apresenta. A inclusão da excludente de antijuridicidade no art. 136-A parece equivocada. Tal artigo sucederá o art. 136, que tipifica a conduta de “maus-tratos”. Dá-se a impressão de que a exclusão de antijuridicidade recai apenas nas situações em que o médico expõe “a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de (...) tratamento (...), quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis” e os procedimentos de tratamento extrapolem o bem senso. Isto é, pela redação pode-se extrair que há maus-tratos na omissão do tratamento desproporcional e, mesmo que haja morte do paciente, o fato será justificado. Não se pode resumir a excludente a um crime de perigo qualificado pelo resultado.

Melhor seria se houvesse, também e principalmente, previsão expressa de exclusão da ilicitude no art. 121, que define o crime de homicídio. Deveria o legislador preocupar-se com a regulamentação da ortotanásia para impedir qualquer tipo de responsabilidade penal do médico pela suposta prática de crime contra a vida, mesmo que seja com pena reduzida. Por causa de uma cultura puramente legalista, que ainda exerce grande influência no direito penal e processual penal, deve haver clara disposição permitindo a ortotanásia em parágrafo a ser adicionado ao art. 121 para evitar, definitivamente, qualquer possibilidade de responsabilização penal quando preenchidos os requisitos legais.

Deveria, ainda, o legislador considerar a ortotanásia como excludente de tipicidade por ausência de dolo. Melhor que jogar para a segunda fase de verificação do delito (dentro do conceito tripartido), seria afirmar a ausência de elementos subjetivos capazes de preencher a tipicidade. Em vez de considerar a ortotanásia fato típico, porém, lícito, deveria o PL considerar o fato ATíPICO, eliminando qualquer responsabilidade penal desde o início. Como defendido desde o começo do trabalho, na prática da ortotanásia o que se pretende é eliminar o sofrimento do paciente terminal. Não há finalidade de atingir o bem jurídico vida de forma reprovável, como requer o art. 121 ao tipificar o homicídio. Ao contrário, o objetivo do médico é concretizar o direito do paciente ao exercício da autonomia, quando a morte for sua vontade real ou presumida.

Por fim, interpretando-se o caso concreto à luz da Constituição Federal, não haveria necessidade de previsão em lei ordinária da permissão à ortotanásia. Na lição de MÖLLER, “a dignidade da pessoa humana é considerada, juntamente com os valores da soberania, da cidadania, do pluralismo político e os valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa, o fundamento do Estado democrático brasileiro. (...) O valor da dignidade humana deve ser considerado o princípio fundamental do Estado e da Constituição, abrangendo todos os demais princípios e direitos fundamentais, uma vez que remete às exigências e necessidades humanas consideradas básicas e mais relevantes”.[6] A falta de previsão no Código Penal, portanto, não pode ser obstáculo para a isenção de responsabilidade do médico.

V. Conclusão

Apesar da complexidade do tema e das polêmicas levantadas, a ortotanásia precisa ser discutida no plano jurídico com o auxílio das ciências médicas e de seus profissionais. Devem ser consideradas a opinião do médico e, principalmente, a vontade do paciente em estado terminal ou sua família. Quando houver o desejo de interromper o tratamento, a autonomia individual deve ser respeitada, uma vez que, em regra, ninguém sabe o que é melhor a si mesmo do que a própria pessoa.

A norma penal deve ser interpretada de acordo com a lesão ao bem jurídico tutelado, sem ignorar a presença dos elementos subjetivos do tipo. No caso da ortotanásia, repita-se, não há dolo de lesão ou perigo à vida, ao contrário, pretende-se preservar a dignidade humana de quem está em estado precário de saúde, sem perspectivas de cura e tomado pelo sofrimento.

Em tese, não haveria necessidade de qualquer alteração na legislação, pois os direitos à liberdade e à dignidade humana estão previstos na Constituição Federal e devem ser aplicados na interpretação do Código Penal. No entanto, a previsão expressa em lei da ortotanásia como fato atípico (ou lícito) colocaria fim nas discussões a respeito de sua permissão.

BIBLIOGRAFIA:

BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal, vol. 02. São Paulo: Saraiva. 2010.

FARIAS, Gisela. Muerte voluntaria. Buenos Aires: Astrea. 2007.

FREIRE DE SÁ, Maria de Fátima. Direito de morrer. Belo Horizonte: Del Rey. 2005.

GOLDIM, José Roberto. Eutanásia. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/bioetica/eutanasi.htm>, acesso em 09/10/2010.

MÖLLER, Leticia Ludwig. Direito à morte com dignidade e autonomia. Curitiba: Juruá. 2008.

[1] FREIRE DE SÁ, Maria de Fátima. Direito de morrer. Belo Horizonte: Del Rey. 2005. p. 39.

[2] FARIAS, Gisela. Muerte voluntaria. Buenos Aires: Astrea. 2007. p. 35.

[3] GOLDIM, José Roberto. Eutanásia. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/bioetica/eutanasi.htm>, acesso em 09/10/2010.

[4] BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal, vol. 02. São Paulo: Saraiva. 2010. pp. 44-45.

[5] FREIRE DE SÁ, op. cit. p. 32.

[6] MÖLLER, Leticia Ludwig. Direito à morte com dignidade e autonomia. Curitiba: Juruá. 2008. p. 143.



Sequer poderia saber melhor sobre a existência dessa lei, desse direito.
Me ative porém, da visão de aparelhos como tubos enfiados goela abaixo, sondas aplicadas no corpo, etc...
E então me vejo quase protegido quando leio o abaixo texto, retirado do site www.testamentovital.com, que trata das Diretivas:

Quanto às disposições de recusa e/ou aceitação de tratamentos,  para serem válidas frente ao ordenamento jurídico brasileiro, o paciente não poderá dispor acerca da recusa dos cuidados paliativos, vez que estes são garantidores do princípio constitucional da Dignidade da Pessoa Humana e, por conseguinte, do direito à morte digna bem como por afrontarem a própria filosofia dos cuidados paliativos, que orienta a prática médica no tratamento de pacientes terminais no Brasil.

Assim, apenas disposições que digam respeito à recusa de tratamentos fúteis serão válidas, como por exemplo, não entubação, não realização de traqueostomia, suspensão de hemodiálise, ordem de não reanimação, dentre outros; e a definição da futilidade deve ter em conta a inexistência de benefícios que este tratamento trará ao paciente. Por esta razão, disposições acerca da suspensão de hidratação e alimentação artificial também não serão válidas no ordenamento jurídico brasileiro.

Discutível mas existente, as DIRETIVAS passam a fazer parte de meus anseios como já faz parte a doação de órgãos e a cremação, sem velório, sem participação de ninguém, sem despedida...
Ainda assim preciso documentar, procurar quem ajude, convencer.
 
Não estou mais nenhum garoto.
Não sinto mais futuro em minha vida atual.
Já passei e marquei bastante para estar ciente que a morte é mais próxima que meus sonhos não realizados... Em meio a um cansaço fatigante de olhar tanta tragédia, tanta luta e muitas perdas perante a vida que me trazem a velha sensação de impotência, preciso determinar a meu fim uma parte que amenize, se assim precisar.







domingo, janeiro 01, 2017

Significado para 2017????


Foi ontem, último dia do ano.
O calor que maltrata por aqui e nos deixa incomodados recolhidos ao nosso ninho, poucos movimentos e arranjando forma de se acomodar e nos trouxe também uma surpresa inusitada.
Confesso que o susto foi grande...

Estava deitado no meio da tarde, quietinho com os ventiladores em cima e o pensamento vagando entre lembranças, dúvidas e devaneios até que cochilei. Não vi nem que uma pancada de chuva rápida, sem trovões, havia caído molhando o chão e nada mais.
Fui acordado por uma coisa fria, meio que arranhando a minha coxa e por um som entre pio e granido, uma vez que a minha reação foi tocar aquilo que voou em volta da cama, preto e grande para um inseto. Pousada no chão do quarto, diante de minha reação de medo, pareceu imóvel.

Reconheci então um pássaro, uma andorinha, e fiquei sem saber o que fazer por pura falta de manusear esses frágeis animais em toda minha vida. Não sabia se estava ferida, doente ou qualquer coisa assim. Não sabia como havia entrado em meu quarto se só uma fresta havia na janela pequena.

Tentei recolher o bichinho mas não tinha habilidade.
Cobri com um pano mas não conseguia segurar sem que houvesse o risco de feri-la.
Decidi abrir toda a casa e retirar o pano, ajudando no direcionamento e lá se foi em direção a janela da sala, voando mas ainda assim abalroando a grade da janela. Sumiu...

Mais tarde desci e fui verificar se estava no pátio, em algum lugar da garagem, perto de onde poderia ter caído... Olhando para cima, bem mais alto que o prédio, avistei um bando delas, as andorinhas, voando freneticamente.

Tomado pela curiosidade, recorri ao Google e me atentei ao detalhe de serem monogâmicas. Este poderia ser o motivo da desorientação daquele bichinho se acaso houvesse perdido seu parceiro ou parceira...

Do Google - Significado da andorinha

A andorinha simboliza a esperança, a boa sorte, o amor, a fertilidade, a luz, a ressurreição, a pureza, a primavera, a metamorfose, a renovação.
Andorinha

Significado Místico

Na China, a andorinha representa a fertilidade associado ao retorno das andorinhas junto ao equinócio da primavera. Além disso, muitas lendas chinesas estão relacionadas com a simbologia da fertilidade e da fecundidade dessas aves, como por exemplo, na história de Hien-Ti que ingeriu ovos de andorinha e teve Confúcio, considerado o filho da andorinha.
Na Mitologia Grega, a andorinha simboliza o eterno retorno e a ressurreição, de forma que Ísis, a deusa da maternidade, da fertilidade e da natureza, esposa de Osíris e mãe de Hórus, transformava-se em andorinha à noite, e voava ao redor do sarcófago de Osíris lamentando sua morte.
No Mali, a andorinha simboliza a pureza sendo, portanto, a manifestação de Faro, senhor das águas, do verbo e da pureza. Associada à fertilidade da terra e da mulher, ela recolhe o sangue das vítimas oferecidas nos sacrifícios a Faro e leva até os céus, o qual retorna em forma de chuva.
A Andorinha é uma ave migratória monogâmica, ou seja, possui um parceiro durante toda a vida e, por esse motivo, está associada ao amor. Conhecida como "ave da partida e do regresso", possui uma característica notável: migra no inverno e retorna no verão, muitas vezes ao mesmo ninho.

§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§


Não sei o que me reserva este ano que hoje se inicia.
O que ficou para trás  marcou a minha vida me tirando as coisas que me eram caras e, por sinal, poucas que resumiam ao meu prazer.

Um infarto me tirou o cigarro, velho companheiro de solidão.
O mesmo infarto direcionou as coisas em remédios e exames, médicos, laboratórios...
Decepções com filho que me levou o sossego da conquista pessoal e meus bens...
A perda do meu emprego de tantos anos, meu esteio, meu tudo depois da falta de meu pai.
A crise política do país chegou a minha porta e me deixou órfão, sem caminhos ou apelações por mais uns meses para gozar da aposentadoria e me sentir só um pouquinho seguro na minha idade... Essa mudança me deu mais uns dez quilos no peso. Com eles a carcaça ficou difícil de arrastar em minha outra paixão, o futebol. O joelho então me disse não e vou ter que parar.

Meu saldo do ano que passou foi desastroso.
Conclusões e decisões por conta desses eventos incluem não mais frequentar festas em família, não viajar sem o conforto garantido de minhas velhas manias e pensar como compensar a falta de lazer... Não como ninguém há anos, não saio para me divertir a não ser a pelada de domingo e, além de não mais ter o prazer do cigarro, por causa dos remédios, diminui em muito a minha capacidade de beber a minha cerveja como fazia.


Que a andorinha que em mim pousou neste último dia desse ano que passou tenha levado com ela tudo aquilo de ruim que me assolou e me traga a esperança de dias melhores.
Que o seu significado seja forte em meus dias em simbolizar a esperança, a boa sorte, o amor, a fertilidade, a luz, a ressurreição, a pureza, a primavera, a metamorfose, a renovação.

2017!!!
Quando pequeno, ainda no outro século, vivendo a geração que tinha medo do ano 2000, não vislumbrei chegar a 60 anos...
Eis me aqui.
Deus seja louvado!!!
 
 






terça-feira, dezembro 27, 2016

10 ANOS


Meu blog, meu amigo, meu ombro companheiro completou mais um ano.
Já são dez que passaram rápido ou que não... As vezes tenho a sensação de que ele é mais velho.

Não importa.
Mesmo estando relapso, quase não vindo mais aqui para escrever as coisas da vida, minhas lamúrias, decepções e mais, ainda assim, meu cantinho é minha garantia de que posso desabafar. É meu...

E mesmo estando longe, na preguiça depressiva, eu escrevia mentalmente aqui. Coisas bonitas, lembranças, promessas, revoltas, ranzinzices... Prometia lembrar e escrever quando levantasse.
Não dá para esconder a depressão que me toma aos poucos a vida.
Começou há anos quando resolvi a minha vida voltando para casa depois de tantas decepções, uma paixão louca vivida, um preço alto a pagar por tantos erros.
A minha vida solitária, reclusa a que me impus viver então. Meu trabalho solitário e meus dias sozinho escondido do sol, tentando dormir... Um vampiro medroso, que não gosta de sangue e que o stress de ir e voltar para o Rio de Janeiro toda noite deixou sequelas de pressão alta e remédios para sempre.



Vamos encurtar e falar deste ano que termina.
Ano miserável de ruim...
Em janeiro, 13, meu infarto descoberto dois dias depois. Quatro stents e aqui estou.
Agora sem o meu companheiro de longas datas, meu cigarro que deixei na marra e ainda sinto falta.
Dolorido saber que não serei mais o mesmo, que terei que cuidar de tanta coisa, mudar minha vida. Mas é para agradecer pois estou aqui escrevendo ainda, pela graça do Senhor.



Interessante registrar que em 06 de janeiro minha mãe contava mais um ano que nos deixou e agora, um ano sem meu pai no dia 09 de janeiro... Está chegando janeiro de novo.

Em julho, 29, fui demitido de meu emprego a qual tanto me dedicava e era meu único porto seguro.
Covardemente a empresa como muitas, em represália ao governo desmoralizado e desavergonhado, colocou na rua seus antigos funcionários sem nenhum motivo que não fosse o de mexer com os governantes, bagunçar mais a situação crítica que vivemos na política suja deste país... Saudades do Regime Militar.



Antes de perder o emprego fui mais uma vez decepcionado por um filho que, literalmente me tomou o meu brinquedo novo, sem que eu nada pudesse fazer. Afinal é filho... Levou e pronto. Eu não queria mais carro depois daquele e sabia que não veria mesmo um tostão do que foi prometido ser pago.



A saúde piorou estando dentro de casa, ocioso. Ganhei uns dez quilos que me impedem de jogar meu futebol como gostava. Meu joelho ainda assim não me ajudou e o médico mandou parar...
Resumo: não fumo e restringi minha vida por causa do infarto; já não tinha vida social, não comia ninguém (nem pagando) há anos; agora sem meu futebol. A pergunta é: SOBROU O QUE????




Saudades, talvez.
Desânimo dessa vida, desse país, desse mundo louco em guerras que não se explicam e indiferença com os irmãos que fogem para sobreviver, crianças submetidas a um holocausto moderno e sendo vistas na TV, na net só para comentários... Egoísmos dos mais diferentes tipos mundo afora.
Mundo cruel daqueles que acreditam em carnificinas como religião.
Não há como me sentir humano ao ver cenas como essas...


Meu blog, meu amigo blog, aqui estou para te dizer que me sinto um pouco morto pelos últimos anos que não vim aqui conversar contigo, me ouvir.
Perdi o ânimo de viver, perdi o que não queria perder e minha vontade de lutar contra isso.
Nossa!!!! Este ano está acabando mas tenho medo porque janeiro está próximo...



Hoje, agora aqui, neste maldito Estado inferno do Rio de Janeiro, mais de 40ºC a sombra me fazem desejar o fim, temer pelo fim.
Rezo para chegar a noite e peço pelos menos favorecidos pois não sei como conseguem sobreviver e ainda assim gostarem.



Bom, eu vim aqui contar mais um ano seu e minhas lamúrias.
Está feito.
FELIZ ANIVERSÁRIO!!!



quarta-feira, novembro 09, 2016

Conceitos

Revendo conceitos - porque mudam a todo momento - estou muito decepcionado ou desiludido da vida.
Não há nada de bom que se possa contar, compartilhar.
Não há uma notícia que alegre as pessoas, que eleve os espíritos de bondade e humanidade...
Governos maliciosos, povos submissos a miséria e reprimido por leis que só os de bem cumprem.
Intolerância religiosa que gera guerras e todo tipo de genocídio moderno, do estupro de crianças ao extermínio filmado e divulgado como forma de direito, como se fosse a vontade de seu deus.
O poder do mundo, o maior deles agora estará nas mãos de um louco, assim penso sobre o Trump.
Um ferocista, malicioso, racista e dominador déspota. Assim se apresentou a minha sabedoria, minha visão sobre ele.

Aqui perto, nas ruas próximas, bandidos de todos os naipes e estirpes se vangloriam de liberdade e violência. Roubam ao amanhecer, sem incômodos, pessoas que saem de casa para seus afazeres. Todos os dias, nos mesmos lugares, nos mesmos bairros, sem hora certa ou tempo estipulado e sem medo ser feliz. Eles ganham sempre... Nós, acuados, precisamos ficar presos em casa mas nem sempre é possível.
E os estadistas, responsáveis por gerir quem nos defendem, querem deles tirar mais em impostos e falcatruas. Uma coisa leva a outra e o cidadão fica sem seus pertences cada vez que vai a rua, quando não ficam sem suas vidas, mesmo entregando o que lhe tomam...

Estou enojado com a vida...
Esses dias pensei em meus orgulhos, o que plantei e colhi ao longo desses quase 60 anos.
Em memória, comecei por agradecer a quem me ajudou para conseguir algumas coisas.
Depois me orgulhei de alguns feitos conseguidos por minha determinação e sorte.
Somei e dividi mas não encontrei positividade. Nada fui ou sou que possa orgulhar alguém ou a mim mesmo.

segunda-feira, outubro 31, 2016

Registrando

Em pleno Halloween aqui estou eu tentando escrever alguma coisa que me faça sentido.


Esses dias, pensando longe do computador, até tive boas ideias para tema mas não me lembro. Juro.
Ainda sob auspícios da malandragem forçada, pelo auxílio desemprego, pela crise enorme, a política que não se resolve, só vejo futuro de planejamento apertado, de milagres com as contas, abandono de muitas coisas que ainda faz parte de minha vida atual.

Era para ter ido a Ribeirão Preto ver meu irmão mais velho em seu aniversário no último dia 23... Tudo fora de planos.
Perdemos a sua ex esposa dias antes, o que me deu umas faltas no orçamento e a desistência de meu outro irmão em me acompanhar.

Estou muito incomodado com o meu ganho de peso, consequência da fase atual vivida, que atrapalha muito o que mais gosto de fazer, meu futebol com os amigos. Não sei o que fazer e isso é maior ainda na causa do incômodo.

A idade chegou mas ainda me sinto um pouquinho vivo. Tenho desejo...
Só não consigo desligar a minha concepção de modelo sexual, minhas boas lembranças, e assim encarar qualquer coisa que se aventure a se aproximar. Creia-me, sei bem o que passa pela minha cabeça e não sou mais um garoto. Não daria certo.

Em casa, a vontade de mudanças.
Queria sair de meu apartamento e troca-lo por uma casa perto de meu filho mais velho.
Estou vendendo o apartamento.
Estou vendendo meu carro.
Estou vendendo uma chuteira Mizuno novinha...
Pareço o personagem do Moacyr Franco na Praça é Nossa, SBT.

Vamos falar das bruxas...
Ah, essas criaturas!!!!
Acho que fui enfeitiçado há anos por uma delas.
Fiz parte de sua vida mas creio que o feitiço se fez presente a menor proximidade nossa em todos esses anos com consequências como meu infarto, meu emprego...
Mesmo assim, ainda vivo esse feitiço de paixão inigualável.
A vida não se faz muito generosa em realidades e eu estou ficando sem sonhos... A minha bruxa sumiu de novo.
Quem sabe por saber do encanto, das consequências, dos maus a mim determinados.
Seu feitiço sempre me foi muito caro mas, como foi gostoso...





sábado, outubro 15, 2016

Meu Ombro Amigo

Estou de volta.
Sempre que preciso ele me espera, me aconchega, deixa que eu desabafe o coração dolorido.
Este é meu cantinho, meu ombro amigo que criei há alguns anos e que tenho deixado de lado nos últimos anos...

Mas sempre posso contar com ele. Ele me quer.
Dói muito os dias atuais... Ele está aqui para me ouvir.
Mas decido não esmiuçar os reflexos de crises, do país, das coisas da vida mesmo.
Estamos perdendo muito mais do que prevíamos.
Estamos sendo derrotados pelo tempo, inabalável, que nos toma quase tudo que somos.

Em meio a tantas coisas, esperamos por dias melhores, agarramos a sorte e rezamos para agradecer o que temos.
Em meio a tanto desalinho, perdendo as forças, seguimos porque não há outra forma de aceitar.
Perceber que não somos mais, não temos mais, não podemos mais, abala...

Saudades de você, minha cara...


Saudades de meu paizinho que me faz muita falta nessa hora...



Saudades que crescem porque "mãe", minha cunhada querida a quem eu chamava assim, nos deixou há uma semana brutalmente por um ataque cardíaco. O que consola é o não padecer como tantos outros...


 
Que esteja na paz do Senhor, Fernanda!!!

quinta-feira, setembro 01, 2016

Tempos Difíceis... Anunciados Foram.

E de volta aqui estou.

É minha cara, meu caminho dos últimos anos, meses, dias... E cheguei aqui. E voltei para escrever o que o coração sente e, confuso, nem sabe dizer.



Este é meu canto.
Este é o meu ombro onde chorei e choro, onde tenho refúgio, onde posso me encontrar.

Então volto para contar mais um pedaço de mim.
Antes, preciso situar as coisas a minha volta, nesse mundo chamado Brasil.

Brigas e intrigas políticas culminaram no impeachment da presidenta Dilma, do PT e aliados, em meio a muitas, mas muitas falcatruas que trouxeram a desordem e o caos que passamos atuais.
Dos doze milhões de desempregados eu faço parte há um mês, consequência desses abutres do povo que se escondem atrás de uma tal DEMOCRACIA para fazerem o que estamos assistindo de pé, em ordem, como não deveria acontecer.



Eu ouvi há algum tempo que as Forças Armadas, aquelas que tomaram por muito menos o poder em outros tempos, não aparecem agora porque tratam de outros assuntos as quais são responsáveis.
Incrédulo, assisti a prisão de três cabos do exército transportando maconha, quase atravessando o país, num caminhão do EB e armados, uniformizados, documentados...



Eu que tanto clamei por eles, começo a crer que se estão calados é porque realmente fazem parte de alguma negociação do que se instalou de sujo após seu Regime ser trocado pela tal Democracia.


Preconizei a falta de meu emprego.
Sabia que iria acontecer alguma coisa comigo, com a minha vida pacata de cidadão, quase aposentado, acomodado no tempo com a vida conformado. Afinal, não foi o infarto em janeiro e quatro stent's no peito que me fizeram parar ainda...

O meu temor porém é maior pelos meus.
Uma tal Uber atazana a vida do meu mais novo e sua luta para conseguir seu táxi, suas coisas, ordenadamente e honestamente.
Concorrência desleal e danosa que hei de ver apodrecer a cair como fruta madura...

Essa semana ainda um pai matou esposa e dois filhos, depois se matou.
Em uma carta, dizia que precisava dar fim ao sofrimento deles antes que acontecesse o que temia.
Louco pelo ego, tirou dele o seu tesouro, seu mundo, por temer que este mudasse se ele perdesse seu emprego. Visse sua vida mudar. Não suportou a visão de um futuro que sentiu próximo porque nada havia ainda acontecido.


Foi loucura precoce? Egoísmo total e fanático?
O que define tal acontecimento? Quem explica? Os dias de hoje????

Mas, um êxodo destemido e insistente leva muitos a mostrar a força do SER em tais horas difíceis.




Eles continuam buscando, contra tudo e contra todos, desafiadoramente, a vida.
E vão motivados somente por uma coisa chamada ESPERANÇA... Religiosamente, cada um com a sua, seguem em busca de melhores dias contando com sua FÉ.





Que eles sirvam de exemplo ao mundo sórdido que se mostra a todos.
Festas se realizam como Olimpíadas quando milhões tentam fugir do horror de guerras, da miséria e do desespero.
Aqui, deste país ainda abençoado onde muitos não deveriam habitar, peço por todos nós, pecadores, a misericórdia divina.


Misericórdia, Senhor!!!







domingo, fevereiro 07, 2016

FIM DE FÉRIAS

Domingo de carnaval, fevereiro de 2016.

Este carnaval é um marco para mim, minhas férias.
Minha e da D.Leila, que conseguiu a sua primeira em 14 anos de trabalho.
O carnaval marca o fim das férias... Mas marca mais a minha vida.

Foi rápido, durou algum tempo, incomodou o dia todo e se juntou a meu estado febril de resfriado.
Foi numa quarta-feira, 13 de janeiro, terceiro dia de férias, tranquilidade total em Maricá... Aquela dor em forma de queimação no peito, sob o esterno, que me tirou a respiração e os movimentos foi diagnosticada na sexta-feira numa consulta na emergência do HCSG.
"O senhor vai ficar aqui com a gente no CTI. O senhor enfartou e precisa ser observado até mesmo fazer um cateterismo para ver o que aconteceu..." Falou uma menina de menos de 30 anos, num jaleco branco e o título de doutora. Dra Stéfany.

O cateterismo foi na segunda-feira.
A angioplastia indicada por ele na quinta-feira me colocou quatro stents dentro do peito...



Acima uma sala com equipamentos dos procedimentos e os stents e como são colocados dentro dos vasos entupidos...
Faltou a equipe do Dr. Sandro Brito que realizou com sucesso os procedimentos em meu coração, a quem agradeço muito e diria que não poderia ser melhor. Eles me transmitiram confiança e segurança para enfrentar os desafios.

Bem, o que queria marcar por aqui mesmo era o carnaval 2016.
Fim de minhas férias, que acabaram com a de Leila e me trouxeram coisas novas a vida... Uma delas é a grande incógnita sobre meu futuro.




quarta-feira, dezembro 23, 2015

De Saudade Daqui

E lá se vai mais um ano...
Resolvi escrever com saudade de meu cantinho tão abandonado. Afinal, no dia 25 ele completa mais um niver.



E lembrando da madrinha, linda e sempre iluminada, comparo as mudanças na vida dela com o tempo que tem agora de vida meu blog... Foram muitas.
Conquistas e realizações na vida daquele Ser de luz que aprendi a gostar, respeitar, admirar e que agora preciso ficar só acompanhando, sem uma palavra.
Mas é bom vê-la brilhando sempre em sua beleza e feliz.
Sempre foi virtual mesmo meus contatos com ela.
Grande incentivadora, afetuosa e decidida, a madrinha desse blog merece muito da felicidade que está vivendo.




Agora vamos lá: a saudade de meu cantinho (relapso pela vida deixei aqui de vir) e os fatos desse ano que está para findar me fizeram lembrar que posso e devo desabafar, mostrar a minha dor, meus feitos, minhas alegrias, por aqui, onde fiz de ombro muitas vezes por esses anos. Meu amigo.

2015...

Logo de cara perdi meu paizinho, em janeiro depois de sofrer um bocado em seus últimos dias de vida. E pensar que foi embora por causa de sua própria e maior virtude: a mente.


Sua perfeita saúde e sua mente privilegiada não se dispuseram a aceitar as limitações da idade.
Ele queria e sabia ter condições de fazer tudo que sempre fez até então mas o corpo deu sinais de limites e por não aceitar, por não abrir mão de sua independência, se trancou e deixou a tal depressão tomar conta bem devagarzinho, sem ninguém perceber ou poder fazer alguma coisa que o demovesse daquelas respostas felizes ao telefone de "estar tudo bem"...
Dolorido, meu paizinho. Seu filho se sentiu dolorido em deixar você ir assim.

Superando a perda, recobrando os sentidos, a vida só tinha graça por meus netinhos.
Eles foram e são a nossa força de seguir.

Davi cresce bastante e tem personalidade forte. Mente sempre ligada em tudo a sua volta.
Adora estar na frente, se apresentar, curtir festas, dançar e todos os tipos de instrumentos experimentar tocar.
Em casa está sempre acompanhado de muita gente e tem os avós e parentes maternos que fazem qualquer negócio por uma festa, por reuniões, por uma viagem.
No colégio, foi ganhando seu lugar de líder, assim conta seus pais.




Matheus surpreende por sua doçura e tranquilidade e por sua inteligência.
Ao contrário do Davi, cresce o menino em um espaço pequeno, somente com sua mãe e seus brinquedos, dia e noite. Mas ele muito bonzinho e muito bem cuidado. Bom de boca, esperto e amoroso demais.



Vovô bobão...

Foi um ano de muitas perdas. De entes queridos aos artistas que gostávamos ou passamos a admirar que nos deixaram.
Foi um ano de mudanças na natureza tão temida por mim. A seca que ameaça, o calor infernal que traz as tormentas e fatores que não aconteciam neste nosso país abençoado como tornados, enchentes catastróficas e outros mais.
No carnaval, fora de casa que é raro em meus dias, a força do vento de uma tempestade arrancou a janela da sala do lugar, quebrou muita coisa e nos deixou mais neuróticos ainda.



O fiasco da Copa do Mundo que marcará para sempre mais uma geração como a de cinquenta e o seu legado tão cantado em verso e prosa que foi engolido em gastos aviltantes para sobrar pelo menos três elefantes brancos espalhados no país. O dinheiro público começou a ganhar o caminho ralo.
Muita facilidade, muitos se aproveitando da riqueza que o povo conseguiu fazer, o ralo começou a ser descoberto. Políticos e ladrões unidos começaram a se enfrentar e mergulharam numa crise ímpar tudo até aqui conquistado pelo povo.
A Petrobrás foi consumida em dívidas e parou sonhos e expectativas de muita gente.
Os ratos, esses continuam por aí. Alguns presos só para dissimular e entregar esquemas, tipo: "não vou segurar sozinho..."







E nós chegamos ao caos.
Aperta o cinto da Previdência para não aposentarem-se os que agora poderiam e não podem mais.
Na rua milhares de trabalhadores e o que seria Polo Petroquímico vai ser Usina de Gás em dois ou três anos...
O momento atual é de desemprego em massa e total descaso com a Saúde no Estado, fechando as portas a quem precisa, não pagando a quem trabalha.
Mas as obras de uma famigerada Olimpíadas ainda não pararam e tornam cada dia mais difícil a quem precisa se deslocar pela cidade.
COPA e OLIMPÍADAS num país que não tem Saúde nem Educação.
O general Figueiredo me traz a certeza de sentir sua falta no poder quando mandou Havelange enfiar uma copa em 1983 naquele lugar... E dizem, morreu pobre.




Chega.
Quero falar de uma coisa mais, digamos, suave.

Este blog foi criado pela minha solidão, meus desencantos e desalentos de um tempo que vivi após uma tempestade em minha vida.
Essa tempestade tem nome, endereço e está bem, Graças a Deus...

Aqui cantei as minhas mágoas, minhas dores, minhas saudades e segui meu caminho recluso para superar os erros e conseguir equilibrar a vida outra vez.
Muitas histórias, pedidos, recordações, sempre me referindo a mulher que me trouxe até aqui como "aquela moça". No meio deste encontro surgiu um fruto do qual sentia muito e acompanhava, digamos assim, de longe. Natais, aniversários, ano após ano, pedindo sempre a Deus que lhe desse luz e paz e estendesse a quem ela dependia.

Nos últimos meses deste ano, acontecimentos a minha volta me tornaram mais cético, menos esperançoso da vida. A perda de meu pai, as lutas diárias, as incertezas da vida e a realidade me fizeram pensar em meu tempo por aqui na Terra.
De repente, surtei em busca de alguma coisa que sempre quis e, em meio a uma situação de crise, troquei meu carro por um que gostaria de ter, antes que acabasse o meu tempo.


Mas esse elemento foi um marco, posso assim definir, por uma razão que até me deixa cabreiro, assustado por minhas previsões.
Pensei em perdão. Perdoar para ser perdoado...
Então, do nada também, como uma assombração, a coisa começou a acontecer.
Primeiro numa foto somente da sua sombra. Meses depois, um comentário em site onde apareço em uma foto.
Agora nos falamos pelo virtual.
Conversamos bastante mas moderadamente, como se não existisse o passado. Como se uma nova velha amizade.

Acho que presente maior não poderia querer dela. Aquela moça...
Muitos anos se passaram sem que delas tivesse notícias.
Muitas coisas me definiram o modo de viver. Meu caminho curto e restrito por minha vontade.
Muito queria poder falar agora mas, creio que, de alguma forma, o tempo agiu nos corações.
Ainda não tive uma imagem ou ouvi a voz daquela moça mas ela me deu o prazer de ver a garotinha que meu pai tanto perguntava antes de sua morte.



Hoje, dezoito anos de beleza e comportamento, estou aqui para dizer de meus medos e minhas angústias mas compensados por ver que aquela menininha que vi pela última vez aos três anos tem saúde e beleza.
Apesar de tudo, ela não sabe de mim e desse perdão. Não ousaria em chegar perto dela apesar de querer ouvir sua voz, vê-la caminhar, seus gestos, seus pensamentos...
Não posso estragar o presente com nada de meu passado.
Foi duro estar no caminho que escolhi e a espera também.

Precisava sim de mais esse impulso de vida.
Queria muito e ganhei esse presente de fim de ano.
Perdoar e ser perdoado não quer dizer que tenho que sair de meu caminho de retidão.
O tempo castiga com lembranças mas de vez em quando dá uma volta e meia na vida da gente trazendo algumas surpresas que nos faz felizes.
Sou grato a Deus e todos os Santos que me apeguei neste tempo que passou rápido.
Um tempo longínquo de muitas saudades, erros, lágrimas, desespero, e agora uma parte maior que se pode colher: o perdão.

Meu cantinho, me orgulho de poder te dizer isso.
Me orgulho de ter você comigo, sempre me ouvindo, vendo minhas lágrimas ao longo desses anos.
Agora, esse aniversário seu está marcado.
  

É Sobre... Perdoar & Esquecer

  "Perdoar"  significa libertar-se de ressentimentos e mágoas em relação a uma ofensa ou erro cometido por outra pessoa, ou por si...