O Encontro Das Estrelas

O Encontro Das Estrelas
A lenda milenar onde Altair e Vega se encontram uma vez por ano

Sem Nação

Cidadão há 67 anos, brasileiro com orgulho de ser, fui humilhado perante o mundo todo quando uma corja de togados podres a sua revelia, passando por cima da Carta Magna do país, colocou no poder um molusco ladrão, descondenado e impôs a mais descarada fraude em sua eleição, sem que houvesse nada para parar esse poder. A esperança eu vi em decepção, quando as gloriosas forças armadas lavaram as mãos e ainda prenderam cidadãos que dela se orgulhavam. Humilhado e decepcionado, esse cidadão é não mais brasileiro. O que eu tinha orgulho transformaram em vergonha. E sem direito a luta, numa verdadeira e sórdida ditadura, afirmo que meu país deixou de existir. AQUI JAZ BRASIL.

domingo, setembro 08, 2024

Baby Boomer. Eu Sou, Mesmo Que No Fim

 Geração Baby Boomer (1945 – 1964)

Essa geração tem como principais características a valorização da família, a busca pela paz, ter uma carreira e ganhar dinheiro, sendo que esse deveria vir pelo sucesso na carreira e não o dinheiro em si mesmo, o que para muitos era a busca pela realização pessoal.


Tal qual as características que acabei de ler agora sobre a minha geração como descritas, eu assino embaixo: Sou um Baby Boomer. 
O termo em sua tradução se refere a "explosão de bebês" mundo afora no pós guerra.

Eu nasci quase no final da geração e vi nascer a geração seguinte, e as outras sem que me atentasse para as minhas características, tendo a evolução mundial como pano de fundo das diferenças que me foram "obrigadas" a ver e aceitar... "O mundo mudou", diziam.

Estranho é que eu sentei para escrever sobre outra coisa, outra ideia de texto.
Queria descrever o prazer e, inusitadamente, recorrer as diversas formas de lembrança. Como se conversando com alguém muito íntimo pudéssemos trocar fatos e informações vividas ao lado do prazer. E o prazer que me refiro é aquele maior, que transforma corpo, mente e até o espírito: sexo.

E saber, por exemplo, onde foi o lugar mais longe que fez?
Qual foi aquele que mais marcou? Aquele dia que mais durou?
Por aí... São tantas as situações, seriam tantas histórias!

Ser Baby Boomer e ter a realização pessoal como busca me caracteriza até mesmo sexualmente. É certo.
Eu não fui certamente um garanhão de muitas aventuras e mulheres. Primeiro, talvez, por saber que eu só me interessava se houvesse alguma coisa que me fosse atraente, que me tocasse o instinto. Me considerava controlado em relação a sexo e mulheres. Deveria haver um padrão em minhas escolhas e considerações.
Não fazia somente por fazer. Me reservava a esse direito e frequentei algumas casas de sexo com no máximo três histórias para contar.



Eu hoje, anos passados, posso considerar essa postagem para a minha "carreira" como a realização pessoal que consegui encontrar em uma só pessoa. Ainda que tente, nunca vou conseguir descrever os prazeres vividos, os momentos felizes. Mas posso dizer, como bom Baby Boomer que me realizei pessoalmente naqueles pecados. 
Aquele Ser fazia parte de meus sonhos mais escondidos, libidinosos, que pensava não existir, em meu âmago. 

Pois surgiu, cruzou o meu caminho, me fez acreditar em mim, me tornou outro homem, me deu tudo que nunca imaginei ter... Inclusive dores, sofrimentos, decepções, amarguras, vergonhas e muitas perdas. Eram parte daquele jogo, quero crer.
Não poderia ser maravilhas para sempre! Nada é perfeito!


Família, Paz, Carreira, Sucesso e Realizações Pessoais.
Baby Boomer. Uma geração que sobrevive passando por outras tantas e vendo surgirem mais outras, diferentes, "cheias de defeitos" ao nossos olhos que já não enxergam bem, aos nossos sentidos que estão fraquejando ultrapassados, as nossas presenças que atrapalham, ao incômodo de ser ou estar na idade atual. No final, nós BB's é que estamos defeituosos com nossos conceitos e lições daquilo que vimos passar, com aquilo que vemos ou somos obrigados a ver hoje e - sei lá - seguir por aí, pelo meio deles, como fizemos por tantas gerações depois da nossa.


Já li muito sobre não dizer "No meu tempo..." Acho que nunca existi então.

Hoje mesmo dois meninos estiveram em minha casa para um serviço e, me assusta ouvir de um rapaz de 16 e outro de 29 anos, educados e trabalhadores, que não sabiam o que eram válvulas, os dispositivos antes dos transistores. 



Tá bom, essa poderia ser difícil! Mas não saberem o que é nata do leite? 
A gordura do leite que existiu quando eu ainda era criança... Deixa pra lá! Coisa de velho mesmo.




Vou voltar as minhas Realizações Pessoais, sonhar com elas, conversar comigo mesmo e responder algumas questões memoráveis. Mesmo em minha geração, não encontro alguém mais para uma prosa como essa. Existem regras que BB's respeitam ainda.

Posso ao menos garantir que, para me "realizar pessoalmente" no assunto que coloquei, tinha uma química, uma ligação, o prazer a dois bem conectado. Superar a você mesmo era sua meta e, então, o prazer inigualável deixava o ego em êxtase por dias transformando tudo a sua volta.



Baby Boomer, quem diria!!!
Superados, quebrados, esquecidos ainda por aí.
Somos alguns, somos poucos ou muitos, quem sabe. Mas temos boas histórias para contar.
Pena que já não servem para nada o que vivemos, é o que me parece.



quinta-feira, setembro 05, 2024

Snoopy & Eu

 O que fazer quando o dia passou, você nada fez e não há mais o que ver na TV às 23 horas?

Eu tenho a ideia de tentar explicar o que acontece comigo. O que penso de mim e minha vida.

Os amigos estão por aí. Já não são mais os mesmos porque a vida segue, os caminhos se encurtam e não mais se cruzam. 

A família, que resume a primos, que nada mais têm um com outros, apesar de estarem perto, numa cidade pequena, os laços parecem não serem mais objetos de união. Então, eu que vivo mais longe, o que tenho?

Disseram, eu soube, que não me conheciam, uma vez indagados por lá... Triste, viu!

Meus irmãos nunca foram próximos. Sempre mandaram em mim e nunca aceitaram a minha condição diferente em dez anos que me beneficiaram, supostamente. 



O mais velho está distante 800 km como sempre gostou de estar, mas agora tem sua saúde debilitada e causa em mim só preocupação. O do meio, vive aqui perto, mas não quebre um só minuto de sua rotina que arranjas um problema. Ele, por sua vez, não acredita na doença do mais velho. Engana mesmo o tal Alzheimer.

Meus filhos vivem a sua vida, a sua maneira e, de sirvo porque me recolhi e gosto de paz. Se não concordo, estou errado. Mas se precisam batem aqui... Filhos serão sempre assim, não?

Me sinto sozinho e faz muito tempo. 



Temo o futuro incerto e nada mais sonho para mim. Afinal, sem amores, sem paixão, não há o que viver no sentido de aproveitar o que se tem de bom. E ainda a saúde que não me ajuda mais.

Mas esse é um caso de abandono tipo "estava escrito". Daqueles que a gente ouve sempre que tem alguém a seu lado muito mais jovem, bonita ou com impedimentos, por exemplo, casada.


A gente não acredita, né... O momento é tão bom, tão vivo a gente se sente que não quer crer ou tem medo de nada.

Sou pouco do que restou.

Não me orgulho de nada mais.

Convivo solene com a depressão e temores que nem sei explicar ou esperar. A ansiedade me toma conta num cotidiano que, quando insistem em modificar, me tornam raivoso, rancoroso e violento por dentro. Boto toda minha angústia junta e vou remoendo com os problemas a minha volta. Aparecem as saudades misturadas em sonhos de sorte que só ela poderia modificar ou aliviar, me tirando de onde não mais tenho sossego. O sossego que acostumei a sentir na solidão.



E estou escrevendo. Já são quase 1000 postagens do Ser.

Acho que, se conseguir chegar lá, vou decidir ainda continuar ou parar com ele.

Tenho alguns poucos leitores (será?) que não me dão o prazer de um só comentário desde 2013. Foi a madrinha do blog quando ainda podia... São tantos anos! Como estará? E sua filha? A pandemia, a política, sua faculdade, aquelas amigas. 

Até bem pouco tempo eu tinha a Júlia no MeWe... Acho que quase ninguém sabe desse APP.

Ela saiu mais uma vez e, dessa vez, sem avisar. Aí eu saí também.

Que falta me faz! Mesmo não tendo post's eu sabia que ela estava lá. Minha única amiga. Minha admiração e conforto, mesmo tendo a sua vida despedaçada ela me confortava com palavras, puxava minhas orelhas. Júlia Gabrielle. A Jú.


Depressivo estou e sinto.

Mas não adianta gritar para o mundo o que se cria dentro de mim.

Rezo e peço por um fim sem sofrer, se assim me for abençoado. Que meus dias nessa vida tortuosa tenham valido alguma coisa para alguém ou para mim. Que meus pecados sejam absolvidos. 

Enfim, o que pedir se tenho muito agradecer por ter chegado aqui e vivido?

Ele sempre esteve a meu lado. Será que na hora que me desprender o espírito dessa matéria eu vou ver?

O que ficará em minha retina? Minha última visão.

Na série Shogun, época dos samurais no Japão, a ênfase da morte sobre a vida é uma coisa simples que se troca por um motivo de honra ou mesmo por uma simples ordem. 

O estrangeiro naquele meio fica perplexo como "a vida é criada e tirada" sem a menor hesitação.



Os tempos são outros. O mundo muda de uma forma assustadora e ameaça a vida no planeta. Tempos nunca pensados antes que viriam chegar. Mesmo assim, a vida continua. O homem segue até que seja a sua vez... Ela é certa, a morte. Então seguimos e ficamos como se anestesiados diante do mundo.



Destino, futuro e razão. Eram sonhos antes... 


terça-feira, setembro 03, 2024

Efeito De Causas

 Dei início a uma limpeza de memórias após meu último post, onde começo a sentir a verdade ser mais forte que as esperanças de um dia qualquer em meus sonhos.

Sim. Principalmente aquelas que mantinham vivas as minhas lembranças de ser feliz, de mim mesmo, de vida. Minhas imagens, meus momentos onde me enxergava homem, feliz e ainda forte.


Quanta coisa guardada em fotos e vídeos!

Quantas lembranças e surpresas... Era preciso apagar tudo mesmo. Afinal, não vejo um futuro tão longo para minha existência e, quem sabe, alguém acessar não possa ser de boa para mim, meu legado.

Então... A ninguém interessaria mesmo esses guardados senão a mim. 

Achei que essa é a hora para não mais sentir saudades e recorrer a quem fui um dia. Assim como a minha vida, essas memórias vão se apagar aos poucos, ao longo desse tempo, ou rapidamente. Só não devem serem vistas.

É isso.

Passou mais um dia em meu minúsculo mundo de reclusão. Não tenho muito aqui hoje para escrever.

A rotina foi igual. As horas se foram como sempre e, com as velhas novas dores pelo corpo de assistir TV, "O Mundo Visto de Cima" quando nada mais interessa em vários outros canais, procuro a cama, o Kwai ou mesmo uma série até ouvir a oração da noite e tentar buscar o sono. Ele me desliga do mundo que vai em minha mente junto ao travesseiro.

Por diversas vezes, ao despertar e saber que estou aqui, resmungo e tomo coragem pela minha inutilidade em muitos dias. Anos. 

Por diversas vezes peço perdão a Deus e, automaticamente sigo até me deitar outra vez e esperar.

Normalmente durmo pouco entre duas e oito da manhã, apesar do Rivotril.

Me falta tanto em coragem... Motivos de seguir, lutar. Amores que um dia me fizeram fortes e cheios de esperanças em sonhos. Eu vivi.

É... Agora preciso de perdão.

O Senhor é Bom!!!


quinta-feira, agosto 29, 2024

Equação Realista Para Meu Coração

 Existe a saudade.

Aquela que não deixa você esquecer de coração, em lembranças que não se apagam. 

Elas são as marcas que me trazem até aqui, até os dias que vivo. Uma esperança? Não mais...


Mas, ao sentir que são tantos anos sem um sinal, que passaram tão rápido que nem percebi, preciso me dar conta de que a realidade é meu desafio.
Dizem que a gente morre para as pessoas que não mais querem você, ou mesmo suas poucas lembranças, se ainda restarem.

Em pensei em saudades.
Mas se elas de mim não sentem, não existo. Estou morto e enterrado.



Não consigo pensar em ninguém que tenha ou possa ter saudades de mim...😕

Então, pela equação da vida onde nada sou ou faço parte, nem mesmo em lembranças, estou realmente morto. 
Nada sou mais.

Saudade + lembranças = vida

Ninguém se importa ou lembra de mim... Que dirá saudade.

quarta-feira, agosto 28, 2024

Minha Linda Prima... Única Em Ser

E bateu uma saudade tão grande...

Então, ao lembrar de uma prima por parte de mãe, eu voltei no tempo e o coração se encarregou de me dizer "quanto carinho!". A gente começa a voltar as memórias lá bem do fundo, de quando eu era bem pequeno e tinha dividido com meus primos de minha faixa de idade aquele imenso carinho, um sorriso e muita alegria por estarmos juntos. Era sem igual, agora vejo isso na simplicidade verdadeira de uma moça sempre linda, no seu jeito de ser e, por ser criada na capital, Rio de Janeiro.


Gávea anos 60

Edélis, Elza e Elma eram filhos de minha tia e madrinha Judite, irmã mais velha de minha mãe e bem diferente dela. Minha madrinha estava sempre de cara fechada, era séria demais e vivia ocupada, preocupada com as coisas a sua volta. Pavio curto demais.

As vezes, por ser ainda pequeno e pouco entender, eu acreditava que era porque ela era pobre ( ou se sentia assim) por morar num barraco do que chamavam favela, lá na Gávea, ponto final do troley bus que saia da Cinelândia. 

Onde eles moravam eram melhores as condições por se tratar de um bairro nobre a época.

Meu avô, um certo dia, me levou até a casa de minha madrinha.

Depois de um ônibus que levava mais de uma hora para fazer o trajeto até Niterói, as Barcas que fazia a travessia da baía de Guanabara, caminhar da Praça XV até o ponto do troley e ver as coisas diferentes do Centro da cidade grande, eu fiquei extremamente assustado com as faíscas e o barulho que os troleys faziam ao cruzar a rede elétrica que os faziam movimentar. Pareciam monstros! Grandes e soltando faíscas ruas afora, numa longa viagem até a Gávea. 


Como passa o danado do tempo!!!

Minhas primas eram bonitas meninas e regulavam idade com meus irmãos mais velhos que eu dez anos.

Elminha, era doce e pouco vaidosa, além de não sonhar muito e ter as realidades da mãe mais afloradas. Isso sem deixar de sorrir e brincar, simpatia e seriedade juntas.

Elzinha era mais dada a vida, aos sorrisos, ao agora, a vaidade e vontade de viver. Vivia querendo sair, fazer alguma coisa diferente, se divertir. Era vida, alegria. Tinha muito de meu padrinho Cirilo que não esperava nada da vida, nem se preocupava com nada ou com o tempo, vivia.

Eu tenho lembrança de uma foto que foi tirada na esquina da Avenida Amaral Peixoto, em frente as estação das barcas, tendo como fundo uma parede de tijolos de vidro, onde aparecem meu irmão Sidy e minha prima Elzinha, jovens, numa das vezes que vieram nos visitar e foram ao cinema em Niterói.

Mas o motivo que eu escrevo é a grata lembrança de ter alguém na família como Elzinha. Era de se emocionar ao reencontrar com a gente, estar com os seus parentes, no meio de nós.

Ela foi única! Nada igual aquela felicidade que nunca mudou, sincera saudade e alegria por estamos juntos.


Quando eu conheci, meu padrinho já era um homem com problemas de saúde e minha madrinha fumante e sempre zangada.

Meu primo Edélis quase não se via, pois trabalhava dia e noite em dois empregos. Era aquele carioca raiz, de trabalho e pouco lazer, barzinho conhecido perto de casa, cigarro e cerveja, cantando sambas e outras coisas da época. Assim, uma vez única, ele me levou com ele, quando eu já era adolescente e fui visitar minha madrinha. Meu padrinho foi embora e deixou saudades.

Edélis foi embora muito cedo e deixou um vazio grande para minha madrinha e uma filha linda, cópia fiel da Elzinha e afilhada dela, além da família numerosa que havia assumido.

Minha madrinha não demorou. Todos se foram com problemas cardíacos. Hereditariedade que levou minha prima Elza a nos deixar anos depois de muitos sustos e sofrimento. Linda e feliz, ela não poderia engravidar. Casou-se com um moço bom, que tinha meu nome. Raridade e coincidência.

Afastados, todos nós seguimos a vida e só ficávamos sabedores de alguma coisa tempos depois.

Elminha casou com bom moço, teve duas filhas e uma delas foi o elo de notícias via internet até que sumiu dos contatos que tinham. 

Então, ficamos sabendo que todos haviam partido. Minhas primas e seus maridos.

O que restou, salvo engano pois nunca mais se teve alguma notícia, foram os filhos de meu primo e de minha prima Elminha.

De toda família de minha mãe, somos os três filhos e três primos de meu falecido tio, irmão mais novo de minha mãe que faleceu novo também. Apesar de viverem no Rio, como os outros viveram, nada mais sabem da família de minha tia Judite ou do que restou.

O que tenho é só uma foto de minha prima Elzinha guardada. Foi de meu casamento.

É triste lembrar de um carinho de pessoa, de algo único em toda uma família e ter essa história de vida para contar... 😔


quinta-feira, agosto 22, 2024

Essas Palavras

 Em minha rotina de anos eu me vou rendendo ao tempo.

A vida passa rápido. Muito mais de meu ponto de vista que é de recolhimento, solidão em busca de paz.

Quando me vejo, corpo deteriorando pelo tempo - que é natural - mas sonhos que se findam em fundamentos da vida, de um passado recente que insiste em me esquecer e muito me deixa triste, enxergo também que a vida passou, está passando e pouco resta, na realidade desse mundo.


Em meus dias, tomo um tempo em orações com o padre Alex Nogueira, desde a pandemia apresentado pela Dra Mara, minha amiga de longas datas e bastante "peso" em sua vida. A Oração da Manhã, as novenas, quaresmas e os santos do dia... O Boa Noite, Meu Jesus antes de desligar o tablet às 2 da manhã, já na minha cama.

Sonho pouco. Dificilmente lembro de um sonho que sempre me é confuso em lugares e acontecimentos.

As vezes lembro somente de uma determinada pessoa, que não vejo mas sei que está ali, fazendo parte daquele pequeno momento. Sem lição, sem mostrar nada, sem me falar... Só a presença, que distingo mas não vejo até.

Esses dias me chegou a cabeça a minha mãe e seu martírio, grande e doloroso até partir dessa vida. E voltei a sentir por ela, porque tanta dor e sofrer não cabia aquela mulher. Ainda sofro e me apavora as situações de fim de vida em hospitais por aí. Já ouviram falar que "deveríamos morrer feito passarinho"? Sempre entendi que o passarinho apaga de repente e fim.


Eu fico sozinho muito tempo em meus dias. Acostumei com a solidão.

As vezes lembro meus amores e, ao me saber tão esquecido, me indagando o que sobrou de mim, penso em poucos dias que faltam e em meus desejos de vida, ora poucos e pelo cuidar dos meus.

Sem outra esperança, sonho com um prêmio de loteria que faria ajudar tantos quanto possível e, logicamente, aqueles que aceitarem. Sem rancor. Esse é meu direcionamento de viver. Minha esperança em dias melhores. Claro que peço perdão ao Senhor pelo materialismo, falta de fé e ingratidão mas, seria a forma de não mais ver os problemas que não consigo resolver. Ou isso ou a morte que é certa.

Por vezes acordo e então peço perdão a Deus... Tudo de novo. Realidades e rotinas. Os mesmos medos e esperanças, a mesma coisa, movimentos, tarefas e tudo igual até rezar e tentar novamente dormir.

Sair dessa realidade é tão bom as vezes...

Escrevo agora e nem sei porque.

É hora de seguir. Banho, jantar, TV e esperar as horas para levantar um corpo dolorido da sala e deitar em minha cama, como todos os dias. Esperanças de poder dormir, acordar e obter o perdão de Deus. ELE sabe que preciso dessa sua bênção porque peco em pensamentos e nessas palavras que agora escrevo.



terça-feira, agosto 20, 2024

Só Constando

 Então estou mais uma vez aqui.

Cheguei a fazer dois rascunhos nesses últimos dias mas não completei o que queria escrever e deixei passar.

Então, queria falar de meu Fluminense, num jogo épico, de uma noite mágica, de uma torcida sofrida pelos últimos resultados e pela sequência horrorosa: Fluminense 1 x 0 Palmeiras.

O Maracanã viveu uma noite de festa que só a torcida tricolor sabe fazer. Foi perfeito!

Eu quis postar o vídeo da FluTV com os bastidores onde as palavras de Felipe Mello foram cruciais para dar tudo certo como deu. Ele marcou a postagem que não fiz. Esse cara, não tem mais que jogar, só estar no grupo. Ele ganhou minha admiração e respeito. Fera!


A outra coisa que andou mexendo muito com minhas ideias foi o acidente com o ATR VoePass... Muito triste!

No mesmo instante que passava na TV um jogo da seleção feminina (cabaço) nas Olimpíadas as TVs estavam ao vivo cobrindo a sem adjetivos tragédia inexplicável.

Tantas coisas envolvidas. Tantas culpas, conjecturas, falação.

Sessenta e dois seres humanos que desapareceram em segundos deixando legados, história, planos, desafios e vida... Espera-se as "caixas pretas" dizerem alguma coisa. Mas nada vai mudar. Eles, suas vidas, seus planos, histórias foram-se nesse destino. Um minuto e pronto!

Já vi médico especialista afirmar que naquele minuto muitos já estavam desfalecidos e, por consequência, nada sentiram ou viram. Talvez, quem sabe, na bondade de Deus, este seria um alento.



E perdemos o Silvio Santos neste fim de semana.

Por sua história que agora toma conta das mídias, o grande homem que foi desfila gloriosamente em elogios e atos sempre de bom exemplo.

Pelo seu final de vida, suas escolhas, marcaram um país inteiro que conheceu o homem simples dos domingos da família brasileira que mudou muitas coisas, vidas, legados.

Ele soube transformar com seu suor, uma vida pacata em sonhos nunca sonhados, sem deixar de ser simples e bondoso.



Não vou falar de mim.

Não ando bem comigo mesmo. Por isso não escrevi esse tempo, esses assuntos e mais.

Sinto saudades.

Tenho sonhado e minha realidade cada vez mais me abraça, o que não é bom.

Seguimos em frente.

Não se fala mais do RS. Faz frio um ou dois dias e volta a fazer calor... Olhando o céu, no horizonte, pressinto que as coisas pro futuro que virá breve não agrada.

Temos que estar preparados - o que é muito difícil - para assombros da natureza. Assim penso e rogo a Deus que cuide de nós!

Amém!!!

terça-feira, julho 16, 2024

Freud

 Esse foi um Boa Noite especial de minha amiga Dra Mara.





Recentemente perdeu seu pai. Ainda não havia se recuperado de uma dor inimaginável da perda de seu único filho homem, tragicamente e de sua mãezinha.

Não conversei com ela sobre isso mas, creio, coração simples, de um ser que tanto pensa em seus dias comuns e solitário, seu pai devia ser um último elo de vida, de quem cuidava e não o queria perder.

A gente vai vivendo e não se dá conta de tantas coisas... E lá se vão. Levam um pedaço de vida que nos faz tanta falta. Ficam as lembranças. Mas até elas as vezes são tormentos.

Como Freud disse, "Esse é um processo".

"Lembrar sem sentir dor" é um processo dolorido, meu caro Sigmund!

sábado, julho 13, 2024

Pai & Mãe... Memória

 Essa semana me acendeu a memória o meu pai.

Coincidência ou não, aquele APP que rememora suas datas em fotografias mostrou-me uma...


Ele gostava muito dessa foto. Dizia que era a sua foto preferida.

Mas, não por isso, as lembranças chegaram quando resolvi abrir uma latinha de embalagem, antiga, porém de uma marca atual, a qual não mais tenho certeza se foi ele que me deu.


Eu guardei por muito tempo ali algumas coisas que me eram caras. Documentos, dinheiro, cartões.
Tudo que estava enlatado estaria seguro, para recorrer ou recordar.

Com o tempo deixei de ter ali as coisas importantes. Mas ela ficou guardada, resistente. 

Então, eu abri essa semana e fui verificar o que sobrou dentro de tão importante latinha companheira de longos anos e várias mudanças de casa, de lugar.


Aqueles cartões, escritos com a letra inconfundível de meu pai, traziam senhas de acesso a suas contas bancárias. Ele fazia questão de me informar sempre por qualquer mudança por fazer parte de seu plano e ser eu o escolhido para cumprir parte de suas vontades, caso, como ele mesmo dizia, um dia irá acontecer.
Na sua sabedoria, aliada a bondade e ingenuidade, simples assim, ele esquecera que os homens são podres e gananciosos. Ele confiava em uma pessoa a qual estava subjugada a seu filho e este, malicioso, não aparecia até que o fato se consumou. Esse senhor, filho da mulher que meu pai vivia e fazia questão em dividir o que deixava com os três filhos, mudou toda uma história de honestidade e sonhos de meu pai.
Ele conseguiu sujar toda uma vida, planos de bondade e esperança.

Aquele dólar, foi ele que me deu quando ainda era garoto e disse para não tirar da carteira. Era de sorte.

Era tão precioso que guardei e ainda o tenho comigo.

Meu pai foi embora dessa vida muito zangado comigo. Parte pela sandice causada pela doença, parte porque o magoei quando consegui tirar dele o controle de suas contas bancárias, por faltar remédios, comida e não pagamento de contas mensais. 

Ele não aceitou quando alguém tirou dele o seu dinheiro mas, foi para o seu próprio bem, o que ele não entendia assim. Doença má!

Em meu histórico de vida, ao final, em suas partidas, estavam zangados comigo, meu pai e minha mãe.
Carrego em meu coração essa frustração, por assim dizer. Eu queria fazer mas era preciso.
De meu pai o controle de suas coisas, seu dinheiro e, cumprindo sua vontade, entregando tudo a quem tomou o direito de ficar com tudo. Aquela em que meu pai confiou era um nada e por isso nem eu nem ele próprio esperava.

A minha mãe foi por ter brigado para que ela saísse da entrega que se colocou em não aceitar, por sua vaidade, estar com as sequelas de um AVC... Muito e grande foi o sofrimento de uma mulher que tirava de seus filhos para ajudar a outras pessoas. Comia feijão com arroz para que um filho pudesse comer dois bifes.

Perdoem esse filho, pai e mãe!

quinta-feira, junho 27, 2024

Dreams Come True

 Ele andava junto com suas preocupações pelo espaço livre em uma praça de uma cidade.

No pensamento as coisas que precisava resolver, as atitudes e esperas da vida, o tempo.

Seu caminhar já não tinha a segurança e a firmeza de outros tempos. Sua presença na rua não era comum há muitos anos. Tudo e muita coisa contribuiu para chegar até aqui.


Quase sem que percebesse, uma pessoinha caminhava rápido em sua direção e, quando sua atenção despertou, essa criança chegou até suas pernas e institivamente levantou os braços no gesto característico de colo.

Sem saber bem o que fazer, encantado pela presença inesperada em seu caminho, ele foi tomado pela inocência e singeleza do momento. Ajoelhou-se e ganhou um abraço enquanto olhava em volta  a procura da pessoa a quem pertencia o menino que o afastara de suas andanças pelo ar para vir ao  mundo real, trazido por um anjo, sentindo-se na Terra... Nada. Ninguém, a primeira vista, se manifestara. 

O pequeno não sabia falar ainda, mas olhava para ele como "o escolhido", um velho conhecido. 

Já com o menino no colo, de pé, atônito, percebeu duas mulheres em sua direção e, só aí, seu coração tomou conta de seu corpo. Mãe e filha, olhavam para a cena num misto de surpresa e reprovação ou algo parecido. O menino já havia se aconchegado ao ombro dele. Ele ficou paralisado. Coração batendo rápido, incrédulo com o momento.

A mãe do menino se aproximou e sem uma palavra o tomou para seu colo, se afastando.

A mãe dela parou diante dele, ficou em silêncio por algum tempo olhando seus olhos e disse "Como está você?"... A resposta não saiu da garganta mas em lágrimas. Não saberia o que dizer aquela mulher depois de tantos anos, sem que conseguisse tirá-la do coração e, em meio a tantas coisas, tantas saudades, a sua visão paralisou o ser que só traduzia em lágrimas que escorriam por seu rosto o que era tudo.

Ele a viu afastar-se, juntar-se a filha e menino e sumir em seu destino.

Ele enxugou mais uma vez uma lágrima e procurou sentar-se em banco próximo.

Ali ficou, olhos fixos longe, talvez sem acreditar no que acabara de viver.

De tempo em tempo abaixava a cabeça, como se indaga-se a si próprio sobre a vida.

Tempo, vida... Passam rápido demais!


Creio que ele não estava preparado para viver aquele momento. Rápido e de muito valor para um já cansado coração que espera. 
Mas, a julgar pelo tempo, pela espera, pela vida que resta ele ainda vai se ver naquele banco.




quarta-feira, junho 26, 2024

Entender & Esperar

 


Brasil de extremos climáticos: primavera atropelou inverno, diz climatologista

Às vésperas da chegada do inverno, o País vive dias que se parecem com uma primavera tempestuosa, nas palavras de um renomado climatologista. Nesta e na próxima semana, as temperaturas devem ficar entre 5 e 10 graus acima da média.

O resultado das mudanças climáticas nestes dias tem sido um Brasil repartido entre o Centro -Oeste queimando na seca  e um Sul que insiste em receber de tempestades violentas.

“Rompemos inúmeros recordes só possíveis em um planeta mais quente. Portanto enquanto a temperatura do planeta aumenta, no Brasil os eventos extremos se intensificam e os dias quentes também”, afirmou nesta segunda-feira o climatologista Francisco Aquino, da UFRGS.


A região Sul enfrenta, explica o especialista,  os contrastes do ar tropical e equatorial com o ar polar da Antártica, que guarda 90% do gelo do planeta. Fazendo coro à maciça conclusão de especialistas, ele diz que “de fato, o clima mudou”.

Em meio a dezenas de eventos extremos, ano de 2024 será o mais quente já registrado, prevê.  A tragédia no Rio Grande do Sul, segundo ele, foi resultado de recordes de tempo e volume de água sobre  uma mesma bacia hidrográfica.

“Em menos de quatro dias inundamos a bacia do Guaíba”, afirmou, durante seminário Reconstrução preventiva – Adaptação das cidades brasileiras ao clima em mudanças, promovido pelo Observatório do Clima.

“Sabemos que a mudança do clima afeta de Norte a Sul do Brasil”.


No mesmo seminário, o professor Rualdo Menegat, do Instituto de Geociência, Cátedra Unesco para desenvolvimento sustentável, alertou também para a falta de infraestrutura que potencializam desastres climáticos. Ele citou a falta de matas ciliares, de proteção dos, relaxamento de planos diretores, que deixaram a água passar muito mais rapidamente,

“Isso não é um debate apenas do RS, mas de todo o Brasil”, afirmou.

Pantanal em chamas

Até sexta-feira (14/6), o Pantanal acumulou 2.019 focos de incêndio, segundo a plataforma BDQueimadas, do INPE. Em igual período de 2023 foram 133 focos.

O número acumulado neste ano é o segundo maior dos últimos 15 anos, atrás apenas de 2020, quando foram registrados 2.135 focos. Naquele ano, cerca de um terço do bioma foi devastado pelas chamas.

O Mato Grosso, que abriga cerca de 40% do Pantanal brasileiro – os outros 60% estão no vizinho Mato Grosso do Sul –, lidera o ranking de queimadas dos estados neste ano, de acordo com o BDQueimadas. Desde o início do ano até essa sexta-feira, mais de 28 mil focos foram registrados no Brasil, sendo 7,4 mil somente em Mato Grosso.

A SOS Pantanal lançou uma nota técnica cobrando ações. O documento foi endereçado aos governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ICMBio e IBAMA e exigiu um trabalho conjunto mais eficiente e alinhado.


Fonte: site Nossa Agência, 17/06/2024

É Sobre... Perdoar & Esquecer

  "Perdoar"  significa libertar-se de ressentimentos e mágoas em relação a uma ofensa ou erro cometido por outra pessoa, ou por si...