Espera Extrema

 Dias de extremos.

Maio chegou e seguiu a um abril calmo em forma de tempo. Com temperaturas agradáveis, sol e a leveza no ar em paz. Eu gosto assim. E fico meio que encantado, envolvido pelo gosto de dias como esses.

Mas vivo extremos quando o silêncio a minha volta é quebrado de alguma forma. quer coisa mais irritante que um vizinho ouvir músicas em seus aparelhos possantes que só eram possíveis em clubes de minha época? Aí, até um cachorro que late o dia todo a partir do momento que sua tutora dobra a esquina para trabalhar irrita.

Sem minha vida, contada em memórias, sem minhas esperanças que não vejo a cada prêmio de loteria que não acerto, sem amores e paixões... Sem coragem para seguir, muitas vezes.

Numa noite, do nada, saí do meu estado emocional normal por uma birra de meu neto... Só me senti mal. Feri a todos com minha grosseria. Minha nora em lágrimas, meu filho decepcionado, a dona Leila muito irritada. Dias depois de me martirizar pelo acontecido, meu menino veio me dizer desculpas e quem pediu fui eu, assumindo o meu erro. Mas a lembrança permanece.

Alguns dias depois, ele esteve nas mãos de médicos, numa intervenção cirúrgica de risco no coração... A gente pede tanto a Deus, a Nossa Senhora! E as mãos dos médicos foram guiadas, tudo correu bem e meu menino está pleno, pelas Graças concebidas, outra vez.

Me irritei profundamente com ter que, de meu suado esperado décimo terceiro de aposentadoria que é pago nesses meses, tirar quase tudo e dar em pagamento de alguma taxa que ainda faz parte da herança que meu pai nos deixou. Revelei meu ódio a tudo isso. Inclusive a merda que meu pai deixou pensando com sua ingenuidade de bom coração. Minhas lembranças e a presença de um senhor que gostaria de nunca mais ver, se possível for, me fazem não dar o mínimo valor aquele apartamento. Faço votos que caia na cabeça daquele senhor. E já avisei que de mim não tiram mais um centavo sequer.

Revelo-me num estado de espírito no fio de uma navalha, uma bomba sem espoleta, uma granada sem o pino que explode sem que eu mesmo controle. E a procrastinação que toma conta em pensamentos e tentativas de planos para fugir porque devo precisar num futuro como bom aquariano.

Até mesmo chegar aos 1000 posts eu não consigo. E tenho tantas coisas que elaboro em minha mente mas, quando chego perto do teclado desisto, deito e deixo passar o tempo.

Tantas coisas a escrever e eu aqui ditando um diário desses meu últimos dias...

Vou registrar que, pode nem ser novidade, mas me chocou ver a nova "INDO NA ONDA" de meninas que dizem ter 18 anos e vendem CONTEÚDOS por apps de encontros, onde mostram fotos e vídeos por muitos variados preços. Algumas são golpes mas a maioria verdadeiras. Algumas se apresentam e fazem questão de dizer que fuma um baseado que hoje chamam de f1. 

Nessa onda, também as mulheres de Cuba. A escassez de tudo que vive aquele povo me leva a crer que estaria "ajudando" até a comer, conforme relatos.

Fato é que existe de um tudo nesse mundo vasto que se transforma cada vez mais em direção ao final dos tempos. O apocalipse diário que se apresenta.

Eu estou me sentindo velho. Me vejo velho diante de tantas coisas que tento fugir, buscar em mim mesmo ou mesmo tentar lembrar daquilo que vivi. Sem sucesso.

E preciso seguir.

E tento a esperança e vivo as decepções dizendo para mim mesmo "vou jogar de novo!".

Na minha rotina, daqui vou a cama, ligo o tablet, ponho os headphones e espero pelo sono. Agradeço a Deus quando acordo mas a sensação de dormir é tão boa... E tento começar tudo de novo até a hora de me deitar outra vez sem que possa contar nada de novo, seguindo os mesmos caminhos dentro de casa, com minha solidão e solitude. 

Espera esperança.