Não me digam que sou culpado!
Eu pertenço a outro "mundo", sei. Sou jurássico para alguns, também sei.
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Duvido algum desses meninos de hoje jogarem com "seu Néca"! |
Nunca pensei em ver o 7 x 1 da Alemanha e tantas outras coisas nesse campo de paixão que é o futebol para mim, como para muitos de minha época, antepassados, favoritos, família, vida.
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O União FC, Silva Jardim - RJ |
Então, nos últimos tempos, fizeram do velho e bom futebol raiz, um "espetáculo" de render dinheiro, de alguns afortunados e dessa geração da Xuxa para cá que não sabe nada de bola anão ser comparar o que eles veem e fazem com seus ídolos na tela de um computador em games que alienam.
Eu aprendi a gostar vendo meus parentes gostarem, jogando na rua, descalços, com chinelos como balizas, bola Pelé de plástico. E vi grandes jogadores na várzea, que faziam malabarismos em dribles e jogadas sensacionais e indescritíveis em "gramados" horrorosos e até sem grama, com bolas de couro e chuteiras com travas pregadas na sola. Com sol de quarenta ou chuva intensa e muita lama.
A geração das conquistas jogavam com bolas Drible, brancas sem exceção, e camisas por dentro do calção e meias suspensas até o joelho. Nem abaixo nem acima como esses pseudos craques depois de pintarem seus corpos com tatuagens e seus cabelos tenebrosos em várias cores. Eles seria marginais na época que aprendi a ver e gostar, a jogar também.
Infelizmente, o futebol virou, talvez o maior negócio desse século e as cifras são assustadoras em salários, contratos, disputas e prêmios. A geração que, com menos de dez anos, um pouco de talento e nas mãos certas de investidores, já tem preço de passe e ganham mais que 90% dos trabalhadores normais do país.
As gerações que fizeram o Brasil campeão e bicampeão do mundo, com raríssimas exceções, morreram pobres e simples, sem a fama que muitos, mas muitos Joelison's da vida desfrutam hoje. Me perdoem, esse jogador, invenção e investimento de algum empresário esperto, nunca merece vestir a camisa amarela de tantas glórias. Assim como outros, iguais ou piores que ele, no poder do dinheiro, vestem e vestiram nesses dias sem glórias que passamos a esperar (eu não, tá) que um sujeito que ri um risinho sarcástico entra em campo para jogar com aquela camisa que merece respeito. Alguém já viu algum dia Zico, Sócrates, Júnior, Roberto Carlos, Ronaldo e tantos outros entrarem como Neymar entra para jogar pelo Brasil? Exijo respeito a condição de jogador da seleção brasileira! Ele não precisa mais de nada dessa vida, então, respeite o povo que torce e ama a canarinho. Ou seja homem ou não vista e jogue futebol em nome desse país!
Esse risinho de deboche...Nos áureos tempos, a seleção brasileira era convocada com a base em pelo menos dois times. Tudo era genuinamente da terrinha. Nada que não fosse brasileiro poderia estar entre convocados, técnicos, staf.
Agora, primeira condição para estar no olho do técnico é jogar fora do Brasil... Pode?
E, com esses carinhas inventados em ligas europeias, se reúne um bando e vem nos dizer que são os melhores que temos? João Saldanha já teria xingado a todos e a tudo se estivesse vivo. Ele que conseguiu mudar as condições de convocação sem perder a essência e Zagallo trouxe o Tri, em um time que reunia craques fora de suas posições sendo os melhores do mundo. Um conceito do João Sem Medo, "Os melhores tem que jogar".
Meu pai era uma pessoa de paz.
Passivo e esportista, vascaíno sofrido e sempre feliz.
Com isso que passamos em Buenos Aires nesta terça-feira, acho que até ele estaria zangado, como poucas vezes pude ver.
Foi muito vergonhoso!
Nada vai apagar como os sete que tomamos da Alemanha. Fica na história.
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