Ser... Somente ser o que se é.
A vida... Ah, a vida!
Se soubéssemos o que ela é, o que nos reserva.
"Um ser apenas", foi meu título em outra hospedagem.
O mundo gira e a vida acompanha esse girar.
Hoje somos e estamos onde amanhã poderemos voltar...
(Dez, 25 - 2006)
O Encontro Das Estrelas
A lenda milenar onde Altair e Vega se encontram uma vez por ano
Sem Nação
Cidadão há 67 anos, brasileiro com orgulho de ser, fui humilhado perante o mundo todo quando uma corja de togados podres a sua revelia, passando por cima da Carta Magna do país, colocou no poder um molusco ladrão, descondenado e impôs a mais descarada fraude em sua eleição, sem que houvesse nada para parar esse poder.
A esperança eu vi em decepção, quando as gloriosas forças armadas lavaram as mãos e ainda prenderam cidadãos que dela se orgulhavam.
Humilhado e decepcionado, esse cidadão é não mais brasileiro. O que eu tinha orgulho transformaram em vergonha. E sem direito a luta, numa verdadeira e sórdida ditadura, afirmo que meu país deixou de existir.
AQUI JAZ BRASIL.
Tantas coisas em um ano que correu rápido e até assustam quando a gente se dá conta que chegou ao seu derradeiro dia.
A despeito de tudo e todos, eu continuo sendo contrário a grande monta de dinheiro e recursos gastos nesse dia pelo mundo afora. Queimam-se muitas escolas, hospitais e outras coisas importantes a humanidade em poucos minutos... Eu considero triste porque a realidade não é aquela mostrada nas televisões, a beleza e encanto das festas sob o brilho dos fogos nas casas sem dignidade de um prato de comida, ou doentes a espera de atendimento e médicos sem ter o verdadeiro valor para cuidar de vidas.
É muito desperdício quando se vive guerras e catástrofes mundo afora!
Mas eu, por mais que tente, não verei o dia que os festejos serão pela vida e pelo ano Novo, com as graças de ter vivido mais um que passou.
Eu tomei por base essa foto e seus dizeres para estar aqui agora sentado escrevendo.
Um amigo me enviou ontem.
Respondi, sem pestanejar, "que não haveria o que dizer a quem sabe de mim tudo" e conclui " sobre esse privilégio em sentar ali me tornar especial aos olhos Dele".
Creio estar errado. Poderia ter muitas respostas mas eu escolhi a que veio a cabeça com simplicidade de um pecador, filho de Deus e abençoado em sua bondade... Poderia completar que somente iria ouvir o que Ele dissesse, suas palavras.
E você?
O que responderia a uma questão como essa?
Estamos vivendo os últimos momentos de mais uma ano.
A velocidade dos acontecimentos e os reflexos em todos os Seres nem sempre se fazem sentir.
As pessoas e o mundo giram sem sintonia numa corrida desenfreada como se não houvera amanhã.
A pandemia e todo o recolhimento diante de tantas perdas não tornaram a humanidade diferente como prometeram. Nada mudou. Creio que até pior o mundo se tornou.
Deus em sua misericórdia nos perdoe em mais um ano dessa jornada que se chama VIDA!
Ontem vi de bom o show de comemoração de Andrea Bocelli em 30 anos de carreira... Maravilhoso!
E me fez lembrar de minha emoção na abertura de um evento esportivo na Itália, ao começarmos a retomar dias normais em todo o mundo pela pandemia.
Belíssimo!!!!
Eu teria muitos momentos de emoção para contar mas, nesse dia, só me lembrei desse e faço dele a marca nessa postagem.
Eu nasci de um coração triste, que buscava onde escrever suas dores e desencantos em um Natal.
Meu papai, incentivado pela madrinha Vivian Lima, que tanto ele gosta e guarda lembranças, mesmo sem nunca ter chegado perto nos oitocentos km que os separavam, nunca a esqueceu e ainda guarda o mesmo respeito daqueles anos... Tão linda! Uma história incrível de vida!
Eu, SERSOMENTESER, registrei mais lágrimas, temores e tristezas do que sorrisos. Nasci assim e fui crescendo assim. Me acostumei com as vindas de meu pai para desabafar ou registrar seus momentos lúdicos, suas saudades (quantas...) e algumas poucas histórias.
As visitas antes presentes a cada postagem, deixaram de se fazer e deixaram cada vez mais o pai amargo.
"A vida segue", ele compreende.
Estar aqui e receber as palavras escritas pelo meu pai, ser seu ombro amigo nesses anos todos foi bom.
De alguma forma, ajudei.
Ele pretende parar com a minha vida por agora, em mil postagens que se aproximam.
Ele tem em sua vida agora mais dores, diferentes das que já carregavam o seu Ser em lágrimas, desesperanças, desapegos... Em 1999 ele tentou contra a sua vida e errou um detalhe.
Eu sei que hoje, mesmo aguardando meu aniversário, ele está muito, muito triste.
Saudades, o mundo mínimo que vive, a falta de carinho e as expectativas pobres em esperanças.
Não culpa a ninguém, mesmo sabendo que não é verdade. Muita gente faz seu caminho seguir sem paz.
E PAZ é somente o que ele sempre quis.
Meu pai é bom, eu creio. Me criou e cuidou até aqui... Fez convites a madrinha para escrever aqui com ele mas ela não aceitou.
Eu vou ficar no registro. Não vou morrer.
Ele, como qualquer Ser, vai um dia para nunca mais.
São dezoito anos, meu pai... Como passou rápido!
PARABÉNS PARA MIM!!! Obrigado a minha madrinha!
Obrigado aos meus quatro leitores dos últimos tempos! (apesar de não saber quem são)
Hoje, véspera de Natal, mais uma vez escolho ficar sozinho.
Me lembro de quando em uma época de minha vida fiz uma escolha de caminhos a seguir e, quando chegava essas épocas do ano, eu me recolhia sozinho a meu cantinho e me acomodava na solidão para passar aquela noite.
Aprendi, nesses tempos, que a reflexão deve ser o maior motivo do Natal. O sentido do Natal. A paz.
Numa daquelas noites, triste, me encontrei comigo mesmo em reflexões e fiz alcançar o meu coração uma paz que precisava. Acordei diferente, eu senti.
Por mais noites mágicas como aquela eu clamei e clamo.
Já falei de minhas escolhas que me trouxeram até aqui, neste momento. Sozinho mais uma vez.
Quem me faz companhia já está em mim: a solidão.
É com ela que convivo há tempos, mesmo sem que perceba. Ela me escolheu e está comigo.
Creio que meu tempo por aqui está perto do fim.
A solidão que mora em mim, no meu peito e agora até em minhas lembranças me dizem isso.
Que o menino que vai nascer me conceda PAZ! Sempre... Ele nunca me abandonou.
Esses dias, caiu a árvore de natal que estava sendo montada na lagoa em Maricá, na véspera de sua inauguração depois de ser atingida por ventania de uma tempestade que passou pela cidade. O evento matou um trabalhador e deixou outros feridos.
Acabei de ler que o custo dessa árvore era de cinco milhões de Reais.
O que eu sabia - havia lido - o custo total dos festejos natalinos estão na casa do trinta e três milhões de Reais... Como a grande festa que se realiza na orla de Copacabana, onde milhões em Reais são queimados diante dos olhos do mundo e dos milhões de pessoas que vão para lá.
São eles os mesmos cidadãos que, ao precisarem de auxílio médico e não terem quando querem, vão aos poucos hospitais precários e ofendem, reclamam, agridem quem lá está trabalhando???
Em Niterói, depois do evento que atingiu Maricá, vizinha cidade, a prefeitura resolveu desmontar a árvore e os enfeites que sofreram danos também pela tempestade, antes mesmo que ficasse pronta, em virtude de prejuízos que possam ser maiores causados pelas intempéries hoje sem precedentes e previsões. Ela estava localizada numa praia da orla, São Francisco.
Mas tudo isto tem um custo... Ou será que não?
Obras sociais, hospitais, escolas, moradias poderiam ter esses investimentos. Até mesmo a família do trabalhador morto em Maricá poderia ser indenizada de acordo.
Mas se os homens lutam guerras sem fim do outro lado do mundo e, para o resto que assiste há interesses escusos, e a vida continua como se nada fosse incomum... Até mesmo times de futebol, de voleibol, basquete e outros desportos estão em plena atividade mundo afora! 😏
O mundo está se tornando cada dia mais diferente, assustador.
A vida corre em meio a tudo isso mas não do jeito que conheci... Agora, parecemos gado a mercê do futuro incerto em mais um dia e vivemos o tudo, na certeza de que hora ou outra não mais existiremos. Não sei bem explicar, mas parece que os seres humanos, diante de tais fatos no dia a dia, pelo mundo afora, dão-se conta de um apocalipse e se organizam em contemplar mais um dia, numa onda de aceitação do fim. Perplexidade e conformismo se misturam diante das verdades.
Eu, atento a um detalhe que vem acontecendo com frequência maior a cada dia: Esses eventos cada vez mais fortes, acontecem em determinada cidade de cada vez. Diferente do Rio Grande do Sul, por aqui, por exemplo, essa semana foi Maricá e Três Rios que ontem sofreu com ventos de mais 90km/h e granizos pesados.
Cidades do RS que parece querer a natureza destruir como Sodoma e Gomorra.
Uberlândia, semana passada e outras cidades por aí.
Fenômenos raros nos EUA com seus tornados.
Gelo no deserto do Saara.
Em meio a notícias ruins, descobri que existem homens que se preocupam com o bem do próximo e dividem aquilo que ganham com o fruto de seus dons naturais. Não é pouco mas a sua atitude muda aos meus olhos, pelo menos, em dizer dele um dos mais ricos desse mundo de Deus.
Assim, ontem, fiquei sabendo do que Menphis Depay realiza em Gana, na África.
Ele mantém lá uma instituição que cuida de crianças cegas e surdas, proporcionando um pouco de ajuda aqueles que precisam, tirando do muito que Deus lhe permite e permitiu ganhar.
Que gesto humano mais lindo!!!!
Eu, torcedor e apaixonado por futebol, nunca gostei muito do jogador Depay. Mas, agora, depois de saber dessa atitude muito nobre, dedico a ele meu respeito como a um ídolo. Ele merece muito mais!
Esse foi seu primeiro destino ao entrar de férias em seu clube de futebol.
Por mais exemplos tão lindos como o dele.
Muitos de seus colegas de profissão que tem muito mais fortunas acumuladas do que ele nada fazem pelo irmão.
Meus olhos veem as imagens mas enxergam com os pensamentos muito além.
Então, num dos canais de passagem no controle remoto, uma cena me chama a atenção.
Uma mulher, plena e sensual em suas vestes, deitada sorrindo ouve um homem declinar sobre alguma coisa sem interesse. Sim, sem interesse para ela naquele momento.
Ela com um sorriso gostoso no rosto lindo, fala simplesmente "Pare de falar e venha deitar-se aqui!"... E segue-se o tocar, as carícias, abraços e beijos.
E essa cena a seguir?
Pode parecer estranho mas, essa é uma das cenas que considerei mais sensuais em filmes que assisti. Acho que não esperava essas lambidas gostosas, creio eu, naquele instante. Isso me marcou.
Eu venho de uma época que já se faz longínqua onde tabus eram grandes barreiras a coisa natural chamada sexo. Não se podia falar sobre isso nem mesmo com os homens mais velhos,
As meninas eram repreendidas e até sofriam castigos se percebessem algo que lhes cheirasse a tesão, ser feminina, natural em seu corpo.
Eram tempos difíceis de famílias. Daquele que se ouviam em casa ao perceberem que você estava a tentar namorar ou ter uma chance de estar mais perto de alguma menina " Se você fizer mal a ela vai ter que casar!". Ouvia de minha mãe, no meu caso.
Aí, acredito que minha geração de meninos e meninas, salvo exceções raras, foram prejudicadas em sua escolhas de vida, seus destinos e até infelizes por causa de suas, nossas criação. Tudo reprimido.
Nos dias atuais e nos anos que pude viver um pouco a liberdade tão cantada e que eu tentava acompanhar e usufruir eu vejo essa marca tão gostosa que o tempo moldou nas mulheres de serem elas mesmas, sem pudor e sem medo, mostrando seu desejo e comandando ações... Foi muito bom. É muito bom!
Não sou contra, pelo contrário, mas o desejo da mulher subiu tanto em conceitos e experiências durante esses anos que se seguiram aquele período jurássico que vivemos em nossa juventude que elas evoluíram a bissexualidade mas com grande tendência de se realizarem melhor com outra mulher.
Os homens, até então sofredores desses tempos difíceis também em escassez de sexo, passaram a se fartarem e a não mais se importar com o prazer e a total fonte que deveria explorar, uma vez que agora tinham mulheres em qualquer estágio, em qualquer lugar, de qualquer modo. Usar e largar. Objetos sem valores, sem confiança.
Para este post, eu quero deixar claro que aprendi ao longo do meu tempo o que me atraia e me deixava ligado. Meu desejo e minha libido na sensualidade de uma mulher, em sua sexualidade a mostra, sem pudores até o clímax.
Nem sei porque escrevo sobre isso hoje.
Estou em declínio depressivo e ainda sem perspectivas de dias melhores.
Neste momento, há uma mistura imensa de pensamentos que não me deixam fazer uma comunhão e escrever sobre alguma coisa que não seja desse meu estado de espírito...
Pensei em vida e morte. Pensei em como temo partir mas porque continuo a viver esperanças. Em como busco a fé e não acredito em outra vida. Materialista, naturalmente realista, criado em meio a religião.
Sei lá.
Tenho minha opinião formada sobre de onde viemos e não acredito em Eva e Adão, evolução de macacos, essas coisas que infundiram em minha geração, Creio que não mais se ensinam isso na escola hoje em dia, ou não?
Acredito na fé. Creio em Deus, Jesus, Maria e José. Mas não acredito que vou para uma melhor vida, onde não há dor, fome, etc. Parece que aos homens recrutados pelos terroristas em nome de seu deus para explodirem e matarem inocentes, considerados mártires, vão para a glória maior. Não creio no céu ou no inferno. A fé é algo maior, uma força interior que nos faz conectar a vida e a ter provas que parecem ínfimas mas são grandiosas. As coisas de Deus.
Não é o momento de escrever sobre tudo isso. Não estou forte espiritualmente para me dignar.
Questiono o amor.
Acho que não sei o que é ou não aprendi a amar.
Em uma fase de minha vida considerei amor algo superior, inatingível tão facilmente como verbalizaram por tempos. Eu considerava a paixão mais plausível, comum e confundida ferozmente com amor.
Amor é algo maior. Muito maior.
Penso que nunca amei de verdade e nunca fui amado também. Uma coisa complementa a outra, apesar de chegar perto em algumas vezes.
Mas, sob o peso de meus anos vividos, refazendo e avaliando meus passos, admito não saber amar.
Eu lembro de meu coração bater forte e sentir algo diferente quando ainda era criança diante da beleza de uma menina bem mais velha, quase adolescente, em minha escola primária. Eram olhos verdes num rostinho angelical e tudo mais de bom.... Sacudia ali meu coração em sua primeira paixão?
Amor. Deus. Vida.
Num filme recente, Lucy, o uso da capacidade mental do ser humano é tema e, a parte que mais me marcou foi a conclusão de que o Tempo é a unidade que nos move.
Sim. O velho e fabuloso Tempo, impiedoso, voraz, que nunca para em qualquer lugar ou para qualquer coisa. Ele leva junto as lembranças, esse malvado. Traz consigo as dores do desgaste, o envelhecimento.
É duro e igual para todos e tudo que está sob sua égide. Não há volta. Um segundo atrás não será o mesmo e será passado. Se foi e nunca mais.
Hoje, estou cansando de olhar ele passar.
Houve um tempo que ousei a aproveitar o tempo. Não queria ver ele passar por minha vida e então, me arrisquei, me tornei outra pessoa, busquei amores em pecados e perdi a minha paz, depois de tirar de algumas pessoas para esse tanto de viver. Vivi, mas paguei caro o preço dessa liberdade ao sabor do tempo, fazendo coisas com a desculpa sobre ele, o tempo, e tirando coragem de onde eu não sabia existir.
Passou.
Impiedoso e forte como sempre, ele vive em mim e a meu redor. Não parou até que me trouxesse aqui.
Ele é eterno e eu só tenho essa parte que me cabe. O trem da vida, a viagem e a estação final para cada um de nós. Ele segue.
Queria falar que esses dias tem sido doloridos.
Preciso enxergar que muito já pude ver, privilégio de poucos como muitos que partilharam minha história e se foram, desceram em suas estações. Vivem em minha e outras memórias. Mas se foram tão cedo!
E acreditar que ainda estou aqui por um propósito... Acreditar como esperança ou desculpa que seja.
São dias nublados. Tempos difíceis para minha existência, sem falar que ele não para e a cada dia me vejo mais longe ou mais perto de uma estação.
Tem dois dias que sento na frente do teclado e não sai nada.
Tem dois dias que me sinto triste e, consequência da solidão, a vontade de escrever.
Mas não consigo expressar o que sinto, o que quero colocar na tela.
Esses dias desse tempo instável e temperaturas elevadas, das inconstâncias de previsões que mais assustam do que previnem... O tempo agora é surpresa atrás de surpresa. Só Jesus!!!
E tenho tantos motivos ainda para minha tristeza... Tenho horas de revolta contra a vida, que perdoe o Senhor Nosso Deus!
A solidão desses dias não ajuda. Traz memórias e lembranças.
Uma tempestade sem previsão ou precedentes caiu sobre a cidade onde moro.
O dia havia sido bem quente. As condições eram favoráveis a esse fenômeno mas não na proporção que se apresentou e, somente sobre a região onde está a cidade de Itaboraí. As cidades vizinhas, de onde em geral provém essas tempestades - Niterói e São Gonçalo - não registraram chuvas.
Como eu descrevo, ela desceu da Serra de Friburgo, passando por trás de onde está o condomínio e chegando com tudo... Muito vento, relâmpagos e trovões e um volume imenso de água em suas uma hora e quarenta minutos que caiu.
Itaboraí com a Serra de Friburgo ao fundo
As casas vizinhas - principalmente as que ficam do lado contrário a minha na rua - sofreram danos em seus telhados. A minha casa, por ser a primeira após declive na rua, foi invadida pela água que corre nas tubulações de esgoto/águas enchendo as fossas, a caixa de gordura e chegando a entrar no ralo do lavabo. As tampas das fossas e caixa de gordura foram arrancadas pela pressão da água e se espalhou em meu quintal a sujeira típica dessas águas.
Com a quantidade de relâmpagos e os diversos raios registrados próximos, o sistema de energia da cidade foi atingido e doeu ficarmos no escuro e calor por doze horas, até que restabelecessem.
Eu só dormi duas horas, das onze as treze, ontem. Fiquei no ar desde as nove horas de segunda-feira e, quando deitei no conforto de meu quarto ontem a noite por volta das vinte e três horas, com a ajuda de meu "amigo" Rivotril, dormi o sono gostoso que há muito não tinha.
É sobre essa noite que escrevo agora.
A causa pode não ter sido boa mas, quem sabe, presente dos deuses, o sono embalado em sonhos gostosos de lembrar - que é raro no meu caso - me deram uma alegria de paz no coração.
Em geral não sou de lembrar muito bem e sempre estou em lugares que penso já ter ido mas não reconheço, com pessoas que parecem me reconhecerem e algumas figuras sem explicação.
O dessa noite marcou a presença de um grupo de pessoas reunidos no fundo de um quintal perto de uma construção de lazer, eu entrando pelo lado da casa bem feita, novinha e clara, sendo recebida por uma mulher bonita, cabelos longos, muito alta e que me tratou como seu filho, abraçando e dizendo de quão bom era eu ter chegado.
No meio do grupo, com suas risada inconfundível, aquela moça.
Então, de repente, em meu colo um menino muito lindo, bem arrumado, pele morena e cabelos parecidos com os de índio com franja e tudo.
Eu olhava sem definir meu sentimento naquele momento. Alegria, emoção, admiração e agradecia quase em lágrimas por viver aquele momento.
De frente a mim, a moça. Todos eram muito altos, com exceção da criança.
Eu perguntei quem era o menino tão lindo e ela, sorrindo, sarcástica repetia "você não sabe?"... E ela sorria feliz.
Não me lembro de sonhos que me assustam ou sem imagens concretas como o dessa noite.
Me lembro de não ter tido esses sonhos tão perfeitos há muito tempo.
Acho que acordei com um sorriso no rosto. Sentindo uma paz que me foi cortada pelos avisos de chuvas no celular e pelo barulho dela caindo forte do lado de fora.
Voltar a realidade tem sido um pouco sofrido para mim como já descrevi em outras postagens. Hoje, porém, parece que vivi aquele momento e me sinto bem por isso.
Tinha que registrar.
As vezes faz bem sonhar.
As vezes é preciso. Que eles sejam frequentes e sempre assim, de emoções, realizações que nos deixem com o coração feliz.
Domingo a noite e, de frente a TV olhando para a tela, absorto em outros pensamentos, um homem se vê em sua inutilidade de vida.
Sim.
Ele pensa que mais um dia termina e nada ele produziu. Fez suas orações, fez suas refeições e viu TV.
Cansou de ficar sentado e cansou de vagar olhando a tela. Até cochilar absorto em meio a pensamentos que envolvem passado e presente. A mente cansa com o ostracismo.
E agora a noite, esse homem pensa, olhando aquela tela onde mais nada é novidade, que ele viu mais um dia ir embora. E pergunta o que será amanhã? Onde encontrar valor para cada respiração ou piscar de olhos?
O tempo corre ligeiro quando esse homem se dá conta de suas poucas esperanças em viver e fazer valer a pena. Enquanto isso, decepção a cada vez que olha resultados de loterias onde aposta seus trocados que considera investimento. Sim... Investimento em somente essa esperança em poder viver, sonhar um pouco mais como fez antes, em alguns anos que se foram.
Que saudade!!!
Esse homem sou eu.😔
Muitas noites espero o sono bater no corpo dolorido e cansado de não viver.
Muitas manhãs, sentado na cama, agradeço por ter mais um dia e peço perdão por não ter querido acordar.
Uma rotina depressiva e desencorajada por tantos temores e desilusões intensas. Tentativas de encontrar alguém para suprir um pouco o vazio que só aumentou nesses anos sem ninguém. Mas virtualmente e pela minha condição não encontro.
Ao me olhar em um espelho sinto vergonha, posso dizer, da imagem que reflito. Não gostaria que me vissem assim as paixões que vivi, que passaram, que se foram de mim.
Eu também não queria mais escrever coisas assim nesses últimos poster's desse blog.
Talvez se eu não fosse mais eu mesmo...😎
"Um guerreiro da luz sempre tem uma segunda chance na vida.
Como todos os outros homens e mulheres, ele não nasceu sabendo manejar sua espada; errou muitas vezes antes de descobrir sua Lenda Pessoal.
Nenhum guerreiro pode sentar-se em torno da fogueira, e dizer aos outros: "Sempre agi certo". Quem afirma isto está mentindo, e ainda não aprendeu a conhecer a si mesmo. O verdadeiro guerreiro da luz já cometeu injustiças no passado.
Mas, no decorrer da jornada, percebe que as pessoas com quem agiu errado sempre tornam a cruzar com ele.
É sua chance de corrigir o mal que causou. Ele sempre a utiliza, sem hesitar."
Manual do Guerreiro da Luz - Paulo Coelho - página 102
E eu que estou com essa música do Chico na cabeça há dias...
As Vitrines
Chico Buarque
Eu te vejo sumir por aí
Te avisei que a cidade era um vão
- Dá tua mão
- Olha pra mim
- Não faz assim
- Não vai lá não
Os letreiros a te colorir
Embaraçam a minha visão
Eu te vi suspirar de aflição
E sair da sessão, frouxa de rir
Já te vejo brincando, gostando de ser
Tua sombra a se multiplicar
Nos teus olhos também posso ver
As vitrines te vendo passar
Na galeria, cada clarão
É como um dia depois de outro dia
Abrindo um salão
Passas em exposição
Passas sem ver teu vigia
Catando a poesia
Que entornas no chão
Então resolvi escrever sobre um pequeno delírio de saber do autor o que ele quer passar de mensagem ou sentiu para escrever esses versos... Delírio meu.
Encontrei no site da letra...
Reflexões em 'As Vitrines': A Poesia Urbana de Chico Buarque
A canção 'As Vitrines', composta por Chico Buarque, é uma obra que reflete sobre a solidão e o distanciamento nas relações humanas em meio ao cenário urbano. A letra apresenta um eu lírico que observa alguém especial se perder na imensidão da cidade, uma metáfora para o afastamento emocional e físico entre as pessoas. O pedido para que a pessoa não se vá e a menção aos letreiros que 'colorir' e 'embaraçam' a visão sugerem uma crítica à forma como o ambiente urbano pode ser alienante e confuso, afetando a percepção e as relações interpessoais.
E vai por aí a análise feita sobre essa obra do Chico Buarque.
Uma vez, um amigo me contou que esteve no mesmo ambiente que ele, o Chico, que tímido, parecia se manter afastado das pessoas.
Depois, explicaram para esse meu amigo que ele se sentia ignorado por não participar das conversas normais, triviais que rolavam ali. Sua inteligência o afligia e o impedia de falar assuntos que não caberiam ou não seriam alcançados pelos meros "mortais" ali no grupo.
Tenho realizado ideias para escrever mas não tenho tido conformidade de pensamentos para fazer.
Hoje fez um dia atípico dos dias que estamos vivendo, diferente de setembro a novembro do ano passado. Tivemos muito sol e temperaturas altas com sensação térmica de mais de 43 graus e aquela ameaça de tempestades no fim da tarde. Isso me basta para desanimar de tudo. Da vida insegura que vivemos nos dias atuais em questões de clima onde tudo pode mudar e muitos fenômenos surgirem do nada.
Quero estar enganado mas serão dias e noites em que só a proteção divina será a esperança.
Mas eu vim aqui para escrever sobre o que vi.
Não o que simplesmente vi ou vejo agora mas no sentido de vida. Tempo de vida.
Estava em oração hoje pela manhã e pensei sobre isso.
Se eu me fosse da vida agora, neste instante, neste dia, eu deveria me orgulhar, dar graças e seguir (se é que se segue para alguma coisa que morre) por ter vivido.
Eu vi muitas coisas ao longo desses anos vividos na dádiva divina e sob sua proteção.
Vi minha mãe, meu pai, irmãos, família. Vi meus filhos e netos. Amores... Ah, amores!!!!
Amigos que se foram tão cedo e que levaram uma parte de mim em histórias contadas juntos.
Vi tanta e vivi tantas coisas.
Então, com o tempo correndo ligeiro, eu vi segredos que nunca revelei e vi presentes que nem sonhava ter ao meu alcance.
Eu vivi anos dourados, juventude transviada, discotecas, grandes artistas até chegar a essa decadência moral e de mal gosto atual que são obras de um desvirtuamento total da sociedade sem seus conceitos e valores que aprendi a contar.
O mundo a minha volta só me entristece e causa falta de esperança.
O Deus que cultuo e aprendi a respeitar, contar com Ele, talvez não mais tenha como tolerar... A homilia falava na volta do Senhor e na destruição anunciada. "Levantem-se e olhem para cima", disse o padre, porque é o juízo final onde "Ele julgará vivos e mortos".
É de cada Ser humano não querer deixar essa vida. É natural.
Eu, já não tenho sonhos como antes. Eu já não sou o que fui e isso mostra que vivi para ver.
Provei do mais gostoso néctar da vida, mesmo sendo pecador.
Se fechasse meus olhos para sempre, deveria ser grato a vida, a quem me fez e me deu tudo que tive, aos amores, mistérios, alcovas, vitórias e derrotas (que foram muitas) e as lembranças que tenho agora.
Se fechasse meus olhos e não mais visse a vida, já não faria falta porque o mundo não é o mesmo que vi.
E confesso que não decidi se vou querer outro cantinho ou parar de escrever.
Deus permitindo que aos 1000 eu chegue resolvo então.
Natal de 2006 e resolvi começar a escrever, desabafar, sofrer, chorar... E o Ser me aguentando.
Histórias algumas, tristezas muitas que se somaram por esses anos acompanhando mudanças e seguindo a trilha de vida que escrevi.
Meu amigo "Ser Somente Ser"!
Corri muitas vezes para ele, seu ombro, minhas razões, súplicas. Quantas vezes me viu rosto lavado em lágrimas enquanto decifrava o coração mutilado, magoado, dolorido.
E quantos se foram nesse tempo de convívio nosso!
Muitos. Queridos ou não. Locados aqui em palavras. Registro.
O desafio de nascer o Ser foi me consultado por uma madrinha a quem eu seguia em suas publicações. E topei. Saí do zero e tive o incentivo de uma pessoinha de tão longe que fui lembrar agora ao consultar minhas primeiras postagens: Márcia Pedrich era de Rondônia e seguia a madrinha Vivi como eu.
Seus comentários me ajudaram a escrever lá no início. Foi de grande valor a sua presença nesse blog.
Nunca mais soube dela, a madrinha me pediu para não mais fazer contato e assim foram. Se foram.
Creio que elas não gostariam de ver seu pupilo que hoje é outro também. A vida passa. E passa tão rápido as vezes...
Esses dias tem sido meio turbulentos em matéria de ideias para escrever por aqui.
São muitas coisas que se misturaram e que, até mesmo, não devo contar. Assim como entrar em APP de relacionamentos, onde, a meu ver, senhoras que não mais deveriam ou teriam condições para tal, ainda esperam por casamentos, príncipes ou um homem bom para viverem para sempre.
Ter atenção de alguém e depois enxergar a realidade. Cair do sonho um dia vivido, foi o que aconteceu comigo.
Mas a vida, (ah a vida...) "não é um morango", como falou meu neto Pedro para o irmão mais velho. E ele só tem sete anos.
Conturbada a mente, a tristeza chega de mansinho, a condição e tudo mais que somam a lembranças, dores, sentimentos, figuras, pessoas, corações e paixões.
As escolhas de vida.
É uma verdade as escolhas.
Lá atrás, eu era feliz mas sabia que haveriam escolhas para seguir a tal vida.
Eu era feliz até não me ocupar com as tais escolhas...
Eu vi uma postagem sobre um grandioso homem esses dias que me tocaram e fizeram questionar um direito que um dia me disseram que a gente não tem.
Jô Soares em seus últimos momentos de vida, ao lado de pessoas que confiava e lhe eram muito caras, fez sua última escolha de vida para morrer em casa, em paz e da forma que ele queria.
Dr. Dráuzio era um dos que lhe fazia companhia naqueles momentos.
Grandioso Jô, sem naipe, um orgulho para um cara simples como eu que vivi para ver.
Ele não pode ser atendido em todos os seus desejos, como contaram, mas o direito de não querer prolongar seus momentos de vida como não fazer diálises, não querer ir para CTI e ser entubado foram atendidos. Num quarto isolado, creio, ele falou que queria morrer em casa, vendo filmes antigos que ele gostava, naturalmente e em paz. Disseram que ele foi em paz, sereno e sem dor.
É um de meus desejos também. Deixem-me seguir em paz, naturalmente.
Minha querida mãe, se pudesse mover um dedo depois do segundo e fatídico AVC, teria tirado a própria vida. Ficar presa em seu corpo, oito meses, sentindo tudo, vendo e ouvindo tudo e só mexer os olhos é o maior castigo que já vi alguém sofrer.
Me arrependo até mesmo de leva-la para o hospital as pressas para depois ela passar por isso.
Escolha errada...
E repensar todos os meus dias passados, eu consigo ver bons momentos. Muito poucos diante de tantas escolhas erradas, desistências, até mesmo vergonhas. Muitas derrotas. Incontáveis e presentes em minha memória. Eu sinto o sabor amargo dessas escolhas também.
Foram erros que hoje velho eu sinto muito ter acontecido😌.
Minha rotina me mostra a atual vida que levo e me dói não mais ter força para superar. É como se aqui findassem os meus dias. Espero a minha hora e peço perdão a Deus... Nada mais.
A esperança é somente um fio finíssimo de sorte onde eu só quero ajudar a todos ou a muitos dos que me são caros, me foram caros... Devo muito a tanta gente!
Tenho sido um chato, creio, por meus pensamentos e modo de ver a vida. As pessoas a minha volta queriam eu fosse otimista, alegre, feliz. Estivesse em festas, bebesse, acho que até fizesse merdas por aí afora como foi no passado. Talvez não me criticassem tanto, nem brigassem comigo como se fora uma criança adolescente.
Acho que era melhor quando de minhas escolhas que acabaram por me trazerem até aqui.
E admito que sinto muita falta de mim...
… Porque se chamava moço
Também se chamava estrada
Viagem de ventania
Nem lembra se olhou pra trás
Ao primeiro passo, asso, asso...
… Porque se chamavam homens
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases lacrimogênios
Ficam calmos, calmos, calmos
… E lá se vai mais um dia, ooh
Eu não fiz a escolha do tempo passar.
Eu não fiz a escolha de ficar mais velho.
Eu fiz a escolha por me guardar de um mundo que tanto me deu e tirou por errar na hora de escolher.
Eu ESCOLHI ter PAZ.
Seria a escolha do Jô Soares atendida por ser ele quem foi?
Eu quero ter minhas escolhas finais. Será?
Tenho me sentido cansado,, sem utilidade.
Sou passado esquecido para as paixões que escolhi.
Sou pessimista pelo futuro e me pergunto se vale a pena estar por aqui em meio a neve no deserto, cidades destruídas em horas pela água que caiu do céu, vírus cada dia mais forte e diferente, guerras que nunca acabam.
… E basta contar compasso
E basta contar consigo
Que a chama não tem pavio
De tudo se faz canção
E o coração na curva
De um rio, rio, rio, rio, rio, rio...
… E lá se vai mais um dia, ooh
… E o rio de asfalto e gente
Entorna pelas ladeiras
Entope o meio-fio
Esquina mais de um milhão
Quero ver então a gente, gente, gente, gente, gente...
… E lá se vai mais um dia, ooh
Eu vejo o futuro que previam lá em meus anos de glória na juventude se fazendo presente diante de meus olhos.