O Encontro Das Estrelas

O Encontro Das Estrelas
A lenda milenar onde Altair e Vega se encontram uma vez por ano

Sem Nação

Cidadão há 67 anos, brasileiro com orgulho de ser, fui humilhado perante o mundo todo quando uma corja de togados podres a sua revelia, passando por cima da Carta Magna do país, colocou no poder um molusco ladrão, descondenado e impôs a mais descarada fraude em sua eleição, sem que houvesse nada para parar esse poder. A esperança eu vi em decepção, quando as gloriosas forças armadas lavaram as mãos e ainda prenderam cidadãos que dela se orgulhavam. Humilhado e decepcionado, esse cidadão é não mais brasileiro. O que eu tinha orgulho transformaram em vergonha. E sem direito a luta, numa verdadeira e sórdida ditadura, afirmo que meu país deixou de existir. AQUI JAZ BRASIL.

terça-feira, agosto 16, 2011

Perda sem perdão

Nossa amizade começou em um pequeno terreno de esquina cercado por valas negras com uma bola de futebol.
Ele é mais velho que eu 2 ou 3 anos. Isso para adolescentes faz muita diferença mas nós tínhamos os mesmos pensamentos, a mesma forma de ser e ver as coisas e compartilhávamos quase tudo.
Um dia pediu uma chuteira emprestado para treinar num clube do Rio.
A minha era nova e mesmo assim, sabendo que por ter o pé maior que o meu eu não mais aproveitaria, emprestei.

Do América ele seguiu em frente.
Portuguesa Santista, Internacional de Lajes, Friburguense. Ficou uma temporada na Bélgica e depois largou.
Fazia piada de tudo na vida mas era sério em suas convicções.
Voltou de Santos uma vez e disse "Tô com o piru fino de tanto transar"... Para quem não conseguia nada, (nem mesmo uma namorada) e era uma época onde a virgindade era moda, cair naquele cais em Santos virou rotina e febre.

Sempre foi muito afeito a "loucuras", coisas diferentes, desafios.
Assim embarcou para os EUA num período que muita gente saía daqui para ganhar alguns dólares e voltava para gastar como rei.
Nunca se conformou por aqueles 18 meses longe, não poder dar o último adeus a sua mãe.
Voltou de lá para umas "férias" e, sentado numa mesa de bar, olhou em volta e despertou a atenção de todos quando falou "Olha aqui! Eu estava com saudades disso." E mostrou as moscas sentadas na mesa, aporrinhando todo mundo... E falou das diferenças de nosso povo, do nosso jeito de ser e da frieza americana.
Quando embarcou de novo para lá, ficou no aeroporto e foi enviado de volta no primeiro voo.

Já estava casado antes de ir.
Foi para Brasília com a ajuda do irmão e ficou alguns anos.
Não aguentou a "doideira" de Brasília, a falta da amizade daqui e voltou.
Juntou seus trocados e criou na carroceria de uma Fiat vermelha um trabalho rendoso na porta da faculdade (hoje UNIVERSO) onde vendia cachorro quente e coca-cola, embaixo de um toldo instalado sobre tudo da própria Coca-Cola.

Apaixonou-se por uma das estudantes e perdeu seu casamento. Sua esposa voltou para Brasília com sua filha e ele ficou por um longo tempo perdido.

É muita coisa para lembrar e contar.

Por estes dias, soube que não vinha bem de saúde.
Ontem recebi a notícia que seu quadro que já era grave por uma bactéria adquirida e ainda não identificada, complicou com um enfizema pulmonar, seguido de enfarte.
A notícia que sua atual companheira passou foi de coma irreversível.



Há alguns anos nos desentendemos.
Tempos depois reconheci meu erro... Ele nunca aceitou.
Estivemos juntos em mesmos lugares - praia, futebol, cerveja, bares, festas - mas nunca mais me aceitou.
Em todas as vezes que falei, me desculpei, lhe dei total razão, me olhava... Só me olhava fixamente e reprovador. Acho que ouvia tudo que ele gostaria de dizer naquele olhar.

Mário é um cara que adora a vida e muito mais quando esta lhe traz os amigos para perto num bom papo, uma bebida, muita piada (que contava como ningém e vivia procurando por novas todos os dias)
e alegria. Acho que nada era mais importante do que estar entre amigos, todos os dias e voltar para casa.

Largaria tudo de novo para estar aqui, em sua terra, no lugar que cresceu, no meio dos amigos.
Uma vida simples com muito valor... Bactéria desconhecida???
Sempre repudiou cigarro e "ameaçou" fumantes como eu... Enfizema???
Voltou para casa, para perto de sua Rose e... Enfartou????

Difícil acreditar.
Duro para mim que se perder o amigo, sei que nunca fui perdoado.

Um comentário:

Ninna Detal disse...

Há algum tempo,venho lendo seus escritos,nunca cheguei a comentar nenhum.Mas esse,comoveu-me;pela história em si e pela situação.De um lado o perdoado e do outro,o perdão jamais concedido.Pois estou aqui para dizer o seguinte:voce se lembra da oração do Pai Nosso?aquela a ÚNICA que Jesus nos ensinou?pois bem,"Perdoai as nossas ofensas,ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS,A QUEM NOS TEM OFENDIDO."
Se o seu amigo,tiver feito esta oração aomenos uma vez,depois da desavença,voce foi sim,perdoado.Apenas ele não quis que voce soubesse,ou nem ele próprio sabia que lhe havia concedido o perdão.Reflita e se puder,responda-me.(fulanadetal2008@bol.com.br)Ninna Detal.22/08/11.

É Sobre... Perdoar & Esquecer

  "Perdoar"  significa libertar-se de ressentimentos e mágoas em relação a uma ofensa ou erro cometido por outra pessoa, ou por si...