Existe a saudade.
Aquela que não deixa você esquecer de coração, em lembranças que não se apagam.
Elas são as marcas que me trazem até aqui, até os dias que vivo. Uma esperança? Não mais...
Ser... Somente ser o que se é. A vida... Ah, a vida! Se soubéssemos o que ela é, o que nos reserva. "Um ser apenas", foi meu título em outra hospedagem. O mundo gira e a vida acompanha esse girar. Hoje somos e estamos onde amanhã poderemos voltar... (Dez, 25 - 2006)
Existe a saudade.
Aquela que não deixa você esquecer de coração, em lembranças que não se apagam.
Elas são as marcas que me trazem até aqui, até os dias que vivo. Uma esperança? Não mais...
E bateu uma saudade tão grande...
Então, ao lembrar de uma prima por parte de mãe, eu voltei no tempo e o coração se encarregou de me dizer "quanto carinho!". A gente começa a voltar as memórias lá bem do fundo, de quando eu era bem pequeno e tinha dividido com meus primos de minha faixa de idade aquele imenso carinho, um sorriso e muita alegria por estarmos juntos. Era sem igual, agora vejo isso na simplicidade verdadeira de uma moça sempre linda, no seu jeito de ser e, por ser criada na capital, Rio de Janeiro.
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Gávea anos 60 |
Edélis, Elza e Elma eram filhos de minha tia e madrinha Judite, irmã mais velha de minha mãe e bem diferente dela. Minha madrinha estava sempre de cara fechada, era séria demais e vivia ocupada, preocupada com as coisas a sua volta. Pavio curto demais.
As vezes, por ser ainda pequeno e pouco entender, eu acreditava que era porque ela era pobre ( ou se sentia assim) por morar num barraco do que chamavam favela, lá na Gávea, ponto final do troley bus que saia da Cinelândia.
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Onde eles moravam eram melhores as condições por se tratar de um bairro nobre a época. |
Meu avô, um certo dia, me levou até a casa de minha madrinha.
Depois de um ônibus que levava mais de uma hora para fazer o trajeto até Niterói, as Barcas que fazia a travessia da baía de Guanabara, caminhar da Praça XV até o ponto do troley e ver as coisas diferentes do Centro da cidade grande, eu fiquei extremamente assustado com as faíscas e o barulho que os troleys faziam ao cruzar a rede elétrica que os faziam movimentar. Pareciam monstros! Grandes e soltando faíscas ruas afora, numa longa viagem até a Gávea.
Minhas primas eram bonitas meninas e regulavam idade com meus irmãos mais velhos que eu dez anos.
Elminha, era doce e pouco vaidosa, além de não sonhar muito e ter as realidades da mãe mais afloradas. Isso sem deixar de sorrir e brincar, simpatia e seriedade juntas.
Elzinha era mais dada a vida, aos sorrisos, ao agora, a vaidade e vontade de viver. Vivia querendo sair, fazer alguma coisa diferente, se divertir. Era vida, alegria. Tinha muito de meu padrinho Cirilo que não esperava nada da vida, nem se preocupava com nada ou com o tempo, vivia.
Eu tenho lembrança de uma foto que foi tirada na esquina da Avenida Amaral Peixoto, em frente as estação das barcas, tendo como fundo uma parede de tijolos de vidro, onde aparecem meu irmão Sidy e minha prima Elzinha, jovens, numa das vezes que vieram nos visitar e foram ao cinema em Niterói.
Mas o motivo que eu escrevo é a grata lembrança de ter alguém na família como Elzinha. Era de se emocionar ao reencontrar com a gente, estar com os seus parentes, no meio de nós.
Ela foi única! Nada igual aquela felicidade que nunca mudou, sincera saudade e alegria por estamos juntos.
Quando eu conheci, meu padrinho já era um homem com problemas de saúde e minha madrinha fumante e sempre zangada.
Meu primo Edélis quase não se via, pois trabalhava dia e noite em dois empregos. Era aquele carioca raiz, de trabalho e pouco lazer, barzinho conhecido perto de casa, cigarro e cerveja, cantando sambas e outras coisas da época. Assim, uma vez única, ele me levou com ele, quando eu já era adolescente e fui visitar minha madrinha. Meu padrinho foi embora e deixou saudades.
Edélis foi embora muito cedo e deixou um vazio grande para minha madrinha e uma filha linda, cópia fiel da Elzinha e afilhada dela, além da família numerosa que havia assumido.
Minha madrinha não demorou. Todos se foram com problemas cardíacos. Hereditariedade que levou minha prima Elza a nos deixar anos depois de muitos sustos e sofrimento. Linda e feliz, ela não poderia engravidar. Casou-se com um moço bom, que tinha meu nome. Raridade e coincidência.
Afastados, todos nós seguimos a vida e só ficávamos sabedores de alguma coisa tempos depois.
Elminha casou com bom moço, teve duas filhas e uma delas foi o elo de notícias via internet até que sumiu dos contatos que tinham.
Então, ficamos sabendo que todos haviam partido. Minhas primas e seus maridos.
O que restou, salvo engano pois nunca mais se teve alguma notícia, foram os filhos de meu primo e de minha prima Elminha.
De toda família de minha mãe, somos os três filhos e três primos de meu falecido tio, irmão mais novo de minha mãe que faleceu novo também. Apesar de viverem no Rio, como os outros viveram, nada mais sabem da família de minha tia Judite ou do que restou.
O que tenho é só uma foto de minha prima Elzinha guardada. Foi de meu casamento.
É triste lembrar de um carinho de pessoa, de algo único em toda uma família e ter essa história de vida para contar... 😔
Em minha rotina de anos eu me vou rendendo ao tempo.
A vida passa rápido. Muito mais de meu ponto de vista que é de recolhimento, solidão em busca de paz.
Quando me vejo, corpo deteriorando pelo tempo - que é natural - mas sonhos que se findam em fundamentos da vida, de um passado recente que insiste em me esquecer e muito me deixa triste, enxergo também que a vida passou, está passando e pouco resta, na realidade desse mundo.
Em meus dias, tomo um tempo em orações com o padre Alex Nogueira, desde a pandemia apresentado pela Dra Mara, minha amiga de longas datas e bastante "peso" em sua vida. A Oração da Manhã, as novenas, quaresmas e os santos do dia... O Boa Noite, Meu Jesus antes de desligar o tablet às 2 da manhã, já na minha cama.
Sonho pouco. Dificilmente lembro de um sonho que sempre me é confuso em lugares e acontecimentos.
As vezes lembro somente de uma determinada pessoa, que não vejo mas sei que está ali, fazendo parte daquele pequeno momento. Sem lição, sem mostrar nada, sem me falar... Só a presença, que distingo mas não vejo até.
Esses dias me chegou a cabeça a minha mãe e seu martírio, grande e doloroso até partir dessa vida. E voltei a sentir por ela, porque tanta dor e sofrer não cabia aquela mulher. Ainda sofro e me apavora as situações de fim de vida em hospitais por aí. Já ouviram falar que "deveríamos morrer feito passarinho"? Sempre entendi que o passarinho apaga de repente e fim.
Eu fico sozinho muito tempo em meus dias. Acostumei com a solidão.
As vezes lembro meus amores e, ao me saber tão esquecido, me indagando o que sobrou de mim, penso em poucos dias que faltam e em meus desejos de vida, ora poucos e pelo cuidar dos meus.
Sem outra esperança, sonho com um prêmio de loteria que faria ajudar tantos quanto possível e, logicamente, aqueles que aceitarem. Sem rancor. Esse é meu direcionamento de viver. Minha esperança em dias melhores. Claro que peço perdão ao Senhor pelo materialismo, falta de fé e ingratidão mas, seria a forma de não mais ver os problemas que não consigo resolver. Ou isso ou a morte que é certa.
Por vezes acordo e então peço perdão a Deus... Tudo de novo. Realidades e rotinas. Os mesmos medos e esperanças, a mesma coisa, movimentos, tarefas e tudo igual até rezar e tentar novamente dormir.
Sair dessa realidade é tão bom as vezes...
Escrevo agora e nem sei porque.
É hora de seguir. Banho, jantar, TV e esperar as horas para levantar um corpo dolorido da sala e deitar em minha cama, como todos os dias. Esperanças de poder dormir, acordar e obter o perdão de Deus. ELE sabe que preciso dessa sua bênção porque peco em pensamentos e nessas palavras que agora escrevo.
Então estou mais uma vez aqui.
Cheguei a fazer dois rascunhos nesses últimos dias mas não completei o que queria escrever e deixei passar.
Então, queria falar de meu Fluminense, num jogo épico, de uma noite mágica, de uma torcida sofrida pelos últimos resultados e pela sequência horrorosa: Fluminense 1 x 0 Palmeiras.
O Maracanã viveu uma noite de festa que só a torcida tricolor sabe fazer. Foi perfeito!
Eu quis postar o vídeo da FluTV com os bastidores onde as palavras de Felipe Mello foram cruciais para dar tudo certo como deu. Ele marcou a postagem que não fiz. Esse cara, não tem mais que jogar, só estar no grupo. Ele ganhou minha admiração e respeito. Fera!
A outra coisa que andou mexendo muito com minhas ideias foi o acidente com o ATR VoePass... Muito triste!
No mesmo instante que passava na TV um jogo da seleção feminina (cabaço) nas Olimpíadas as TVs estavam ao vivo cobrindo a sem adjetivos tragédia inexplicável.
Tantas coisas envolvidas. Tantas culpas, conjecturas, falação.
Sessenta e dois seres humanos que desapareceram em segundos deixando legados, história, planos, desafios e vida... Espera-se as "caixas pretas" dizerem alguma coisa. Mas nada vai mudar. Eles, suas vidas, seus planos, histórias foram-se nesse destino. Um minuto e pronto!
Já vi médico especialista afirmar que naquele minuto muitos já estavam desfalecidos e, por consequência, nada sentiram ou viram. Talvez, quem sabe, na bondade de Deus, este seria um alento.
E perdemos o Silvio Santos neste fim de semana.
Por sua história que agora toma conta das mídias, o grande homem que foi desfila gloriosamente em elogios e atos sempre de bom exemplo.
Pelo seu final de vida, suas escolhas, marcaram um país inteiro que conheceu o homem simples dos domingos da família brasileira que mudou muitas coisas, vidas, legados.
Ele soube transformar com seu suor, uma vida pacata em sonhos nunca sonhados, sem deixar de ser simples e bondoso.
Não vou falar de mim.
Não ando bem comigo mesmo. Por isso não escrevi esse tempo, esses assuntos e mais.
Sinto saudades.
Tenho sonhado e minha realidade cada vez mais me abraça, o que não é bom.
Seguimos em frente.
Não se fala mais do RS. Faz frio um ou dois dias e volta a fazer calor... Olhando o céu, no horizonte, pressinto que as coisas pro futuro que virá breve não agrada.
Temos que estar preparados - o que é muito difícil - para assombros da natureza. Assim penso e rogo a Deus que cuide de nós!
Amém!!!
Esse foi um Boa Noite especial de minha amiga Dra Mara.
Não conversei com ela sobre isso mas, creio, coração simples, de um ser que tanto pensa em seus dias comuns e solitário, seu pai devia ser um último elo de vida, de quem cuidava e não o queria perder.
A gente vai vivendo e não se dá conta de tantas coisas... E lá se vão. Levam um pedaço de vida que nos faz tanta falta. Ficam as lembranças. Mas até elas as vezes são tormentos.
Como Freud disse, "Esse é um processo".
"Lembrar sem sentir dor" é um processo dolorido, meu caro Sigmund!
Essa semana me acendeu a memória o meu pai.
Coincidência ou não, aquele APP que rememora suas datas em fotografias mostrou-me uma...
Ele gostava muito dessa foto. Dizia que era a sua foto preferida.
Mas, não por isso, as lembranças chegaram quando resolvi abrir uma latinha de embalagem, antiga, porém de uma marca atual, a qual não mais tenho certeza se foi ele que me deu.
Ele andava junto com suas preocupações pelo espaço livre em uma praça de uma cidade.
No pensamento as coisas que precisava resolver, as atitudes e esperas da vida, o tempo.
Seu caminhar já não tinha a segurança e a firmeza de outros tempos. Sua presença na rua não era comum há muitos anos. Tudo e muita coisa contribuiu para chegar até aqui.
Quase sem que percebesse, uma pessoinha caminhava rápido em sua direção e, quando sua atenção despertou, essa criança chegou até suas pernas e institivamente levantou os braços no gesto característico de colo.
Sem saber bem o que fazer, encantado pela presença inesperada em seu caminho, ele foi tomado pela inocência e singeleza do momento. Ajoelhou-se e ganhou um abraço enquanto olhava em volta a procura da pessoa a quem pertencia o menino que o afastara de suas andanças pelo ar para vir ao mundo real, trazido por um anjo, sentindo-se na Terra... Nada. Ninguém, a primeira vista, se manifestara.
O pequeno não sabia falar ainda, mas olhava para ele como "o escolhido", um velho conhecido.
Já com o menino no colo, de pé, atônito, percebeu duas mulheres em sua direção e, só aí, seu coração tomou conta de seu corpo. Mãe e filha, olhavam para a cena num misto de surpresa e reprovação ou algo parecido. O menino já havia se aconchegado ao ombro dele. Ele ficou paralisado. Coração batendo rápido, incrédulo com o momento.
A mãe do menino se aproximou e sem uma palavra o tomou para seu colo, se afastando.
A mãe dela parou diante dele, ficou em silêncio por algum tempo olhando seus olhos e disse "Como está você?"... A resposta não saiu da garganta mas em lágrimas. Não saberia o que dizer aquela mulher depois de tantos anos, sem que conseguisse tirá-la do coração e, em meio a tantas coisas, tantas saudades, a sua visão paralisou o ser que só traduzia em lágrimas que escorriam por seu rosto o que era tudo.
Ele a viu afastar-se, juntar-se a filha e menino e sumir em seu destino.
Ali ficou, olhos fixos longe, talvez sem acreditar no que acabara de viver.
De tempo em tempo abaixava a cabeça, como se indaga-se a si próprio sobre a vida.
Tempo, vida... Passam rápido demais!
Às vésperas da chegada do inverno, o País vive dias que se parecem com uma primavera tempestuosa, nas palavras de um renomado climatologista. Nesta e na próxima semana, as temperaturas devem ficar entre 5 e 10 graus acima da média.
O resultado das mudanças climáticas nestes dias tem sido um Brasil repartido entre o Centro -Oeste queimando na seca e um Sul que insiste em receber de tempestades violentas.
“Rompemos inúmeros recordes só possíveis em um planeta mais quente. Portanto enquanto a temperatura do planeta aumenta, no Brasil os eventos extremos se intensificam e os dias quentes também”, afirmou nesta segunda-feira o climatologista Francisco Aquino, da UFRGS.
A região Sul enfrenta, explica o especialista, os contrastes do ar tropical e equatorial com o ar polar da Antártica, que guarda 90% do gelo do planeta. Fazendo coro à maciça conclusão de especialistas, ele diz que “de fato, o clima mudou”.
Em meio a dezenas de eventos extremos, ano de 2024 será o mais quente já registrado, prevê. A tragédia no Rio Grande do Sul, segundo ele, foi resultado de recordes de tempo e volume de água sobre uma mesma bacia hidrográfica.
“Em menos de quatro dias inundamos a bacia do Guaíba”, afirmou, durante seminário Reconstrução preventiva – Adaptação das cidades brasileiras ao clima em mudanças, promovido pelo Observatório do Clima.
“Sabemos que a mudança do clima afeta de Norte a Sul do Brasil”.
No mesmo seminário, o professor Rualdo Menegat, do Instituto de Geociência, Cátedra Unesco para desenvolvimento sustentável, alertou também para a falta de infraestrutura que potencializam desastres climáticos. Ele citou a falta de matas ciliares, de proteção dos, relaxamento de planos diretores, que deixaram a água passar muito mais rapidamente,
“Isso não é um debate apenas do RS, mas de todo o Brasil”, afirmou.
Pantanal em chamas
Até sexta-feira (14/6), o Pantanal acumulou 2.019 focos de incêndio, segundo a plataforma BDQueimadas, do INPE. Em igual período de 2023 foram 133 focos.
O número acumulado neste ano é o segundo maior dos últimos 15 anos, atrás apenas de 2020, quando foram registrados 2.135 focos. Naquele ano, cerca de um terço do bioma foi devastado pelas chamas.
O Mato Grosso, que abriga cerca de 40% do Pantanal brasileiro – os outros 60% estão no vizinho Mato Grosso do Sul –, lidera o ranking de queimadas dos estados neste ano, de acordo com o BDQueimadas. Desde o início do ano até essa sexta-feira, mais de 28 mil focos foram registrados no Brasil, sendo 7,4 mil somente em Mato Grosso.
A SOS Pantanal lançou uma nota técnica cobrando ações. O documento foi endereçado aos governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ICMBio e IBAMA e exigiu um trabalho conjunto mais eficiente e alinhado.
Fonte: site Nossa Agência, 17/06/2024
Meu domingo não foi alegre.
As coisas que são por mim alentadas em minha vida reclusa e simples não deram certo.
Daí, cansado com as derrotas e injustiças sem fim, resolvi botar para fora uma coisa que sempre me incomodou desde os primeiros Criança Esperança da Globolixo... Porque cidadãos comuns, trabalhadores simplórios e pessoas de bom coração tem que cuidar de ajudar a essas campanhas mundo afora?😏
O povo solidário que se comove com as campanhas e tira um pouco do seu para doar aos necessitados que aparecem na telinha. Na casa dos multimilionários jogadores de futebol, grandes investidores, donos de terras e sheik's árabes não passa isso não, né? Nem em seus impressionantes aparelhos de telefonia. Afinal, eles não curtem uma musiquinha ou uma oração na telinha pelo You Tube, interrompidas por propagandas ou campanhas tipo, "ajude para salvar uma criança"...
O meu dia não foi comum hoje.
Ainda na cama, antes de levantar, não sabia bem o que teria por fazer e jurava que havia alguma coisa, algum plano.
Agora escrevo por estar sentindo uma pequena dor no braço esquerdo e ainda assim, assisti a mais uma derrota de meu time. Agora resolvi escrever sobre esse sentimento... Enquanto posso, claro.
Ninguém sabe a sua hora mas, depois de um acontecimento, depois de oito anos, sem me cuidar, sem mover o corpo, sem dietas, sem nada ou tudo que deveria fazer para ficar longe desses acidentes, aqui estou eu sentindo alguma coisa.
Assusta, mas nada se pode fazer.
Resolvi escrever.
Todas as vezes que entrei aqui e escrevi, sobre vida ou sobre morte, escrevi sobre meus temores.
Nos últimos tempos pelo abandono, desprezo mesmo, daquelas que foram caminhos e esperanças.
Enquanto olhava a TV, pensava em mim, no que poderia fazer e, perguntei sobre meu legado a mim mesmo.
Este blog é meu legado. Só aqui, mesmo sem poder dizer algumas coisas que gostaria.
A meta era 1000.
Mas acredito que duvidei chegar lá e por isso agora escrevo. Registrando.
Somente Deus sabe nossa hora. Como será o último suspiro? Será que vou ter?
Rezo muito todos esses dias e anos que me "refugiei" a espera da vontade do Senhor por uma partida sem dor. Sem sofrer.
Acho que todos pensem como eu... Eu rezo, pelo menos.
Vim ao computador agora também para verificar algumas apostas, seus resultados. Mas não foi ainda dessa vez.
Se eu me for, não terei conseguido os sonhos de minha vida atual, que foram companhia desde novo, que mudaram com os anos até chegar agora e serem poucos. Não seriam mais para mim. Seriam por mim.
Levo comigo algumas coisas que me foram orgulhos em um tempo que ficou lá atrás.
Mas também foram tantos erros, tantos enganos, tantas vergonhas... E anularam a minha memória de vida.
Deus me deu tanto que não consigo dizer, nem lembrar tudo que vivi. Ele me deu esse privilégio.
O dia de hoje me mostra o quanto sou falho.
O dia de hoje me torna vulnerável, frágil, temeroso de um futuro que chegará.
O dia de hoje, se houver acordar amanhã.
Meu legado está manchado, sujo e será de pouca valia.
O culpado? Acho que nem isso serei.
" No momento em que começa a andar, um guerreiro da luz reconhece o Caminho.
Cada pedra, cada curva lhe dá boas vindas. Ele identifica-se com as montanhas e riachos, vê um pouco de sua alma nas plantas, nos animais, e nas aves do campo.
Então, aceitando a ajuda de Deus e dos Sinais de Deus, deixa que sua Lenda Pessoal o guie em direção às tarefas que a vida lhe reserva.
Em certas noites não tem onde dormir, em outras sofre de insônia. "Isto faz parte", pensa o guerreiro. "Fui eu quem decidiu seguir por aqui."
Nesta frase está todo seu poder: ele escolheu a estrada por onde caminha agora, e não tem do que reclamar."
Paulo Coelho - Manual do Guerreiro da Luz, página 38
Tenho vivido dias de dúvidas.
Tenho deixado me perder em sonhos que alimento desde há muito tempo... Como se nada mais fosse possível sem que aconteçam. São a esperança.
Não descanso em meu sono e me sinto cansado em tentar fazer algumas coisas que, por vezes me irrito em não conseguir ou mesmo não começar.
E tem o corpo que reclama.
E tem o coração que sente faltas, saudades, desprezo.
Minhas diferenças. Meus anseios em não caber mais nesse meio tão obscuro como real dos dias atuais.
Em meu Caminho eu me perdi.
E houveram dias que tive as boas vindas entre pedras e curvas, de Sinais e nunca sem Deus.
Tudo que vivi e sonhei... Fazem parte, sim. Mas eu reclamo, mesmo sabendo que escolhi minha estrada, meu rumo. Afinal, não tenho muito orgulho quando olho para trás e não mais enxergo as minhas passagens, construções, feitos. Tudo se foi ou ficou perdido em meio a poeira que o vento não consegue levar.
Um guerreiro da luz reconhece o caminho quando inicia a caminhada. E faz suas escolhas, suas Lendas Pessoais.
A luz que pode me restar, mesmo sem ser guerreiro, Deus há de abençoar.
Pouco de mundo me resta. De meu pedacinho de vida tento esperar um Caminho em Lendas e boas vindas... Tão pequenino é meu mundo! Que esperança e sonhos?
Ou em sonhos esperar.
"Perdoar" significa libertar-se de ressentimentos e mágoas em relação a uma ofensa ou erro cometido por outra pessoa, ou por si...