Ser... Somente ser o que se é.
A vida... Ah, a vida!
Se soubéssemos o que ela é, o que nos reserva.
"Um ser apenas", foi meu título em outra hospedagem.
O mundo gira e a vida acompanha esse girar.
Hoje somos e estamos onde amanhã poderemos voltar...
(Dez, 25 - 2006)
O Encontro Das Estrelas
A lenda milenar onde Altair e Vega se encontram uma vez por ano
Sem Nação
Cidadão há 67 anos, brasileiro com orgulho de ser, fui humilhado perante o mundo todo quando uma corja de togados podres a sua revelia, passando por cima da Carta Magna do país, colocou no poder um molusco ladrão, descondenado e impôs a mais descarada fraude em sua eleição, sem que houvesse nada para parar esse poder.
A esperança eu vi em decepção, quando as gloriosas forças armadas lavaram as mãos e ainda prenderam cidadãos que dela se orgulhavam.
Humilhado e decepcionado, esse cidadão é não mais brasileiro. O que eu tinha orgulho transformaram em vergonha. E sem direito a luta, numa verdadeira e sórdida ditadura, afirmo que meu país deixou de existir.
AQUI JAZ BRASIL.
A nostalgia bate as vezes. Vem pulando de pensamento em pensamento até alcançar uma lembrança que se faz maior. De repente. Não mais que de repente.
Um tempo longe que recordo de vitória.
Foi num sábado a tarde, no campo das Laranjeiras, um amistoso contra o Fluminense e éramos todos meninos mas que já tinha marcado a rivalidade pelo poder do adversário e pela condição de nosso grupo, nosso time.
O Botafogo de "seu" Neca era pobre e não tinha apoio, verba para nos fornecer um uniforme completo. Cada um jogava com seu próprio calção e meias contra um fluminense que desfilava de Adidas tudo novinho.
Fizemos um jogo difícil para um adversário muito superior em talentos e entrosamento. Dufrayer, Gilson Gênio (já falecido) e outros.
Vencemos o jogo com um gol do Leônidas de cabeça no cruzamento que eu fiz entre os zagueiros, curva na marca do pênalti... Será que alguém lembra?
Senhor, os horrores do mundo estão se espalhando cada vez mais e tantos são os filhos do homem, que eles seguem a vida, como se nada fosse, sem uma única oração pelos irmãos aflitos e necessitados!!!
Já chegam a mais de 37000 mortos e desaparecidos no terremoto da Turquia e Síria.
Vi relatos impressionantes e imagens assustadoras... Mas a vida segue para muitos que não são atingidos ou sofrem consequências. Oremos por esses também!
Aqui é Goiás. Mais precisamente Goiânia onde uma amiga relatou tempestades intensas, ventos fortíssimos e consequências drásticas.
Mais perto de mim, em meu lugar, tempestades imensas destroem, inundam e deixam muita gente sem nada... É de repente. É numa direção. É localizada.
Como se fosse direcionado aqueles filhos do homem.
Oremos e pedimos a Deus a graça que nos é concebida por mais um dia!!!
Certamente estou ainda seguindo as incertezas e agradecendo a Deus por tudo até o momento. Por minha vida e tantas bênçãos. Meus pecados que peço perdão.
E para fugir de pensamentos ruins - já que não me convém mais lembrar de quem para elas deixei de existir - me liguei em um momento difícil de todos nós Seres humanos e, na voz de um italiano especial, de uma história bela e minha admiração.
Assim, lembrei de cinco momentos com Andrea Bocelli que marcam para mim.
Derramei muitas lágrimas ao ver esse vídeo:
Então, em meio a pandemia, esse canto de esperança...
Daí os primeiros dias de voltar a vida, de pessoas reunidas, cantando e celebrando... Foi tocante!
Ninguém durma...
E esse momento divino?
Fantástico e emocionante!!!
Por fim, ao final da vida de outro grande mito, eu descobri esse vídeo de gostosa interpretação, de junção de vozes e harmonia. Perfeição.
Assim, me prendendo a ideias como essa de mostrar o que gosto, registrar nesse meu canto como tento fugir em minhas crises buscando belezas que gostaria de compartilhar... Mas não tenho ninguém que se junte a mim nesses momentos.
Ainda tenho sensações ruins... Hoje como ontem, um vazio toma conta de mim. E não consigo me libertar.
Fatos e acontecimentos, surpresas desagradáveis e o maior dos temores que vem de cima, ruge e assombra a cada momento e te deixa aflito de apreensão do que pode acontecer.
Deus está comigo nesses dias me livrando das forças da natureza, desviando da minha casa pelo que, em rezas eu tenho me apegado.
Queria poder escrever coisas mais sadias mas, infelizmente, meu emocional não me permite.
Tenho estado amarrado em meio a temores e sinto que começo a perder a luta que travo dentro de mim.
Depressão e valores tomados de ansiedade... Me sinto tão mal!
Acordar parece um pesadelo porque dormindo, muitas vezes ainda, estou fora da realidade. Consigo até sonhar com boas lembranças. Imaginar coisas talvez impossíveis em balam meu sono ajudado em Rivotril.
Me incomodam as pequenas coisas.
Me sinto mal em meio a barulho de pessoas, crianças, festejos, risos... Há uma realidade diferente dentro de mim que não vê motivos para alegrias, somente agradecer a Deus e pedir o Nosso perdão.
Estou fraco. Longe de ser o cara que conheci.
Por vezes eu quero apagar arquivos pessoais que talvez sejam motivos de vergonha futura mesmo não mais estando aqui.
No começo de sua luta, o guerreiro da luz afirmou: "Eu tenho sonhos".
Depois de alguns anos, percebe que é possível chegar aonde quer; ele sabe que vai ser recompensado.
Neste momento, fica triste. Conhece a infelicidade alheia, a solidão, as frustrações que acompanham grande parte da humanidade, e acha que não merece o que está para receber.
O seu anjo sussurra: "Entrega tudo". O guerreiro ajoelha-se, e oferece a Deus as suas conquistas.
A entrega obriga o guerreiro a parar de fazer perguntas tolas, e o ajuda a vencer a culpa."
Paulo Coelho - Manual do Guerreiro da Luz - página 97
O guerreiro da luz sempre procura melhorar.
Cada golpe de sua espada traz consigo séculos de sabedoria e meditação. Cada golpe precisa ter a força e a habilidade de todos os guerreiros do passado, que ainda hoje continuam abençoando a luta. Cada movimento no combate honra os movimentos que as gerações anteriores procuraram transmitir através da Tradição.
O guerreiro desenvolve a beleza de seus golpes.
Paulo Coelho - Manual do Guerreiro da Luz - página 80
Temos uma numerosa lista de casos fatais por infarto do miocárdio no Brasil. Fatos estatísticos dão conta de 220 mil em 2021.
É de longa data esse fato.
Principalmente quando temos ciência através de nossos parentes e amigos que trabalham na saúde aqui na região metropolitana do Rio de Janeiro.
No dia 22, domingo último, perdemos o Gilson Ricardo. Foi fulminante.
Não haveriam recursos para tentar salvá-lo.
Mas outros quantos cidadãos comuns estão em um verdadeiro corredor da morte nesse momento?
Sim. Corredor da morte a espera de um exame primordial para o procedimento que vai salvar a vida. O cateterismo é que poderá determinar o que fazer com o coração do paciente.
Pasmem: São muitos dias para se conseguir um procedimento desses e muitos outros (se o SUS cobrir) para realizar uma cirurgia ou colocação de stent's nos vasos entupidos.
Eu tive Deus e um plano de saúde que cobriu 4 stent's me dando a chance de poder estar aqui escrevendo.
Hoje não mais tenho onde recorrer.
E sei de pessoas ligadas ao governo que esperam por vaga, ocupando um leito de hospital, para realizar em outro município o tão importante exame.
E não tem unidades SUS para nós aqui de uma imensa região metropolitana do Rio de Janeiro. Somos filas de espera de hospitais públicos em municípios distantes. Somente dois fazem isso.
É um corredor da morte.
É a estatística bem canalha da realidade brasileira.
Eu comecei a ter a companhia do Gilson Ricardo ainda muito jovem. Sou do tempo do radinho a pilha nas arquibancadas e geral do Maracanã. Isso mesmo: as pessoas iam ao estádio ouvindo os locutores que faziam parte do dia a dia. O rádio era a melhor companhia e os programas esportivos apresentavam os caras que, eram como se da família, pela convivência diária.
Lá se foram Doalcei Bueno de Camargo, Jorge Cury, Rui Porto, João Saldanha, Luiz Mendes e tantos outros grandes craques da "latinha" como diz o nosso Washington Rodrigues, que hoje deve estar com o coração dolorido demais... Da mesma escola do Kléber Leite, Denis Menezes e Washington, Gilson Ricardo cresceu.
Mas ele tinha seu modo especial de ser, de tratar as pessoas, de ser imparcial. Gilson era um coração mole que derramava lágrimas facilmente e o cara respeitado por todos, independente de clubes, mesmo sabendo ser ele flamenguista. Era um Zico, se pudéssemos comparar, na palavra homem, ser humano, bom de tudo. E Zico era seu ídolo confesso.
Teria muito a dizer sobre esse carinha de humor agradável e muitas histórias a contar.
Vou escrever o que li sobre seus últimos momentos, num dia de trabalho normal, recolhido em seu leito para dormir ele partiu... Antes, ouvi dizer que ele em meio a tantas notícias tristes desse fim de ano, andava saudoso de sua amada mãezinha e confessava a seus colegas mais próximos a saudade e a falta que sentia.
Gílson Ricardo, de Petrópolis, mais de 50 anos de rádio, íntegro, capaz, de um coração bom que fez questão de levá-lo para sua mãezinha amada sem que ele sofresse... Que Deus te acolha!!
Na minha memória e de tantos incontáveis amigos que você nem viu ficam as lembranças. São muitas. Em sua honra, Gilsão!
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