


Ser... Somente ser o que se é. A vida... Ah, a vida! Se soubéssemos o que ela é, o que nos reserva. "Um ser apenas", foi meu título em outra hospedagem. O mundo gira e a vida acompanha esse girar. Hoje somos e estamos onde amanhã poderemos voltar... (Dez, 25 - 2006)
A pergunta é minha e sua, de todos nós brasileiros.
A bunda também.
Dizem que ele conta 3 anos e ainda é virgem. Por isso suas fases mal humoradas.
Queira ou não, ele se tornou meu companheiro em minhas jornadas de trabalho.Voltava do médico ontem a noitinha caminhando e meus pensamentos se misturavam entre preparativos para ir trabalhar daí há pouco e sobre a conversa que acabara de ter com o médico na consulta. O stress, doença moderna que toma conta geral.
Me passava um filme breve sobre a vida, a minha vida. E a pergunta é inevitável: onde vai para tudo isso?
Como sair? Onde arranjar uma saída? Como?
São todas as que faço todos os dias, em meio a sonhos que insisto (e ainda posso) em ter, porque são eles que me levam, me ninam e acalentam.
Acho que devo viver "a crise dos 50", se é que ela exista, mas, creio estar mais atento ao que me rodeia e isto não me tem feito bem.
Sinto falta de ser mais querido, de ter amigos, paixão.
Paixão. Essa ajuda a mover o mundo...
Confesso, tenho feito de boas lembranças, momentos de alegria para mim mesmo. Aqueles de paixão, as loucuras; as boas loucuras da paixão.
Talvez, por ter tido tanto, vivido isso, me vejo tão mal consolado hoje.
E paro para me ver.
E vejo que nada mais tenho. E não poderia ter mesmo.
Ver-me no espelho é o fato mais forte da sintomatologia.
Saber-me deteriorado em função de tanta coisa - saúde, beleza, paz - é notório.
Começo então a sentir o desgosto de tudo, da vida.
Desgosta-me querer ser eu mesmo e não me encontrar. Não ser aceito.
É como então passo a entender o porquê de muitas empresas não contratarem pessoas com minha idade, por exemplo.
A rejeição - pelo menos assim tenho sentido meu mundo - deve ser "a" ou "aquilo" que parece tomar a gente, sem que se perceba.
Fases...
Percebo que tenho estado em planos diferentes dos que me rodeiam, convivem.
Minhas palavras parecem não serem entendidas, minhas atitudes são ignoradas.
O sentimento é claro e acontece.
O espírito
Nessa jornada de vida, em algum tempo passado, alguém um dia me falou que, comigo "andam" uma criança, um índio e um velho, espiritualmente, é claro.
Como já faz tempo, a criança parece ter crescido, porque me abandonou e já não tenho mais os dias de alegria com frequência.
O índio ficou velho e agora, quando "briga", guerreiro que é (ou era), já não é entendido além de estar fraquinho, coitado, pois não ganha mais nada.
O velho? Ah, esse ficou absoluto, chato, ranzinza e deve o motivo maior para tanta rejeição.
Tenho estado assim.
Trabalho à noite, ganho pouco, não tenho a mesma importância, me sinto cansado com os problemas que são muitos (dentes, dores, etc; barriga, cara, falta de aventura, coragem, etc) e as lembranças também.
Lembranças que atormentam, por serem mais que as boas, por serem erros; que me envergonho quando elas me chegam.
Erros que fizeram perder muita coisa, entre elas amigos.
Nego Bom
Tenho saudades.
Entre outras coisas, eu admirava-os.
Foram muitas passagens juntos, muitas farras e muitos risos. Ficaram para trás.
Jorginho, o Nego Bom, foi um deles.
E esse nem sei bem o motivo. Sinto mais por isso.
Para minha família - esposa e filhos - eu não tenho amigos. Nunca os tive.
Porque será?
Não penso e nem sinto assim. Nunca.
Não mais tenho perto de mim qualquer pessoa que divida comigo um bom papo, uma cerveja, as mágoas e as aventuras. Ninguém.
Até o futebol que me era caro, minha religião, deixei de lado. Motivos parecidos com a rejeição me fizeram tomar a decisão.
O meu mundo é bem pequeno agora. Assim eu fiz.
Mundinho
Meu mundo, olhando-o deste ângulo, está bem pequeno e muito do que havia nele está se esvaindo aos poucos.
Fruto da idade, natural, meu sogro está doente e todos sabem que é questão de tempo. Esperamos, mesmo não querendo, pelo sofrimento e dor. Oramos pedindo que não aconteça a nenhum de nós, mas...
Meu pai fará 88 anos.
Ainda tem muita saúde, mas, a perda pode ser eminente e, então, eu não saberia como seguir. Ele é muito em minha vida nesses anos.
Perdi minha mãe no auge de minha vida.
Havia mudado meus rumos, conseguido uma grande melhora profissional e pessoal, conquistado muito. Então, depois de sofrer por longo tempo, ela se foi.
Carrego comigo um sentimento de culpa por estar vivendo muito do que queria e ela presa por sua enfermidade. Abandonada, carente, sozinha (como me sinto agora) consigo mesma.
A pouca atenção que lhe podia dar era fruto de não aceitar, como ela fez, sua doença maldosa que lhe tirou a liberdade e o seu poder em ser bela. Era tudo para ela.
Mamãe se foi por sofrer sozinha em não aceitar ter que necessitar de ajuda para tudo, de uma hora para outra, "como um pesadelo" - assim ela definia - que o derrame (AVC) tirasse dela tudo que sempre foi: livre e independente.
Preciso rezar por ela. Ela nunca nos deixou.
Pausa para chorar um pouco
É. Estou ficando velho mesmo... mas sinto tanto não ter a força dela do nosso lado...
Meu divã obsceno
Eu escrevo sempre como se aqui fosse meu divã.
às vezes penso escrever para determinado leitor; penso em perdoar e ser perdoado, penso em ser este o legado que tenho a deixar.
Escrevo e nem sempre, ou melhor, em poucas vezes sei que estou sendo lido, visto ou atendido.
Apesar de, em meu inconsciente, esperar ver por aqui alguma coisa nova, me abro e ao meu coração sempre.
Compreender a vida, entender as coisa dela, aprender... nada disso.
Minha vida, meus nós, minha passagem.
Meus horrores, meus pensamentos, minhas lembranças.
Meu eu. Ser... somente ser.
Há tanto que gostaria de contar e não posso.
Algumas por precaução, outras por serem "impróprias" (as boas, é claro) e muitas por não saber como.
Como explicar a paixão louca em minha vida?
Não sei como começar e vou me perder no emaranhado de aventuras e grandes decepções, nos melhores e piores momentos de um homem, nas dúvidas e etc. Enfim, não sei.
E já tentei muitas vezes.
As boas, aventuras, paixão nas loucuras da entrega, do sexo, eu talvez faça em um outro blog, com nomes fictícios e tudo mais.
Será que consigo sem lembrar as ruins que passei para tê-las? A paz e a guerra...
Eremita, ermitão e a mor
Em minha personalidade se esconde uma tendência a ermitão. Eu gosto de ficar só. Preciso estar comigo mesmo, sem nada para interferir, ninguém por perto.
Nesses anos atuais, depois de tanto perder, me tranquei, me isolei de tudo que pude.
Mudei meu mundo para menor, mais rígido.
Fechei portas abertas - outras se fecharam - cadeados; joguei fora chaves e fixei minha bússola.
Depois sentei e esperei.
Me vejo pequeno agora. Frágil em desmazelo e nuances que a vida insiste em dar. E, diante do tormento das lembranças me faço saber que preciso lutar.
A palavra mágica que um dia funcionou - ESQUECE!!! - parece não chegar.
Meus sonhos estão ficando cada vez menores, sem rumos, absortos. Falo daqueles que me embalam, acalmam.
Os reais, aqueles que espero alcançar, ainda são presentes. Esses começam com uma Mega Sena gorda...
O ermitão vai indo em meio a tanta gente... eu era feliz e não sabia.
(Escritas em rascunhos, no trabalho, pelo silêncio da madrugada, em tempos de poucas amostras)
A mídia não pode fazer mais um pouquinho também? Divulgar mais?
Ou seria a cultura de nosso povo em não se interessar por, por exemplo, onde fica e quem dirige o COB? Quais as modalidades que se disputam? Quem pode ir? O que se precisa fazer?
Será que alguém por aí sabe onde treinar ou disputar arco e flecha, canoagem, Tae Kuon Do, saltos ornamentais?
Tiro, a não ser os das ruas e morros, os perdidos e achados, ninguém sabe como é disputado. Ou será que sabe?
Acredito que somos ignorantes de berço em esportes e sofridos demais em nossos dias para nos interessarmos e nos prepararmos durante 4 anos.
Daqui a 15 dias ninguém mais fala em Olimpíadas...
Em meu tempo de ginásio (antigo, né?) no Colégio D. Hélder Câmara, o professor Joaquim de Oliveira (patriarca da instituição UNIVERSO atual) dava aulas de Educação Física para todas as turmas do colégio, com exigência de presença.
Ele nos fazia saltar em distância e triplo, além de altura (e era numa caixa de areia a queda). Nos ensinou voley, basquete, handebol, futsal, ginástica, entre outros.
Haviam disputas entre escolas e eram acirradas as brigas que se formava.
E hoje?
Tem alguma coisa assim ainda?
Acho que em um País onde não se pode mais reprovar alunos...
Escreveria mais ainda mas não quero.
Assim como o assunto, me desvanece o espírito ter que saber de tantas outras coisas que esse povo bom (retiro daqui os funkeiros, políticos, traficantes e similares) não toma a iniciativa em fazer alguma coisa.
Parece entorpecido por tanta miséria espiritual e tanta violência de tantas e todas as formas.
Quero manifestar também meu apreço ao Cuca que admiro pelos bons trabalhos realizados e por sua personalidade, sua extrema educação e controle emocional.
Há quem o diga azarado mas, acredito que ele possa dar a tranquilidade que a rapaziada precisa e passar equilíbrio, que lhe é tão característico, para as coisas melhorarem.
Além do mais, ele costuma formar um grupo, dar padrão de jogo ao mesmo e disso, com toda certeza, aquele bando de frouxos precisa.
Por momentos felizes a gente sofre e, por alguns infelizes, a vergonha também toma conta, misturando sentimentos nesse velho coração.
Sinto a falta de pessoas queridas, com quem convivi bastante. Homens e mulheres que fizeram parte daquilo que não pensava em perder. Mais ainda por algumas circunstâncias.
Meu pensamento egocentrista mostra que eram e faziam parte de meu mundo. Meus.
Muitas coisas se perderam em tão pouco tempo e procuro culpados até hoje, me dando por conta que eu sou bem aquele que procuro.
Estive perto de mulheres que queriam e me deram amor. Eu o fiz por tentar. Por desejo - que sem ele não faço - mas sabendo que seria, para mim passageiro.
Meu coração era de uma só e não havia como explicar.
Boas aventuras, boas lembranças que estão se apagando em detalhes e que me esforço para reviver na memória. Algumas vieram, outras aconteceram, poucas fui buscar. Bons tempos.
Convivi com aqueles que me eram caros, estavam bem perto de mim, de minha vida. Alguns, como o Jorginho, o "Nego Bom", e meu primo Carlos, íntimos e cúmplices em uma boa fase, ombro em outras não tão fáceis de superar.
Superação.
Se pensar um pouco, usei o significado dessa palavra bastante nessa minha vida.
Quem de nós não tentou pelo menos.
Superei até mesmo meu orgulho próprio em razão de um amor.
Fui ferido diversas vezes na batalha que travei comigo mesmo por isso.
Creio ter perdido essa guerra, ter perdido tanta coisa junto que já não mais consigo contabilizar ou já não mais importa. Ficaram as dores e tudo que sacrifiquei para superar (olha ela aí de novo!).
Nessa guerra que travei, feri muito também.
A maior delas me deixou ficar a seu lado de novo, unindo forças para seguir caminhos.
A que mais sentiu procurou ajuda e foi para o evangelho.
Sinto sua falta. Apesar de tudo, o que começou como desejo proibido, foi crescendo, ficando perigoso demais, até que, o que era normal para mim passou a ser tortura.
Vê-la nos braços de seu marido em meio a muitas amizades foi razão para que tentasse escapar, buscasse uma solução, acalmasse a alma.
Então encontrei a que me fez "pagar" por todos os meus pecados. E ainda assim, ao longo de muitos anos, fomos amantes.
Ela cresceu e superou-se em amizade, compreensão e até sacrifícios para estar um pouquinho a meu lado, mesmo quando para acalentar a minha dor.
Depois cansou.
Não dá para enumerar aqui tanta coisa, tantas pessoas, risos, lágrimas, desejos e razões.
O balanço de minha vida, nesses dias atuais, é muito variável em perdas e danos. Ora estou no azul, ora no vermelho e vou seguindo sem saber um rumo certo, um ponto final. O homem se vê em declínio e meus sonhos me trazem de volta. As lembranças, o passado e o futuro.
Sei que ainda falta muita coisa a ser feita. Sonho com poucas.
Aliás, fora a net, minha única distração é sonhar. E sonho acordado.
Mas acreditem: meus sonhos me dão força, me carregam, me trazem paz, me dão esperança.
Eu posso ajudá-los com minhas lembranças.
Eu posso mudá-los a hora e maneira que quiser.
Eles me ajudam.
São meus.
"Perdoar" significa libertar-se de ressentimentos e mágoas em relação a uma ofensa ou erro cometido por outra pessoa, ou por si...