Cidadão, quase completando mais um aniversário, eu me sinto num misto de sensações. E foi pela vida vivida até aqui.
Eu agradeço e peço perdão ao bom Deus. Preciso de seu perdão e sou grato, preciso ser.
Eu posso contar como um presente estar aqui escrevendo depois de nove anos de um infarto?
A dádiva maior de viver.
São dois filhos (ou seriam quatro 😏?) e quatro netos (ou seriam seis👶?) e até nisso a minha vida ficou um tanto confusa, misturada, marcada, diria. E caminhos tortuosos.
E como sofre esse velho coração dolorido, com cicatrizes de erros e escolhas arrependimentos e saudades. Um coração que bate ainda mas uns dias apanhou mais que bateu... Sem palavras.
O cidadão já não sonha por não ter motivos. Ele se comove com tragédias mundo afora e se deixa abater por cada vez que vê esperanças frustradas para assim poder ser útil, ajudar aos meus e a outros.
Todas as referências se foram.
Tios e tias, primos mais velhos, amigos que me eram caros, que ainda não acredito as vezes.
Recluso, temo as tempestades que se voltam para minha casa, ermita, esconderijo.
Daí eu a vejo surgir por sobre as Serras, do Rio de Janeiro, e crescer assustadora em relâmpagos e trovões. Os ventos que trazem e chegam antes costumam causar estragos e consequências.
Hoje, pelo fenômeno que mudou sobre o país, temos cidades alagadas em Santa Catarina, interior da Bahia, São Paulo e até Belo Horizonte e Brasília.
Até há dois dias a ZCAS estava atuando e deixando de fora o nosso município em sua imensa quantidade de água que arrasta desde a Amazônia até o litoral, atravessando uma faixa sobre diversos Estados em todo Brasil.
O fenômeno mudou para ZCIT e começou com estragos bem localizados e de maior intensidade nesses pontos que citei, principalmente ao litoral de Santa Catarina que ora sofre com o recorde de chuvas e suas consequentes destruições.
Mas, o cidadão que me transformei, temeroso e "doente" (como afirmam alguns) já superou tantas coisas que até ele mesmo duvida... Havia uma coisa que movia o homem, que o tornava destemido, que o fazia encontrar forças. Chamava-se paixão.
Essa coisa louca que transforma vidas, muda pessoas, destinos e, que é tão gostosa sentir, vicia e te leva a loucuras.
Eu vivi essa coisa.
Eu sofri por essa coisa.
E que força de natureza carrega com ela... É incomparável esse sentimento. E tão fugaz...
Sinto falta de muitas coisas vividas. Sinto falta de mim.
Saudades, que remetem lembranças, que remetem dor, que remetem o consciente de estar em seu final de jornada (ou quase lá) e viver por uma só esperança.
As outras morreram pelo gatilho ou o cume afiado de uma arma chamada desprezo.
Mesmo assim, se me permitem os céus, ainda posso sonhar em ser útil a quem de mim esqueceu. Meus sonhos são simples e materiais. Afinal, paixões são marcantes, marcadas mas somente em meu coração, devo afirmar.
Gratidão a quem deu a minha vida um gostinho diferente de viver.
Gratidão a Deus pela minha vida. Sofrer fez parte. Provou que eu era um Ser...