Preguiça involuntária auxiliada por minha causa maior de depressão, talvez.
Coração quebrado pela ansiedade e perdas, quem sabe?
É preciso registrar que minhas referências estão se indo. Partindo dessa vida que tanto viveram e gostavam muito mais que eu mesmo. Cada um com seu jeito, com suas fases, seus princípios e talentos.
Zé Canhoto era muito vida, muita coragem e talento ímpar. Amizade era seu maior orgulho e feito.
Idealizadores, administradores e cooperadores.
Suedir Maia nos deixou há dois meses.
Suedir era aquele cara sempre de barba feita, bem arrumado, de excelente discurso e firme em seus propósitos. Administrador de primeira ordem, trabalhou até na Rádio Tupi, nos tempos que se dedicou a fazer voltar a existir o time de "veteranos" do Diamantina enquanto recebia os amigos em seu bar, servindo um suculento mocotó de sucesso todas as sextas-feiras.
Foram muitos feitos até passar a administração a Zé Canhoto que com muita luta e insistência conseguiu passar tempos difíceis e ficar mais de vinte anos à frente de tudo.
Zé (José da Silva) nos deixou no último dia 1 de outubro.
Estava sofrendo e descansou.
Suas lembranças de mim eram sempre em relação a minha putez pelas divisões dos times das peladas aos domingos quando ele escalava eu e ele contra todos os melhores e mais novos e me via correr desesperado, me irritar e ele achar graça, Ao terminar a pelada, esgotado como eu, derrotado por muitos gols, se sentava a meu lado e dizia: "Perdemos, mas corremos pra caralho!!!"
As minhas lembranças dele são muitas. Muitos momentos, muitas conversas, respeito mútuo.
Eu vi esse mesmo cara que dividia agora sua atenção comigo, da beira do campo, com 10 -12 anos, torcendo por ele e meus irmão mais velhos.
Eu o vi, orgulhosamente, jogar ao lado dos seus dois filhos, incentivar meus dois que viraram seus fãs a jogar também e, até com seu neto jogar. Privilégio de poucos homens amantes do futebol.
Nenhum comentário:
Postar um comentário