E o domingo passou... Só me dei conta agora, aos 20 minutos do dia 10 de janeiro.
E o via chegando em casa em dias chuvosos como esses que estamos vivendo essa semana e, tirando na porta de casa as galochas que protegiam os sapatos impecáveis protegidos da chuva e da lama.
Sempre bem vestido, orgulhava-se possuir as galochas de borracha, capa e guarda chuvas modernos, comprados nas ruas do Centro do Rio, a cidade grande, à distância de mais de 120 km de trem, barcas e algumas horas de um dia comemorado para quem vivia numa cidade do interior com Silva Jardim. Era uma aventura que muitos não viveram e privilégio de alguns poucos naquela época.
Eu tinha meus poucos anos de vida. Cinco ou menos, com certeza, mas lembro de meu pai e sua figura chegando em casa depois de um dia no trabalho.
Ontem, dia 9 de janeiro de 2022, marcam sete anos que ele se foi.
Triste como quem aqui ficou. Magoado com seus filhos, principalmente eu.
A saúde do corpo perfeita mas a mente brilhante se recusou a ser convencida de que precisava de ajuda.
Era assim o homem que aprendi a ter orgulho por sua simplicidade, e pela herança maior em ser honesto e verdadeiro, ter amigos que o admiravam e sentia-se orgulhoso por estes, viver uma história que até ele se espantava ao recordar e saber até onde chegou... Não quis mais seguir, né meu pai!
Puxa!!!
Como tudo mudou depois que se foi, meu pai. Nem sei por onde começar a contar.
E o mundo? Não sei como reagiria a tanta coisa nova, pandemia, natureza mudando tudo e as mesmas mentes ardilosas comandando os destinos de nações em benefícios escusos e ordinários de sempre.
Seu Vasco amargando a segunda divisão outra vez, seus netos crescendo, seus irmãos que se foram.
Seu filho, pela Graça de Deus, mesmo não sabendo rezar e agradecer admiravelmente diante de santos e de sua família religiosamente todas as manhãs como o senhor, continua aqui... E pede a Sua Bênção, sabendo que mesmo zangado comigo, não negaria.
Sua Bênção, meu pai!!!
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