A vida de cada um de nós, em capítulos ou num resumo, é bem difícil de ser contada. Pelo menos esse é meu modo ver. Já tentei várias vezes e me perdi no tempo e espaço ou não lembrei de coisas importantes naquele momento, afinal, quero fazer direito, com detalhes e fatos.
E como é difícil... Tenho lembranças de minha infância, em Silva Jardim, ao lado de meu amiguinho e vizinho Zé Luiz, do Hotel de dona Cerinha, da comida no fogão a lenha, do jardim de infância, dos doces aos domingos no campo de futebol da cidade (inigualáveis), das brincadeiras a beira da linha do trem e do grande canavial que eram os fundos do quintal da casa que morava.
Do único ônibus (Chevrolet) que levava o povo a cidade mais próxima, Rio Bonito, e das aventuras pela BR 101 neste ônibus pelos lamaçais de até metro de altura em barro vermelho. O que me assustava era a apreensão dos adultos ao olhar pela luz dos faróis a chuva insistente, os caminhões sendo puxados por tratores da prefeitura e os sacolejos do velho Chevrolet de cara feia vencendo o atoleiro com a perícia de seu velho motorista... Eu lembro dele mas não sei mais seu nome e isso para mim é um detalhe que não pode faltar.
![]() |
Silva Jardim atual mas quase nada mudou. |
Me pego ainda nesta casa perto da estação de trem e da febre ao pisar num "sauí" e da dor daquela queimadura.
Também foi ali que acordei na cama de minha mãe com todos os primos e tias em volta e o rosto enfaixado por causa da mordida de um pastor alemão.
Via meu pai e meus irmãos saírem de bicicleta a tarde em direção ao campo de futebol da cidade para "treinar" e acho que eram algumas vezes na semana; na garupa de uma bicicleta meus irmãos me levavam a alguns lugares como o rio Capivari, canavial a dentro para pescar piabas ou na beira do muro da casa de um conhecido - Mainga - para pegar jambos. Com meus primos era a "fábrica" de bijú e, claro, uma fugidinha para tomar banho de rio e a coça de meu tio Pessanha depois, claro...rsrsrsr.
Seria preciso situar que a cidade de Silva Jardim, no velho Estado do Rio de Janeiro, anos 60, Garrincha, Pelé, rádio a pilha, primeiras TV's...
São muitas lembranças e eu gosto de detalhes. Aí então não consigo e fica o projeto que vira projeto adiado, que vai sendo esquecido por coisas do dia a dia...
A minha mente atual anda mal humorada. Reflexo do qual deixei meu canto aqui abandonado, quase não escrevo mais.
E lá se vai mais uma...
Nenhum comentário:
Postar um comentário