Eu me deito aqui todas as madrugadas e, seguindo uma rotina, desligo a TV e procuro não incomodar o sono dela. Ela levanta muito cedo e trabalha muito.
Desde que voltei pra casa me sinto fora dessa realidade. Eu precisei voltar... Eu fui induzido a fazer esse caminho de retorno. Já não tinha paz e precisava dela pra seguir.
O custo porém inclui essa parte da rotina que faço o que posso para evitar. Dividir a cama e estar ao lado, ouvir roncos e também fazer serem ouvidos.
Como era bom estar sozinho!
Descobri quando me dei conta de quão era feliz e senti a liberdade nos anos seguintes a decisão de sair de casa, deixar tudo e fazer o que me era gostoso estar comigo mesmo.
Aprendi a gostar da solidão e conviver comigo.
Sinto falta.
Tive minimizados alguns anos que trabalhei a noite. Só precisava dividir a cama e meu sono nos finais de semana. Mas sempre foi assim: eu não durmo cedo e ela quase sempre com as galinhas... Desde que casei.
Bem, nem sei porque escrevo isso.
Quem sabe saudades de mim. Ou da liberdade?
E meus sonhos que sempre foram meus melhores momentos passados? Ah que falta faz!!!
Meu coração já está convencido de que não mais existo para quem eu sonho. Então, não consigo mais sonhar... Triste, mas real, não há sonhos nem sentido de viver. Sonhar é preciso.
Amores aos quais entreguei tudo que tinha de mim... Magoei, maltratei, troquei e foi assim.
Não as vejo mais nem em meus sonhos. Os mais simples que posso sonhar.
Sinto falta de mim... E a vida passa a meu lado, por mim, diante e já vai longe.
Como corre o viver quando a gente para e, por castigo auto imposto, não a segue mais.
Sejam felizes!
Nada mais pode ser importante.
Me perdoem!
Creio que assim, farei parte da sua história como fizeram a minha.
