Para completar a postagem anterior, preciso escrever sobre um sentimento ruim que chegou a tomar conta de minhas já não tão claras memórias.
Algo assim que me apeguei com unhas e dentes por todos esses anos, sempre com uma vaga mas bela esperança de final feliz... Minhas lembranças, meu passado.
Em todos esses anos, depois da paz em meu ser chegar com o conforto e o consolo do tempo sem notícias, sem ter onde buscar, sem muito além de lembrar o quanto foram bons os momentos vividos misturados ao desespero de perdas e desencontros, decisões e renúncias, muita dor, lágrimas que secavam e tornavam a brotar, enfim, de me isolar e querer fugir do mundo que era meu, só meu.
Um dia, sem que lembre como aconteceu, ainda pelo chat do Facebook, eu li "Não faça mais isso de me procurar para conversar, enviar fotos... Ou melhor, não mais volte a me procurar. Nunca mais."
Sandrinha com seu filho já adulto e casado, uma menina de outro relacionamento já quase adolescente e um novo marido.
Assim foi feito.
Trabalhando a noite, eu e minha solidão fomos surpreendidos no final de 2015 num contato inesperado e que fez com que esse coração pulasse quase fora do peito... Pelo G+ que frequentava naqueles dias ela apareceu.
Era muito para mim, minha vida. Eu não acreditava e me enchi de felicidade, de prazer e de sentimentos que nem sei explicar.
Escrevemos. Não trocamos uma só palavra... Ela me concedeu a sorte de ver a menina em fotografias poucas que muito tocaram o sentimento de vida, de beleza e da imaginação. Queria a ouvir, ver seu sorriso, saber mais sobre aquela mulher que um dia vi nascer e chegar aos seus três anos somente.
Nos primeiros dias de 2016 eu enfartei em plenas férias.
Voltei a vida com 4 stent's no peito e, como apareceu, ela sumiu outra vez.
Coração triste, perdi em sequência meu emprego, minha saúde e meu lazer que era o futebol e a cerveja com amigos aos domingos. Vi a esperança de poder toca-la, quem sabe, se esvair ao longo desses anos.
Minha grande paixão, meu bem meu mal, minha Helena... Regina no significado da palavra. E ela sabe ser o significado de seu nome. Só ela é.
Ano passado, grande surpresa quando um dos maiores de meus pecados me chegou em forma de mensagens... Ela que havia se convertido, seguiu a vida e nunca mais se aproximou ou nem mesmo trocou uma palavra.
E sem que esperasse, ou sem saber o que dizer eu fiquei. Nossa história foi longa e entrelaçada a outras. Cada um tinha sua vida e pessoas comuns a dividir. Sonhar e sonhar que algum dia houvesse um jeito de estarmos juntos. Não havia.
E ela se foi. Mais uma vez tomou rumos longe de mim.
Então completei, penso, um ciclo a mais na minha vida.
Deus me concedeu o privilégio de poder ter tido a chance de contato com elas. Ouviu meus pedidos e como se me perdoasse, me concedeu um pequeno tempo de atenção a pedaços e mim, de meu coração.
Hoje, se meus sentimentos em relação a vida é de tristeza tem haver também com esses fatos que preciso admitir. Coragem para saber que meu passado morreu ali atrás.
Admitir que a vida seguiu para todas elas e que eu deixei de existir há muito tempo. Aceitar que os sonhos que moveram esse Ser até aqui estão apagados. Devem se apagar como se apagaram as paixões.
Difícil para mim e minha solidão.
Difícil não ter mais sonhos, mais passado, mais lembranças. Não ter o que esperar...
