Ser... Somente ser o que se é.
A vida... Ah, a vida!
Se soubéssemos o que ela é, o que nos reserva.
"Um ser apenas", foi meu título em outra hospedagem.
O mundo gira e a vida acompanha esse girar.
Hoje somos e estamos onde amanhã poderemos voltar...
(Dez, 25 - 2006)
O Encontro Das Estrelas
A lenda milenar onde Altair e Vega se encontram uma vez por ano
Sem Nação
Cidadão há 67 anos, brasileiro com orgulho de ser, fui humilhado perante o mundo todo quando uma corja de togados podres a sua revelia, passando por cima da Carta Magna do país, colocou no poder um molusco ladrão, descondenado e impôs a mais descarada fraude em sua eleição, sem que houvesse nada para parar esse poder.
A esperança eu vi em decepção, quando as gloriosas forças armadas lavaram as mãos e ainda prenderam cidadãos que dela se orgulhavam.
Humilhado e decepcionado, esse cidadão é não mais brasileiro. O que eu tinha orgulho transformaram em vergonha. E sem direito a luta, numa verdadeira e sórdida ditadura, afirmo que meu país deixou de existir.
AQUI JAZ BRASIL.
Amanheceu chovendo aquela chuva fina, que molha o chão. Isso me deu ânimo porque assim me livrava, pelo menos hoje, do terror dos temporais.
Semana passada, dia 09, ele chegou tão forte que levou algumas telhas desse meu telhado adquirido com tanto sacrifício, de telhas esmaltadas, que eu vinha pedindo - quase implorando - para que fizessem os beirais, prendendo assim as telhas para não acontecer o que previa.
Enquanto cumpria minha rotina matinal escutava a intensidade da chuva aumentar e não parar. Apreensivo, fui observar a situação e comecei a receber notícias dos estragos pelo celular.
A coisa estava feia desde a madrugada enquanto eu dormia pesado, esperando pelo amanhecer de um dia marcado em minha vida há quatro anos pelo infarto que mudou tudo pra mim.
Então comecei a ouvir barulho de terra caindo e assustado vi toda a contenção atrás de minha casa começar a ruir, tamanha a força da água que não parava de escoar... Há pelo menos uns seis meses venho pedindo para dar sequencia nas escavações de sapatas e estruturas já abertas que agora terão que serem refeitas.
Enfim, resumindo, segue a vida...
Voltando no tempo:
No dia 25 de dezembro esse meu bloguinho completou mais um ano e nem desejei FELIZ NATAL!!!!
A mudança de casa, da 85 para a 97 na mesma rua do mesmo condomínio, da alugada para a própria sem ainda terminar pela necessidade de baixar os gastos me fizeram deixar a Net de lado. Meu computador foi uma das últimas coisas a vir pra cá.
Muitas coisas aconteceram e muitas coisas deixei de escrever... Passou. Que pena!!!
FELIZ ANO NOVO!!!!
QUE A SAGRADA FAMÍLIA ABENÇOE A TODOS NÓS!!!
PS: COMENTEM, POR FAVOR, ALGUMA COISA... Meus ilustres 3 seguidores!!!
É.
Cantei em verso e prosa um grande amor... Melhor, uma enorme paixão. Quem teve ou tem sabe a diferença.
Viver esses anos tem sido muito difíceis.
Eu me tornei difícil. Eu me fiz assim comigo mesmo.
Me tranquei, isolei e dominei a dor de saber que não mais... Mas nunca esqueci.
Lembranças boas me faziam delirar em esperanças que vejo se esvaíram ao longo dos tempos.
Lembranças más me fizeram chorar de vergonha, de arrependimentos e dor.
A dor das perdas, da humilhação, do desejo de sumir. Até minha tentativa contra a minha própria existência frustrou-me.
Por anos esperei. Calado, no meu canto.
Ruminei ideias e sonhei muito, muito alto as vezes até.
E vi meus sonhos mudarem a medida que o tempo passou em minha vida cotidiana, aturando a mim mesmo em minhas rotinas, envelhecendo sem ter o sabor daquela paixão que era tudo pra minha vida voltar ao meu corpo, que esperava com ansiedade um sinal do mundo.
Já se faz tarde para mensurar ou tentar colocar no papel meus sentimentos nesses mais de vinte anos que se passaram... Não sei mais onde e como começar.
Tenho curtido minha melancolia nesses últimos tempos. Meus textos não escondem isso.
Sou sabedor de que me restam poucos anos, dias, minutos... Menos que há vinte anos.
Meus bons momentos afloram a beleza da vida e me carregam então para aquela que foi tudo, que mostrou a vida em sabores nunca vividos.
Me perdoem!!!
Bom, já perdoei e também já pedi que me perdoassem àquelas que um dia fizeram parte de minha vida, que desfrutaram de mim como também o fiz com elas. Sei que ainda devo. Não foi aceito alguns dos poucos que tive contato, a chance... Eu perdoei a mim mesmo, então.
Mas esta é a hora para declarar que, depois de tantas vezes que escrevi, tantos devaneios de esperanças, idolatria e em troca nada, nem uma palavra, dizer chega.
Meu canto já me viu muito usar essa inspiração para estar feliz mas bem mais me viu triste, dolorido.
Alguém já me disse "ela não te merece..."
Nunca pensei assim.
Aprendi a "dar tempo ao tempo" nos meus desesperos de perdê-la tantas vezes, mesmo sem me conformar.
Meu tempo passou agora.
Já não posso mais deixar ele passar, mesmo que não mude nada. Acabaram as minhas esperanças para dar tempo. A solidão, minha companheira absoluta, me diz que algo mudou. Me informa que meu trem anda rápido e minha estação de desembarque está mais perto.
Essa é a postagem de número 715 deste canto que comecei no ano de 2006.
Escrevi pouco, sei.
Se puder, queria chegar a 1000.
Mas será sem ela, sem meus desejos por ainda ter sua presença, sem a esperança de algum dia a encontrar.
Meu coração, maltratado e valente, me diz que chega.
Meu conforto sempre foi escrever aqui. Meu ombro amigo, companheiro.
É tempo de esquecer quem não mais se lembra de você com tanto calor no peito quanto você.
Preciso contar outros tempos.
É a hora.
Quem de nós não tem uma situação - que termo usar??? - que ficou marcada em lembranças que misturam constrangedor com prazerosa, vitoriosa com decepcionante???
Já foram muitas mas essa me ganhou a memória mais uma vez e resolvi registrar, de alguma forma, tentar mostrar fatos em minha defesa, talvez.
Só quem viveu isso pode avaliar, até mesmo julgar, se possível.
O grau de marca para mim começa por ter sido há mais de 40 anos... Bons e velhos tempos de adolescente, Hi-Fi em casas de conhecidos numa penumbra forjada a papel celofane colorido na lâmpada e música lenta do romântico internacional tocado em novelas da TV Globo e nas rádios Mundial, Tamoio e outras poucas AM da época.
Foi logo assim que a PHILLIPS lançou um toca discos portátil e quando ter um LP com sucessos atuais era a moda, status.
A moda eram pantalonas, calças boca de sino e outros detalhes para os meninos e meninas.
Havia quem colocasse uma nesga de jeans antigo numa calça Lee novinha, abrindo as costuras das pernas para virar boca de sino.
Detalhe: calças da moda como a Lee e a Levi's somente em importadoras e estas somente em Niterói (a velha Nippon) ou no Centro da cidade do Rio de Janeiro.
Lógico que a foto acima não mostra a realidade de bairros como o que nasci, periferia do Rio. Dá uma ideia a quem nunca viu...
As meninas, influenciadas sei lá por onde (talvez a TV), surgiram com uma tendência de calças sem cós, bem baixinhas na cintura, mostrando quase o colo das mais ousadas e destacando a cintura além desejada e dificilmente sequer tocada vagina. É, meus caros, eram outros tempos ainda quando ocorreu o fato que tento narrar mas que preciso desses detalhes para ilustrar.
Eram tempos de respeito, de saudosas lembranças felizes, onde havia segurança, as drogas ainda não dominavam e o cabaço - casar virgem ainda era uma bandeira a ser defendida pela família e pelas próprias meninas - era moda. Época de namorar, beijar na boca no escurinho escondido de todos, quando muito um arrochinho e uma troféu que fazia a gente não querer lavar o dedo nunca mais (Rsrsrsrsrsr...). E era por cima da calcinha, hein!!!!
Mas, vamos tentar contar a passagem, depois de tantos floreios românticos que me remetem aquela época gostosa, pura e até ingênua.
Naquele tempo nós tínhamos uma galerinha que se reunia sempre durante a semana, numa praça do bairro, todas as noites para um papo furado que ia até as 23h. As meninas tinham que se recolherem até antes... Nesse tempo, a gente conhecia quase todo mundo que girava a nossa volta. ou eles sabiam quem éramos.
Saímos, porém, em grupos diferentes e todos se respeitavam.Quando juntos éramos unidos.
Haviam dois rapazes que eram mais velhos que a maioria de nós, já trabalhavam e sempre estavam acompanhados. Bem acompanhados, diga-se. Um deles se chamava Vander.
Nunca me achei bonito e por isso, era algo assim meio tímido, não havia um ímpeto de "atacar" alguma menina que pudesse interessar. Ficava sempre na minha. Esperava com paciência vendo o movimento dos casais, quem chegava ou saía, se estava com alguém, etc.
Minha tática em muitas vezes deu certo. Eu conseguia pelo olhar saber se poderia convidar a dançar comigo uma menina que na maioria das vezes estava do outro lado da sala ou da varanda da casa onde aconteciam os HiFi's.
Nosso grupinho tinha sempre algumas meninas. Uma delas namorava o colega mais velho - Francisco - dos meninos. Ele era uma espécie de líder, irmão mais velho, conselheiro, etc.
Eu tinha 16-17 anos. Frequentava o mesmo colégio, estava sempre na casa dele. Usávamos a mesma costureira para fazer nossas calças sob medida... Por aí.
Certa vez, não me lembro porque, paramos numa casa próxima a dele onde rolava um Hifi ao qual fomos convidados porque passávamos na frente e porque a festa estava com poucas pessoas.Uma das meninas da casa fez o convite ao amigo e entramos.
É bom frisar que não rolava nada para comer ou beber na maioria das festas.
Bebida alcoólica somente o amigo mais velho bebia. Era o simples prazer de participar, dançar, quem sabe ganhar um beijo, um namoro.
Nós estávamos até meio sem saber como avaliar a situação. Afinal, haviam poucas pessoas ali.
Não me lembro muito bem mas vi surgir a namorada daquele colega do outro grupo, o Vanderlei.
Ela estava zangada, triste... Mais tarde descobrimos que o namorado a havia deixado para ir ao baile do Clube Mauá. Coisa concorrida na época mas nem sempre ao alcance de todos.
Dentre nós quatro ali naquela noite em nosso grupo, ela me pegou pela mão e me levou para o meio da sala, enquanto na vitrola começava uma música boa de dançar, sucesso nas rádios, por exemplo.
O grupo ficou perplexo com a atitude e a preocupação dos comentários era de quem se tratava. Namorada do camarada.
Preciso dizer que era uma morena, cabelos bem curtos, de minha altura, bonita e com as coxas torneadas na calça sem cós, feita de tecido fino. Ousada para aqueles dias. Poucas usavam assim.
Com certeza, era mais velha que eu.
Preciso explicar também que a dança daqueles tempos, naqueles ritmos, era mais um encontro de corpos, um experimento de sensações, vibrações... Cheiro, pele, sensibilidade.
Quase não se movia. Os movimentos eram bem lentos, quase imperceptíveis. Mas tudo começava com um certo respeito, uma certa distância que podiam ser quebradas ao longo da música, quando se percebia que a dama aceitava uma maior domínio dos braços a sua volta, um aconchego mais próximo e pronto... Oh delícia!!!
Como se tratava de uma situação diferente, pelo respeito ao colega, a observação dos amigos em nossa direção eu estava até constrangido e cheio de cuidados com a dama... Ela não.
Primeiro me permitiu um abraço mais envolvente pois se aconchegou em mim aquele belo corpo quente e gostoso de segurar. Apertou seu abraço, colocou a cabeça em meu ombro e fechou os olhos, respirando bem próximo a meu rosto.
Terminou a primeira música e ela me segurou até a próxima começar.
Eu só tinha 16 anos, era viço puro e sem que pudesse controlar me vi dominado pelo prazer, excitado sob a calça de tergal especial em contato com tão gostoso corpo.
Nesse momento, com vergonha da reação dela, tentei me afastar e fui surpreendido por um movimento dela que procurou por meu pênis, levantou seu corpo para encaixar aquela coisa quente e ficou alí, ao som da música, esfregando e pedindo pra não terminar a dança... Foi inusitado. Foi extremamente gostoso!!!!
Não houve sequer uma palavra.
Dançamos umas três músicas.
Nunca soube seu nome e sempre a vi depois com o namorado. Vida que segue.
Para meus amigos, era caso de julgamento.
Fui repreendido por todos com veemência por todos os meus atos. Desrespeito "a casa dos outros" por "arrochar" ali, desrespeito ao "amigo" que era namorado da menina, etc... Despeito deles.
Eu já havia visto esse mesmo líder que agora me repreendia com a calça borrada e seu membro que era bem avantajado sob as calças diversas vezes, em muitas casas.
Os outros dois seguiam o líder mas com certeza por não terem sido escolhidos pela menina. Duvido que não.
Não sei bem mas acabo de lembrar que depois desse episódio eu passei a não mais fazer parte do grupo, evitar. Não saía mais, não ia mais a praça à noite todos os dias... Me afastei de vez.
Haviam outras prioridades.
O tempo do HiFi passou.
As drogas e insegurança começaram a chegar perto.
Foi assim.
Nesse futuro distante que se chama hoje, não sei seu nome menina, mas vc é minha história. Foi especial aquele momento. Mesmo que não passasse de alguns minutos, foi especial sentir você e poder ser parte de seu prazer.
Existem momentos da vida onde a gente se encontra em uma forma tão ínfima de Ser que nada faz sentido... Depressão? Que seja!!!
Aqueles momentos que vc assiste alguém fazendo alguma coisa como por exemplo, ligeiramente um comerciante recolhe seus materiais expostos durante o dia todo, por toda semana, para fechar suas portas e seguir seu rumo. Sabe-se lá pra onde, se tem família, se conseguiu algum trocado que o impulsione a ir em frente e reabrir amanhã. Recomeçar o que se pode chamar de vida, esperar sei lá o que... Pode ser um sorteio de loterias, um assalto, um infarto, acidente, sei lá. Tudo é possível acontecer.
Que sentido faz isso?
Para chegar ali esse sujeito nasceu, cresceu e viveu sabe-se lá como.
Teve vida? Estudou? Ganhou e perdeu? Reza todos os dias ou consome drogas para fugir da realidade?
Ele é um entre milhões de vidas, com suas histórias escritas num dia a dia sem rumo, ou melhor, rumo a morte. Uma breve e simples passagem pela vida para ver o mundo, seus contrastes do belo e do horror, sofrer, lutar mais que ter prazer, chorar perdas e impotências diante de destruições e injustiças ou simplesmente não se importar com nada até uma doença chegar, mudar e fim.
O mundo mudou.
De repente pode ter mudado só para mim, quem sabe. Afinal, eu mudei.
Caminho mais perto de meu final de passagem por essa vida e lembro, conversando com alguém, que me fiz recluso nesses anos que se passaram por uma coisa que meu Ser precisou: PAZ!
Depois de tantas coisas ruins e inesquecíveis também, de ferir e ser ferido, ameaçado por ser apaixonado, perdas que me faziam falta e a cabeça que não parava como se fosse ficar louco... PAZ.
Certamente, um preço alto por essa liberdade vivida e agora pelo "tempo perdido" de vida.
Tenho saudades!!!
Tenho desejos... De encontrar, de momentos de felicidade, de saber. Acho que vou embora com muitas dúvidas sobre uma realidade escondida, um plano perfeito que frustrou esse direito.
De lembranças.
Existem aqueles que falam em outras vidas, passadas e esperanças de voltar.
Eu digo que é só essa.
Somos como qualquer Ser vivo. Não há volta. Não existirá você de novo, sua alma que retornará em outro corpo qualquer.
A minha inteligência que traz essas palavras ao papel, que me faz estar aqui, cria esperanças para amenizar o sentido de tudo que vemos, sentimos, vivemos. É para seguir, crença para incentivar a não ver a luz da realidade. Aceitar que a vida é bela e que viveremos de novo um dia.
Depressivamente e corajosamente afirmo que não existe isso.
Dói porém, saber que se vai ter que ir embora um dia. Deixar o trem seguir sem a gente.
Ser lembrado por algum tempo, vivendo assim a marca de sua passagem.
Não faz sentido tantas coisas a minha volta.
Me preocupo com o futuro, lembro do passado e tento sobreviver ao presente.
É impressionante como a gente não consegue fazer o coração deixar de gostar mesmo sendo muito ferido por esse mesmo Ser... Sinto sua falta! Vc foi vida em minha vida!!!
Há alguns anos, quando tudo que tinha desmoronou a minha volta, o desespero tomou esse meu Ser e, sem ver saída, com muita vergonha, derrotado, sem apoio ou razão, tentei contra a minha vida.
Sim. Tentei contra essa minha vida...
No dia seguinte, ainda que meio sem noção, visto meu fracasso, procurei um médico cardiologista para que me explicasse porque não havia dado certo a minha tentativa.
Então segui. Estou por aqui...
A realidade dos dias que seguiram foram confusas para mim. Ainda lembro de minhas atitudes, da vodka pura, dos papéis que escrevi algumas coisas aos meus filhos, deixados sobre a mesa da sala e dos comprimidos junto com a injeção na veia aplicada sem dó por quem nunca havia feito isso.
Comparo ao acidente de carro e a meu infarto mais recentemente... Deus não quis.
Ainda assim tenho medo da morte, do inesperado, de encarar o "desconhecido" que na realidade, para mim, não existe. A vida é só essa. O que fiz, passei, tomei como raiva, me apeguei, revoltei, trabalhei, ajudei, enfim, nada é, nada vale. Você é enquanto vivo. Você mesmo deixa de ser, de existir.
Pelo que luto?
Porque me dou a problemas todos os dias?
Que fim será o meu?
Que recompensa ganharei por tanto esforço, tantas tentativas, e esperança?
Só enxergo uma coisa que leva o Ser humano a seguir: sonhos e prazer.
Um ligado ao outro e momentos de vida. São tantos sonhos... Poucos momentos.
Como disse no post anterior: ao me levantar agradeci a Deus por mais um dia.
Mas o coração e a mente estão em conflito.
Hoje estou sem razão. Me faço sem razão.
Todos os meus sonhos se tornam inviáveis.
Tudo a minha volta sem valor ou esperança.
Anos atrás errei na dosagem do cianeto. Planejei sim mas não deu certo.
Depois de seguir até aqui, de passar por toda essa parte de vida sem prazer, sonhando em poder ter esperança de novo, estou cansando.
Eu venci batalhas que não esperava lutar.
Eu participei de lutas que não eram minhas.
Eu provei o gosto da vida e fui agraciado com louros raros desse prazer.
Cheguei até aqui... Estou cansando.
Minhas metas, meus desejos, esperanças estão se esvaindo. Cada dia mais longe, inatingíveis.
Há tempos em que a gente sente o mundo mais perto... Tantas coisas ruins acontecendo, uma rotina que se torna vício, e a importância de cada coisa, cada ato, cada pessoa, famoso ou não que se vai.
Um mistério que é bom se afastar a mente, pois leva a um lugar indesejado.
A Terra passa por transformações climáticas assustadoras.
Então, que futuro nos reserva as forças da natureza?
A cada dia que nasce a gente espera. Será que sobreviveremos? Vai ser passageira ou trará desastres que rogamos a Deus não nos permita?
Tenho medo.
E também tédio pela vida material, aquela que hoje nos impulsiona a cumprir tarefas, dias, meses, esperas e aborrecimentos. Desilusões, frustrações e desesperança.
Porque sofro tanto para construir, sonho com o melhor que posso ter se o meu tempo aqui neste mundo de Deus pode estar no fim???
Amanhece e ao abrir os olhos, lembro agora de agradecer em por meus pés no chão mais uma vez. Poder fazer isso.
Quando me dou por cansado e quero adormecer, depois de recorrer ao remédio, agradeço por esse dia, por esse sono, esperando poder acordar outra vez e assim, depois, rotina que busco mudar de alguma forma, reclamar por tanta mesquinharia. A vida é um sonho. Deve ser brindada e aproveitada.
Estando longe de sonhar assim tão gostoso, que parte de vida é essa???
E tem muita gente, mas muita mesmo, piores que eu... Parecem não ligar. Não se interessam pelas tempestades que inundam, destroem, tomam proporções maiores jamais vistas.
E queimadas, derretimento de geleiras, morte de corais, óleo no mar, guerras sem escrúpulos.
A nossa volta, o perigo é respeitado, como se fera máxima que subjuga a todos pelo poder da violência... Drogas!!!
As lembranças ainda são fortes dos bons tempos. Dos tempos de sonhos. Dos tempos de viver.
Tenho estado triste, depressivo, e já faz algum tempo.
Não devo colocar a culpa no mundo mas ele tem contribuído bastante.
A política sempre foi uma coisa nojenta, asquerosa para a maioria de nós, reles mortais dependentes de uma coisa suja que se valem de poder, e que se vendem, que compram almas, jogam um jogo onde as pessoas comuns são insignificantes termos usados de toda forma possível e imaginária.
Vendem armas depois de provocarem guerras.
Tomam partido em causas abomináveis sempre justificadas "pelo bem" mas com interesses escusos e mesquinhos... Parecem loucos, como loucos são aqueles que levam ao poder sujeitos como Trump, ou se corrompem em razão de uma "causa" como na Venezuela e os piores: os que usam suas religiões, em nome de Deus ou seja lá de quem clamem para "se libertarem" matando e dizimando seus próprios irmãos.
Aqui, já não me parece diferente.
Esperava uma nova era com a vinda do capitão. Esperava pulso forte, sem politicagem.
Tenho visto um homem recolhido a sua total insegurança quando se fez e se viu diante do mundo.
Tenho visto um homem dos palavrões, de armas, das agressões e atitudes se curvar diante de uma só religião... Tenho visto a decepção mais uma vez em meus dias de eleitor. Minhas esperanças frustradas outra vez como cidadão que vê seu país comandado por um punhado de gente que se reúne, discute, resolve em benefício próprio. Tenho visto uns senhores e senhoras de toga se resumirem a autoridades máximas, "donos da verdade suprema" como se Deuses Sagrados fossem.
Me desculpe, capitão!!!
Estou ressentido. Esperava mais. Esperava muito mais que política nojenta e sórdida que vi por toda minha vida, exceto quando garoto e jovem naquele período onde muitos teimam em chamar de ditadura.
Tenho medo do mundo atual porque vi esse medo crescer ao longo dos anos... O homem destruindo tudo a custa de sobreviver ou mesmo de enriquecer sem se importar com quem e quanto mexiam.
São tufões, furacões, temperaturas jamais vistas.
São tempestades inesperadas, arrasadoras. Secas e fenômenos sem controle.
E queimam florestas, despejam óleo no mar mais bonito desse país... Em nome de que?
Bestialidades!!!
Em minha modesta opinião, os líderes atuais sabem que não podem fazer mais nada pelo futuro da Terra. Que não há como conter a natureza e sua fúria diante da destruição constante. Que seja o que Deus quiser para cada um dos povos... Qualquer coisa como o filme 2012.
Haverão os escolhidos? Existe um dono do mundo? Salvação?
Tenho estado dolorido com a humanidade.
Não consigo mais me conciliar com o meio, aceitar o que passa a minha volta.
A tal da droga revolucionou todos e tudo. É a arma mais potente que já presenciei.
O apocalipse de terror, violento, destemido e feroz.
O poder maior que domina e está dividido... Se juntarem as forças não sei nem dizer.
Me sinto velho.
Apesar da minha saúde e tudo que tenho, sinto falta do "eu" que viveu tantas coisas e tenho que agradecer de até aqui chegar.
Sinto saudades.
Tenho lembranças.
Me vejo ainda em sonhos, cada vez mais escassos, mutantes em pessoas e lugares, com menos poder.
Não queria o mundo para mim mas queria o meu mundo.
Já não mais encontro os caminhos desse mundo em meus sonhos. Tenho medos.
Me assusto com as perdas de amigos, de artistas, celebridades. Parece que me dou conta de meu tempo por aqui...
É tudo tão difícil que reclamo de minha rotina.
Mas não gosto de mudar ou ser mudado.
Penso que estar sozinho e em meu canto é melhor que me expor e correr riscos.
Penso que gosto de solidão ou que me acostumei com ela como se um castigo que me impuseram.
As lembranças maltratam a solidão não.
A consciência de meu tempo me traz a falta de coragem para viver.
Os erros, as frustrações, os medos e as doloridas tentativas em seguir por um futuro incerto.
O meu eu lamenta ser fraco e espera um dia ser perdoado.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. AMÉM!!!!