Mesmo informando o meu desinteresse e insistindo em não querer, desde quinta-feira tenho lido o respeitado jornal.
Não sou carioca - e já foi tema de posts por aqui a explicação - e gosto de Sampa em sua grandiosidade, por alguns amigos que fiz por lá, por parte da família que se radicou no Vale do Paraíba (e até trocaram de times...kkk) e pelo orgulho que sinto de ser brasileiro e ter São Paulo.
Na edição de hoje, lida com mais calma e mais familiarizado com o matutino, registrei algumas partes que resolvi compartilhar por aqui, em trechos de alguns textos.
LÍNGUA NO MUSEU, por Ruy Castro
"Numa próxima ida a São Paulo, vou voltar ao Museu da Língua Portuguesa.
Preciso fazer isso antes de 31 de dezembro...
Lá, terei o prazer de ler palavras como "pingüim", "lingüistica" ou "desmilingüido", com o velho trema... O poeta mineiro Abgar Renault (1901-1971), que não aderiu a às reformas de 1943 e 1971, morreu escrevendo "phosphoro", "phisica" e "portuguez". Seguindo seu exemplo, continuarei a escrever "qüem-qüem" e deixarei a meus editores a tarefa de expurgar os tremas.
acho que o Museu da Língua Portuguesa deveria continuar na velha ortografia. Afinal, é um museu, não?"
BRASIL, OLHA A TUA CARA, por Marta Suplicy
"... A diversidade é tal que podemos dizer que o Censo 2010 captou uma gigantesca mudança, que é ponta do um iceberg de novos arranjos familiares ainda não estudados.
O IBGE não mede casados em casas separadas e filhos que moram, em guarda compartilhada, em duas residências. No entanto já sabemos a existência de 60 mil casais gays formados, em sua maioria, por mulheres (53,8%)..."
Mas o que me entusiamou a postar sobre foi essa:
"Ueba! Troco voto por paçoquinha!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E esta notícia da Folha: "Menino vira pastor aos 11 anos". E aos 15 compra a Record? Rarará!
E atenção! Ereções 2012! Troco meu título de eleitor por uma cadeirinha de praia. E um outro disse que troca por uma paçoquinha. E uma outra disse: "Do jeito que estão os candidatos, troco apenas pelo direito de ir à praia!".
E o João Paulo Cunha? Levou um chocolate dos tiozinhos do Supremo! Condenado padrão! E o site Eramos6: "Depois de presidir a Câmara, João Paulo Cunha vai presidiar". É um novo verbo: presidiar. Pois eu acho que o João Paulo Cunha vai presidir o Cadeião de Osasco! Rarará!
E adorei a charge do Duke com o Cunha no celular: "Alô, eu quero cancelar o pedido de uma pizza". Rarará! E um dos ministros disse que o termo adequado não é "fatiado", é "segmentado". Oba! Então na fila dos frios fica assim: "Eu quero cem gramas de presunto segmentado e 200 gramas de salame segmentado bem fininho!".
E o hilário eleitoral? E o advogado da Marcha da Maconha, o André Barros, é candidato no Rio: "Baseado na sua consciência, aperta um, três, quatro, 20". Se apertar vinte, ninguém tem condição de ir votar! Ele vai perder eleitor. No dia da eleição, o cara aperta um, fuma dois, chega à urna e esquece o número dele! Rarará!
E até o jogador Dinei é candidato. O Dinei já fez tudo na vida, menos jogar bola. E o Ademir da Guia parece o avô do Gagallo! E usa imagens dos jogos dos anos 1950. Sensacional. Arquivo do Canal 100!
E o bom do Russomanno ( prefeito é que todos vão poder reclamar pro Bispo! Rarará! E eu disse que o Chalita tá a cara do Doutor Hollywood. Mas outros acham que o Chalita parece pai do Luan Santana! Rarará! É mole? É mole, mas sobe!
A Galera Medonha! A Turma da Tarja Preta! Direto de Itabira, Minas: Ladim. Com o slogan: "É de ladim que a gente gosta". Há divergências!. Porque em Volta Redonda tem o Dibruço. Com o slogan:" Mude de posição, vote Dibruço". Nunca.
E o slogan de um candidato baiano sincero: "Votem em mim! Não aguento mais comer mortadela". Rarará!
A situação tá ficando psicodélica! O Brasil tomou um ácido no café da manhã! Ainda bem que nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!"
José Simão começou a cursar direito na USP em 1969, mas logo desistiu. Foi para Londres, onde fez alguns bicos para a BBC. Entrou na Folha em 1987 e mantém uma coluna que considera um telejornal humorístico.